Capítulo 21

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A chuva forte castigava Seattle, rajadas de vento faziam os galhos das árvores baterem em cheio na janela do quarto de Chris, raios reluziam, trovões se faziam ouvir ao longe. Porém, para o homem deitado na cama, ainda vestido com a mesma roupa com que estava há dois dias, sim, dois dias que o moreno estava trancado naquele quarto, sem falar com ninguém, sem se alimentar, não sentia fome, não sentia sede, não sentia nada, os olhos parados, secos, já não traziam mais lágrimas, parecia inerte, imóvel.

Para ele era como se a natureza chorasse a sua perda, como se Deus estivesse lhe mostrando que compartilhava de sua dor, sabia que precisava reagir por causa de sua filha, mas por agora não tinha forças, tudo o que queria era permanecer alí, deitado naquela cama, naquele quarto, sentindo o cheiro dela nos travesseiros, aquele cheiro que ele tanto amava e que ainda se fazia presente no quarto, na cama, ele se apegava a isso, a essas pequenas coisas que faziam ele sentir a sua presença alí, por esse motivo não queria sair do quarto.

Ouvia as batidas na porta, um e outro sempre vinham tentar tirá-lo de seu santuário, mas nem ao menos respondia, sabia que todos deveriam estar preocupados com ele, mas também sabiam que ele nunca cometeria uma loucura, apesar de não ter ideia de como iria fazer para conviver com aquela angústia que se alojara em seu peito e se recusava a abandoná-lo, não via mais graça em nada, se entregaria ao trabalho e a criação da filha, de corpo e alma, ela era seu porto seguro, sua tábua de salvação.

Com dificuldade, arrastou-se da cama, seu corpo era um peso morto, estava suado, fraco, precisava se alimentar, se hidratar se não quisesse ir parar em um hospital, suas pernas estavam moles, quase não aguentando com seu peso, entrou no banheiro e se olhou no espelho, era um arremedo de homem, olheiras marcavam abaixo de seus olhos que estavam inchados devido ao choro intenso que lhe acometera, a barba estava por fazer, abriu a torneira do chuveiro e entrou debaixo da água fria, ficou ali, parado, como se a água pudesse levar embora sua tristeza, não sabia como lidar com essa situação, incrível como de uma vez as coisas mudavam, de uma hora para outra o chão fora arrancado de debaixo de seus pés e parecia que nada mais estaria no lugar, que as coisas jamais voltariam a se encaixar.

A falta dela, a saudade que sentia, a dor e o desespero, estariam presentes em cada momento de sua miserável vida a partir de agora.

***

Um mês e meio depois:

A vida continuava triste para os Rogers e os Evans, mesmo tendo passado um mês e meio do desaparecimento de Amanda, eles não conseguiam se conformar, Chris continuava como um morto vivo, fazia tudo automaticamente, sem realmente sentir, a única que conseguia trazer um leve brilho aos seus olhos era a pequena Angel, com ela ele quase voltava a ser o antigo Chris, afinal, os lindos olhos da filha o faziam recordar da única mulher que mais amava na vida, o sorriso de anjo de sua princesa, eram os único alentos para a dor de sua alma.

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