Capítulo (61)

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Juliana

-Putz perdi a hora! -grito para mim mesma.

Dou um pulo da cama ao constatar que já se passam das 09:00hrs, estou mega atrasada para ir trabalhar. Por que a Thay não me chamou?

Isso não é hora para ficar viajando, tomo um banho rápido, coloco o primeiro vestido que vejo pela frente. Dou uma olhada no espelho e vejo que preciso de uma cor, dou uma rebocada de leve e calço os sapatos.

Como já estou atrasada chamo um Uber para ir mais rápido, assim que chego no escritório vou correndo para a minha sala e só agora me dou conta que ainda não tomei café, Deus me livre Edu saber que sai de casa assim.

-Bom dia Vanessa. -digo passando pela minha assistente.

-Bom dia Jú, pensei que você não viria hoje o Sr. Lambertini deixou avisado que você iria tirar uma licença. -ela fala e eu paro na mesma hora, ele só pode estar maluco.

-Ele falou isso? Ok, não leve em conta o que ele falou, não irei tirar licença nenhuma até porque preciso terminar o projeto, agora você pode por favor pedir uma vitamina de abacate e um pão na chapa para mim? -peço mudando o assunto para não surtar aqui na frente dela, mas ele que me aguarde.

Caminho até a minha sala a passos duros, estou fervendo de ódio do Edu por tomar frente da minha vida, acho que ele ainda não percebeu que não gosto de ser mandada e muito menos que tomem decisões por mim, não é porque estou grávida de um filho dele que ele irá fazer o que quiser e eu irei aceitar.

Sento na minha cadeira e ligo o notebook, enquanto o meu café não chega vou adiantando o trabalho, isso claro até o Sr. Mandão romper pela porta da minha sala com toda sua arrogância.

-Posso saber o que você está fazendo aqui? -ele pergunta em um tom alto.

-Caso você não saiba aqui é o meu trabalho e sou paga para justamente estar aqui. -digo no mesmo tom dele.

-Você está grávida deveria ficar de repouso e não aqui se estressando com tantas burocracias. -ele fala agora passando as mãos em seus cabelos.

Quando penso em responder, ouço uma batida na porta e sou obrigada a me controlar.

-Entre. -digo assumindo a postura profissional.

-Com licença, vim trazer seu pedido. -Vanessa diz colocando meu café na mesa e saindo tão rápido quanto possível, não deu tempo nem de agradecer.

-Você ainda saiu de casa sem se alimentar? Juliana você tem que se cuidar! -ele fala bravo.

Ignoro ele e puxo meu pão que está com um cheiro ótimo que já fez meu estômago roncar, como tudo sem nem dirigir o olhar para ele que continua em pé me olhando, quando acabo com tudo que volto a olhar para ele.

-Olha aqui Eduardo se você pensa que o fato de eu estar carregando um filho seu em meu ventre te dar algum direito sobre me mandar ou até mesmo se intrometer na minha vida está muito enganado. -digo ficando de pé indo até ele.

-Eu não estou mandando em você, estou apenas visando o que é melhor para ambos. E para completar a mocinha ainda vem de salto alto? Você pode cair e se machucar sabia? -ele fala e eu respiro fundo para me acalmar.

-Vou te pedir um favor, pode me deixar sozinha? Preciso respirar e está difícil com o ar tão pesado que está pairando aqui, vá antes que eu fale algo que sem dúvidas não irei me arrepender porém pode ter um efeito muito ruim entre a gente. -digo séria.

-Eu vou mesmo pois já vi que você é caso perdido e não quero ter que falar também coisas desagradáveis a você. -ele diz e sai batendo com a porta.

Volto a respirar mais tranquilamente, estou com os hormônios a flor da pele e para completar sem minha dose de cafeína diária que por enquanto está suspensa. Como se não bastasse Edu resolveu ter um surto paranóico sobre a gravidez.

-Aahhh que raiva!!! -grito.

Passo o dia trabalhando parando apenas para fazer as refeições nos horários certos, diferente do que aquele ogro pensa estou sim me cuidando e claro pensando no bem estar do meu bebê, no final do dia vou embora praticamente correndo para não ser impedida por ele que com certeza iria querer me proibir de voltar sozinha e de ônibus.


Eduardo

Volto para a minha sala com o ódio estampado em meu rosto, sei que meu pai pediu para mim sentar e conversar com ela com calma e era o que eu pretendia até ser informado que ela havia vindo trabalhar.

Eu sei que ela não está doente e que tantas outras mulheres trabalham grávidas, mas ela tem passado mal direto custava ficar ao menos essa semana em casa? Mas claro estamos falando de Juliana Almeida a diabinha que tem o poder de me tirar do sério.

-Que inferno de teimosia! -bufo achando que estava sozinho em minha sala.

-O que houve mano? -Arthur pergunta e nem sei de onde ele saiu.

-Juliana Almeida. -é só o que respondo e ele dar um sorrisinho.

-É essa te pegou mesmo, qual foi? -ele fala.

-Senta aí que eu queria mesmo falar com você. -digo também me sentando.

-Pelo jeito o assunto é sério mesmo, pode mandar. -ele fala.

-Serei pai. -digo bem curto.

-Calma aí que eu perdi alguma coisa, ela está grávida? -ele pergunta espantado.

-Não eu que estou, claro que é ela né. Mas age como se não estivesse. -digo e soco a mesa.

-Porra estou surpreso, mas parabéns meu parceiro. -ele diz e se levanta vindo na minha direção que também me levanto e trocamos um abraço.

Esse eu sei que é meu parceiro de verdade, sei que posso contar com ele de olhos fechados e ele sabe que pode contar comigo. Expliquei melhor tudo a ele que claro como meu pai me chamou de neurótico e mandou eu relaxar para não sobrecarregar ela.

O pior é que sei disso mas quando estou com ela sinto um instinto protetor me dominar e quando dou por mim já era, depois que Arthur saiu da sala ainda demorei um tempo para voltar a realidade com os pensamentos me torturando.

Trabalhei o dia todo para não pensar nela o que não é uma tarefa fácil já que ela já está infiltrada dentro de mim, no final do dia resolvo buscar ela em sua sala e sair para jantar para conversarmos sem brigas. Sei que ela não pode ficar se aborrecendo e eu não tenho ajudado em nada.

No caminho sou parado por um membro da diretoria o que provavelmente foi o tempo que ela saiu pois cheguei em sua sala e ela já havia ido.

-Que inferno! -grito batendo com os punhos na parede.

Ligo mas como já previa ela não me atende, procuro me acalmar pois precisamos conversar com calma, caminho até o estacionamento repetindo um mantra interno para ficar calmo e que vai dar tudo certo.

-Boa noite Alfredo vamos para a casa da senhorita Juliana. -digo entrando no carro decidido a resolver tudo.

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Boa noiteeee amoreees!!!!
Para começar a semana bem um capítulo acalorado do nosso casal, estou mega feliz com tantas estrelinhas que vocês tem dado #GRATIDÃO
Continuem votando mto e amanhã volto com mais um.
Bjusss 😘😘😘
Rafa Bastos 💙

Nunca me senti assimOnde histórias criam vida. Descubra agora