* Capítulo 1 *

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Estou pedindo
Amor, por favor, tenha piedade de mim
Pegue leve com meu coração
Mesmo que não seja sua intenção me machucar
Você continua acabando comigo
Você poderia, por favor, ter piedade, piedade do meu coração?
Você poderia, por favor, ter piedade, piedade do meu coração?
[…]

Estou pedindoAmor, por favor, tenha piedade de mimPegue leve com meu coraçãoMesmo que não seja sua intenção me machucarVocê continua acabando comigoVocê poderia, por favor, ter piedade, piedade do meu coração?Você poderia, por favor, ter piedade, ...

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~ Flashback ON ~

  Acelero o carro, que já está no dobro da velocidade permitida na vicinal, e mesmo assim acho pouco, não estou me importando com nada.

  Olho para o velocímetro com os olhos embaçados mal conseguindo ver direito e constato que já estou a 180/Km por hora. Bato as mãos no volante e me desespero ainda mais, como ele pode fazer isso comigo? Jogar dez anos fora. Como? 

  Solto um pouco o acelerador ao lembrar de suas palavras, ainda não acredito que isso está acontecendo, revejo o olhar que ele me lançou a cada vez que fecho os olhos, está gravado em minha mente

  "Maia eu não posso mais, não consigo, você não pode me dar o que eu quero, você nunca poderá me dar um filho".

Nunca me esquecerei dessas palavras, olho para as ruas para saber onde estou, dirigi sem nem saber o meu destino, pondero o que fazer a partir de agora e decido ir para a casa de mamãe, lugar onde cresci e sempre me foi um refúgio, pena que meu verdadeiro refúgio não se encontra mais atrás daquelas portas, ele sim saberia o que me dizer, como me confortar, como sinto falta do meu pai. 

  Estaciono em frente a mansão onde cresci com um peso enorme no peito, esse lugar nunca mais será o mesmo. 

  Adentro as portas e não encontro ninguém, quando chego a sala tudo está quieto, silêncio total. Caminho em direção a escada, sabendo exatamente onde minha mãe está. Seguro a maçaneta do escritório com o coração aos pulos e abro devagar. 

  Todas as vezes que entro nesse cômodo é como estar em uma espécie de déjà vu, parece que vou vê-lo sentado em sua cadeira, com os óculos caídos em seu pescoço me olhando com curiosidade, esperando que eu conte o que me aflige. Ao invés disso olhos cor de mel me olham em expectativa, esperando algo que eu tenha a falar. Vejo um franzir de cenho pequeno ao provavelmente perceber que andei chorando. 

  — O que aconteceu Maia? - se levanta e vem em minha direção, eu apenas me jogo em seus bracos me debulhando em lágrimas novamente – Por Deus menina o que está acontecendo?

  — Ele me deixou mamãe. - sinto o seu aperto se intensificar ao meu redor – Paulo pediu o divórcio. 

  — Não chore meu amor. - tenta me confortar, me puxando até o sofá que fica em um canto, sentando-se me fazendo deitar a cabeça em seu colo, começa a afagar meus cabelos, como fazia quando eu era uma criança e acordava no meio da noite após um pesadelo – Vai passar querida, tudo nessa vida passa. 

A Megera Da Bazam (Sem Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora