Capítulo 29

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Sábado 20h15

Julia: Naluuuuuuu - ouvi a piranha gritando lá de fora.

Nalu: Entraaaaa - gritei da cozinha.

Julia: Tá pronta já? - disse entrando com uma sacola na mão.

Nalu: Prontíssima mona - dei uma voltinha.

Julia: Mulher gata da porra! - deu um tapa na minha bunda, eu ri - vamo logo, o boy já tá me mandando mensagem!

Peguei minha carteira e celular em cima da mesa e a chave da moto.

Nalu: Mana, vamo só passa ali tomar um açaí antes.

Julia: Porra, cê é enrolada hein nalu.

Nalu: Ih mona, quer o que, que eu passe mal bebendo de barriga vazia? Vai segura meu cabelo?

Ela riu.

Julia: Cê é tonta!

Guiamos pra principal e paramos no açaí, pedi pra mulher do caixa e sentei na calçada pra esperar.

Julia: Aí mana, que perreco foi aquele hoje?

Revirei os olhos.

Nalu: Ah minha filha, adivinha!

Julia: Irmã, eles ficaram de cara no chãããão, Wallace hora que saiu lá de dentro então....

Nalu: Mas agora chega, já dei logo o ponto final, ele pro canto dele e eu pro meu - estiquei a mão pra pegar o açaí que a mulher trouxe - se deixar, monta em cima.

Julia: Brigaram assim foi?

Nalu: Mais ou menos Ju, muito papo pra pouco resumo, mas já falei que agora é ele na dele e eu na minha, não vou ficar atrás de querer manter amizade não.

Julia: Foda....

Terminamos nosso açaí e fomos pra casa do boy da Julia, nesse tal de churrasco aí. Era no MM mesmo, mas era afastadinho até de onde eu morava.

Julia: Vira aqui, é nessa rua - virei onde ela mandou - ali onde tá aquela moto.

Encostei a moto do lado da que já tava parada ali.

Nalu: Grazadeus! Pensei que ia chegar lá na zona oeste daqui a pouco - falei zoando.

Julia: Aiii, não fala assim - falou entrando na casa já e eu fui atrás.

A Julia me apresentou o pessoal lá que ela conhecia e eu já fui logo me entrosando com todo mundo.

Tava rolando um pagodin gostoso demais. Era tudo que eu precisava, de um rolê assim e sem conhecidos, sem problema, sem perreco.

Enquanto a Julia tava lá toda bonita com o boy dela, eu acabei conhecendo umas mina muito firmeza, uma delas já tinha até ido lá na loja.

Sambei horrores junto com a Marcela e a gente já tava até marcando de fazer várias coisas.

Os meninos começaram a tocar "Meu Lugar", e baixamos um pouco o ritmo, fomos pra ponta da varanda, e eu fumante que sou, acendi meu baseado pra apreciar um musicão desse que eu amo muito.

Nalu: Nada paga a gente tá em paz e de bem com a nossa raiz - disse em meio a um trago, enquanto olhava aquele morrão.

Marcela: Bonito te ouvir falando assim... - sorriu pra mim enquanto olhava pro mesmo ponto que eu.

Olhei pra ela e sorri também.

Era uma noite comum, mas pra mim tava sendo muito especial, porque me senti conectada comigo mesma. Eu tava numa vibe tão, mas tão boa. Uma paz, pleníssima.

Peguei mais um drink e sentei pra descansar um pouco as pernocas, que tava exaaaaaausta de sambar. Fiquei conversando com os amigos do boy da Ju e com a Marcela.

Lá pra umas 2h00 a Ju me chamou pra ir embora, me despedi de todo mundo e agradeci pela noite. 

Julia: Ai amiga, desculpa ter te deixado sozinha lá aquela hora - falou enquanto subia na moto.

Nalu: Relaxa mona, me diverti HORRORESSSS! - ri, muito muito feliz.

Julia: Hummm, tá toda animadinha - disse desconfiada.

Guiei lá pro nosso lado do morro, logo quis passar no meio do fluxo pra ver como tava.

Julia: Ai mulher, num me derruba aqui no meio não - falou quando percebeu que eu tava enfiando a moto lá pro meio do furdúncio.

Nalu: Tá me tirando Julia, eu sou o toqueeeee da motoca - ri.

Baile tava goxtoso, como de costume. Cumprimentamos uns conhecidos mas acabei guiando pra casa porque não queria colocar em risco essa paz que eu tava sentindo...

Felipe tinha saído com a mina dele, então eu tava sozinha em casa. Tomei uma ducha, fui pro meu quarto, coloquei meu fone e fiquei brisando olhando pra janela até pegar no sono.

De Quebrada [EM ANDAMENTO]Onde histórias criam vida. Descubra agora