Capítulo (48)

14K 1.3K 26
                                    

Juliana

Devo ter oscilado entre dormir e acordar umas milhares de vezes, meu corpo e minha mente não estão entrando em sincronia, me sinto fraca e por mais que eu tente permanecer acordada o sono sempre vence.

A parte boa é que toda vez que acordo ele é a primeira pessoa que vejo e quando volto a durmo é a última, até nos meus sonhos ele está presente.

Não sei exatamente quantos dias estou aqui mas hoje me sinto melhor internamente, até as fortes dores na cabeça estão mais amenas, consigo abrir meus olhos mas me esforço para não fazer nenhum movimento e chamar a atenção até conseguir me acostumar com a claridade.

-Oi. -digo levantando um pouco a cabeça vendo ele sentado no sofá com um livro na mão.

-Olá bela adormecida, como está se sentindo? -ele pergunta vindo até mim.

-Acredito que melhor rs. -respondo.

-Isso é bom, a cabeça parou de doer? -ele indaga fazendo um cafuné.

-Ainda dói um pouco mas está mais suportável, quanto tempo estou aqui? -pergunto.

-23 dias, vou chamar a médica para te examinar. -ele diz mas eu o seguro.

-Espera, o que aconteceu comigo? -pergunto segurando sua mão.

-Você não se lembra? -ele parece surpreso.

-Foi muito rápido, só lembro que me senti sendo empurrada por algo pesado e depois apaguei. -falo.

-Você foi atropelada, algum filho da mãe que estava em alta velocidade perdeu o controle e acabou te atingindo na calçada, pelo menos é nessa hipótese que a polícia está trabalhando já que não houve ameças ou algo do tipo a você. -ele diz e eu me esforço para lembrar mas não consigo, eu sinto que tem algo a mais nisso mas nada vem a minha mente agora.

-Estranho, mas eu sinto algo dentro de mim que não consigo saber o que é. -digo.

-Não se esforça agora, seus remédios foram diminuídos pode ser que agora você consiga ficar mais tempo acordada. -ele fala.

-Você está esse tempo todo aqui? Por que não foi para casa? Não tem lógica ficar aqui se eu durmo  o tempo todo. -indago.

-Sim eu fiquei aqui e não pretendo sair até que você saia também, não precisa ter lógica até porque você é bem bonitinha dormindo rs. -ele diz rindo.

-Bobo, imagino o quão bonita devo estar nessa cama á 23 dias. -digo revirando os olhos.

-Você é linda de qualquer jeito, tudo bem que eu preferia ver você acordando ao meu lado na minha cama mas está valendo aqui também kkk. -ele ri de uma maneira que faz meu coração acelerar.

-Pode ter certeza que eu também rs. -respondo também rindo.

Nossos olhares se encontram e os sorrisos morrem em nossos lábios, pode parecer loucura mas mesmo em cima de uma cama de hospital eu sinto o fogo percorrer todo o meu corpo. O desejo de sentir suas mãos em meu corpo chega a ser doloroso, sinto minha respiração ficar pesada e percebo que a dele também está, mas antes que façamos qualquer movimento alguém entra no quarto.

-Olha só quem resolveu dar o ar da graça, como a senhorita está hoje? -a médica diz entrando com um sorriso no rosto e todo aquele clima é quebrado.

-Oi, eu me sinto bem melhor. -falo voltando meu olhar em sua direção.

-Já tem muito tempo que acordou? -ela me pergunta.

-Uns 15 minutos no máximo. -respondo.

-Bateu o recorde, vou te examinar e se tiver tudo bem vou cortar totalmente as medições. -ela diz e meu peito se enche de esperanças.

-Eu vou poder ir para casa? -pergunto.

-Ainda não, mesmo que você consiga ficar acordada ainda precisará ficar em observação. -ela fala e eu mucho.

-Não faz essa cara princesa, já é uma evolução e tanta. -Edu diz.

-Ele tem razão, você tem evoluído gradativamente. Tem pessoas que ficam meses apresentando o mesmo quadro, você teve sorte. -a médica diz.

-Sorte eu teria se não fosse atingida mas tudo bem. -digo com a cabeça baixa.

-Nada de ficar triste, tem que agradecer por estar viva e o melhor sem sequelas físicas e aparentemente internas também, agora vou te examinar faremos alguns exames e depois quem sabe você não consiga comer algo. -ela fala e eu apenas concordo.

Eduardo

Sinto um misto de alívio e felicidade dentro de mim ao ver ela acordada, só Deus sabe o medo e a angústia que senti esses dias ao vê-la desacordada sobre a cama.

Durante toda semana ela acordava mas ficava pouquíssimo tempo assim, se esgotava rápido e acabava voltando a dormir. Hoje no entanto ela está conseguindo se manter acordada, se alimentou sem ajuda e fez questão de tomar banho sozinha.

Agora ela está sentada conversando animadamente com a Thay e eu aproveitei para fazer um lanche na cafeteria. Tem dias que não sei o que é um banho e uma refeição descentes, mas se fosse necessário eu faria tudo de novo por ela.

-Posso entrar? -pergunto a elas que ainda estavam conversando.

-Pode e deve, eu já estou de saída. -Thay responde.

-Se for por mim pode ficar eu espero lá fora. -digo.

-Não é por isso rs, realmente tenho que ir amanhã preciso levantar cedo. -ela diz se levantando da cama da Jú.

-Sendo assim tá bom rs. -falo.

Elas se abraçam, choram e finalmente se despedem, sento na cadeira que fica ao lado de sua cama mas nada falo. Me sinto um completo idiota por não saber o que falar, apoio  cabeça em minhas mãos perdido em pensamentos.

-Está tudo bem? -ela pergunta.

-Eu que deveria perguntar isso a você. -digo.

-Mas eu perguntei primeiro rs. -ela diz e dá um sorriso gostoso que me aquece por inteiro.

-Estou bem sim e você? -pergunto.

-Estou ótima, você não prefere ir embora para descansar? Eu já estou melhor posso ficar sozinha, já te atrapalhei demais. -ela diz e abaixa a cabeça como se tivesse com vergonha.

-Olha para mim, eu estou onde eu quero estar e você não me atrapalhou em absolutamente nada, entendeu? -digo traçando seu rosto com meus dedos.

-É que você está a quase 1 mês afastado da empresa, sem ir em casa e eu pensei que talvez agora você quisesse ir embora. -ela diz.

-Eu só saio daqui com você. -falo e percebo sua respiração ficar irregular.

-Isso pode demorar. -ela fala ofegante.

-Não estou com pressa. -respondo.

-Não sei como te agradecer por tudo que tem feito por mim. -ela diz e sorrio.

-Não se preocupe, quando você estiver melhor irei arrumar um jeito de você me agradecer. -digo rindo e piscando um olho.

-Huum não vejo a hora de poder pagar rs. -ela responde também rindo.

Conversamos mais um pouco até eu perceber que ela estava ficando esgotada, com muita luta consegui convencer ela a deitar. Sua teimosia está de volta e isso por incrível que pareça me deixa feliz.

Não demorou muito e ela se rendeu ao mais profundo sono, ainda fiquei um tempo admirando ela dormir antes de também me deitar e literalmente apagar.

*******************************

Boa noiteeee amoreees!!!!
Voltei 🙌🏽🙌🏽🙌🏽😂😂😂
Demorei pakas podem me xingar (Brinks não me xinguem) hahaha.
Estou retornando e prometo postar a semana toda 😉
Obrigada a todas por todo apoio e continuem votando por favor. 🙏🏽🙏🏽
Bjusss 😘😘
Rafa Bastos 💙

Nunca me senti assimOnde histórias criam vida. Descubra agora