Capítulo 04

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Tava vazio ainda, sentamos numa mesinha na calçada porque tava muito calor e fui até o balcão pedir um litrão. Voltei já servindo eu e a Mari e acendi um cigarro.

A mona ficou chorando as pitanga pra mim pra variar por causa de macho né, porque ela é a própria trouxiane, fica se envolvendo com esses boyzinho tonto aí, dá uma dó, porque a bicha é linda, super gente boa, não é igual as outras mina de lá, que são cheias de frescuras e não tem uma idéia pra trocar, a Mari é foda, desenrolada e fechamento demais, só tem que parar de dar atenção pra zé ruela.

Levantei pra pegar mais um litrão e voltei pra mesa. Começou a chegar um monte de moleque trazendo caixa de cerveja, uns trazendo equipamento de som, instrumento, monte de coisa.

XX: Hummmm, então é verdade...

Me virei e era o Yan.

Nalu: Voltei tranquilinha bebê! – abracei ele que me olhou com cara de deboche – Ó, essa é a Mari, veio passar o final de semana aqui comigo.

Yan: Prazer – sorrindo maliciosamente.

Yan não vale nada né, não pode ver um rabo de saia.

Os meninos sentaram na nossa mesa e ficamos bebendo enquanto os caras do pagode montavam as coisas.

O pagodinho começou e eu que não sou boba comecei a sambar horroresss! A Mari ficou sentada na mesa porque disse que não sabia sambar, cês acreditam? Nem eu!

Tinha umas mona que já tavam me olhando feio, mas eu nem me abalo, fingi que nem vi e fiquei lá sambando e jogando o cabelo, tava gostozinho demais!

O grupo fez uma pausa de tocar e eu fui lá pra nossa mesinha, sentei, peguei meu kit na bolsa e comecei a dichavar um pedaço do caroço de maconha.

Mari: Cê viu né? Que já tão te olhando feio?

Nalu: Ih miga, não arruma nada aqui!

Mari: Se tu arranja briga eu saio correndo, sei brigar não miga!

Nalu: Mas tu é medrosa né??? Não tava parecendo quando tu tava toda de papinho aí com o Nenê - olhei por cima enquanto bolava o baseado

Mari: O Arthur? Tava sendo educada só - deu os ombros.

Nalu: Ah tá - ri porque eu conhecia bem ela, e ela sabia - As monete que tavam me olhando feio são amigas da mulher dele viu?!

Mari: Ai tô fora, quero meu rostinho intacto! - me passou o bic e acendi o balão.

Os meninos estavam sentados na nossa mesa ainda, Arthur tava felizão enchendo o copo de geral, eis que chega a Letícia, a feição do menino até muda, ficou quietinho rapidinho. Ela sentou no colo dele e se beijaram.

Acenei com a cabeça pra Mari, na direção dos dois se beijando. Ela deu os ombros e virou o copo de cerveja na sua frente.

A Letícia é uma nojenta, não cumprimentou ninguém na mesa, toda folgada e ainda fica com cara de cú, vou te falar que a paciência aqui é pouca, bem pouca. Parei com o baseado na frente do rosto dela, passando pra ela fumar... Eu sabia que ela não fumava, queria incomodar mesmo.

Letícia: Não fumo - fez cara feia pra fumaça que tava indo toda na cara dela.

Arthur me olhou feio de novo e pegou o baseado da minha mão.

Nalu: Vamo sambar miga - levantei me ajeitando e puxando a Mari.

Tava lá eu sambando babadooo e a Mari saiu, disse que já voltava, só acenei com a cabeça enquanto enchia mais um copo. Certeza que ela já tinha arrumado alguém pra dar uns beijo... já eu tava aqui só observando.

Eis que a mandada da Letícia passa dando uma puta cotovelada, derrubando o copo todo em mim!

Nalu: TÁ ME VENDO NÃO PORRA?! – empurrando ela.

Abusada saiu andando como se não tivesse feito nada, nessas hora o sangue sobe pra enfiar a mão na cara de piranha, mas eu tinha acabado de voltar, não tava afim de arrumar perreco não. Fui até a mesa e comecei a pegar uns guardanapos pra secar.

XX: Calma aí, vou pegar um pano pra tu – disse um dos mlk na mesa, se levantando.

Fui andando atrás dele.

De Quebrada [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora