A Revanche

Witouten

Witouten: A súbita sensação de perder o chão de baixo dos pés.

POV LAUREN

LAUREN RABISCOU uma anotação sem sentido na margem do bloco de rascunho. Com o canto do olho, podia ver a massa castanha e sedosa dos cabelos de Camila, que se encontravam ainda mais revoltos do que de costume, após uma tarde inteira de trabalho exaustivo.

Se virasse a cabeça um pouco mais para o lado, também conseguiria ver a tentadora elevação dos seios que não eram tão grandes mas eram firmes contra a camiseta azul-claro que ela estava usando. Não precisava ter visão de raio X para saber que Camila não estava usando sutiã, fato que ficara aparente no instante em que ela transpusera a porta. Durante toda a tarde, Lauren resistira ao desejo de se banquetear nos suaves contornos daqueles mamilos através do tecido esticado da camiseta. Mas afinal, ela era humana e, portanto, passível de deslizes de vez em quando. Como… naquele momento, por exemplo, com selena ausente e o caminho livre.

Ela fixou o olhar na outra extremidade da sala. Camila descansava a cabeça sobre uma das mãos, com o cotovelo apoiado no tampo da mesa. Os lábios carnudos estavam comprimidos ao redor da caneta e os olhos

cravados na página diante dela. Lauren deixou o olhar vagar mais para baixo, para acariciar aqueles seios. Os contornos arredondados pressionados contra a camiseta regata. Dois montes prefeitos e empinados.

Lauren mudou de posição na cadeira, recordando o peso deles em suas mãos, o modo como Camila gemera de desejo quando ela lhe sugou os mamilos. O pensamento a fez enroscar os dedos, desejando tocá-los e vê-los. Sentiu a tensão na virilha e, embora fosse um exercício de tortura, não conseguia desviar o olhar. Podia se lembrar como aqueles mamilos eram ultrassensíveis, mas Camila gostara quando ela os mordera de leve e roçara a língua contra os picos sedosos. Como se respondessem aos seus pensamentos libidinosos, os mamilos de Camila se enrijeceram contra a camada fina de tecido que constituía a única barreira que os separava de seu olhar devorador.

– Pare com isto!

No mesmo instante, ela desviou o olhar para o rosto de Camila e constatou que ela a encarava com olhos castanhos irradiando frustração.

– Eu não estava fazendo nada – Lauren se defendeu, ciente de que soava pouco convincente.

– Sim, estava me devorado com o olhar. Temos um acordo – disse ela.

– Então deveria ter colocado um sutiã – rebateu Lauren.

– É você que está descalça – devolveu ela, beligerante.

Lauren deixou escapar um som exasperado.

– Não é a mesma coisa. Estou certo de que tem ciência disso?

Camila corou, evitando-lhe o olhar.

– Não me olhe assim. Não gosto disto.

– Algumas partes suas, gostam – argumentou ela, antes que pudesse se conter.

Camila a fulminou com o olhar.

– Você nem mesmo gosta de mim. Lembra-se?

– É você quem está com os mamilos enrijecidos, querida.

– Certo. E você não está ostentando uma ereção neste exato momento? – disparou Camima

– Não estou – mentiu ela.

– Mentirosa.

Camila se ergueu em um salto e contornou a mesa na direção dela. Lauren lutou contra a ânsia de cobrir a excitação incriminatória com o bloco.