Prólogo

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Acordei na maior ressaca da vida, olhei pro lado e o Vini tava dormindo do meu lado, ri de mim mesma. Levantei da cama, procurei meu pijama pelo chão, vesti me apoiando pelos cantos, ainda caindo de sono, sai do quarto tentando não fazer barulho e desci até a cozinha, peguei uma garrafa de água na geladeira e subi as escadas. Quando tava entrando de novo no meu quarto só ouço o berro:

Beatriz: Analuaaaaaaa!

Tá porra, dei um pulo assustada.

Beatriz: Que merda é essa aqui que você tá trazendo pra dentro de casa? – disse fazendo gesto com a mão que segurava um saquinho de bala.

Nalu: A merda que se tu não tivesse revirado minhas coisas, não taria na sua mão.

Gente a bicha é abusada viu, esse saquinho tava dentro de uma caixinha, dentro de uma necessaire, dentro da minha bolsa que tava dentro da minha moto!!!!!!

Beatriz: Você acha que tá falando com quem hein sua drogada de merda?

XX: O que tá acontecendo?

Era Vinicius acordando com o bafafá todo que a dona Beatriz tava fazendo.

Fuzilei ele com os olhos rezando pra ela não ter ouvido a voz dele.

Beatriz: Quem é que tá aí? – gritou já batendo a mão na porta do quarto pra abrir.

Nalu: Meu namorado – menti.

Beatriz: Namorado??? Cada semana trás um pra dentro de casa!!!!

Ué, meu coração é grande rsrs.

Beatriz: É quinta feira Analua e tu já tá nessa putaria! Não sei nem porque tu voltou pra essa casa. Vê se pega tuas coisas e some daqui que minha casa não é puteiro pra vagabunda drogada ficar trazendo macho não!

Fechei a porta putíssima da vida, tava morrendo de dor de cabeça e já me vem logo essa de manhã. Fui pro banheiro ignorando a presença do Vini na cama, que me olhava sem graça, e entrei num banho.

Caralho, já fazia uma semana que brigávamos todos os dias, em todas elas a dona Beatriz fazia questão de me xingar, me humilhar e mandar eu ir embora de casa. Eu saio todos os dias às 8h e volto as 23h, passo o dia todo no trabalho e a noite vou pra faculdade, pra ela ficar me chamando de vagabunda, falando que não faço nada da minha vida e só atrapalho ela? Eu nem em casa fico, como é que vou atrapalhar?!

Dona Beatriz é minha avó por parte de pai, depois que ele perdeu a empresa e todo o dinheiro, ela ficou surtada e a cada dia que passa ela surta mais. Eu tenho dó, mas ela não se ajuda e não deixa ninguém ajudar, eu é que não vou ficar levando esculacho pelas frustações da vida dela.

Vini: Ei, cê tá legal? – perguntou quando abri a porta do banheiro.

Nalu: O que? Isso? É nossa tradição de bom dia aqui em casa – ri irônica enquanto me desenrolava da toalha.

Vini riu sem graça, me abraçou por trás e deu um beijo na minha nuca. Ouvimos o barulho do carro saindo da garagem.

Nalu: Vem, vou te levar pra casa. – disse me soltando de seu abraço.

Enquanto o Vini colocava a roupa e pegava as coisas dele, vesti uma roupa qualquer e peguei minha bolsa e a chave da moto.

Descemos as escadas, Vini subiu na garupa da minha moto e fomos. Deixei ele na porta da casa dele e segui para meu trabalho.

De Quebrada [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora