* Capítulo 3 *

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Aonde foi parar o seu juízo?
Já são quatro da manhã
Daqui a pouco liga o síndico
Será que tem como a moça gritar baixinho?
Sei que tá bom, mas as paredes têm ouvido
E era pra ser escondido, já que não é
 

            Vamo acordar esse prédio
                   Fazer inveja pro povo

Enquanto eles tão indo trabalhar
A gente faz amor gostoso de novo.
[…]

  Vou direto ao elevador e aperto o botão que me leva ao 18° andar, pego minha chave na bolsa e nem me preocupo em chamar minha amiga, sei que ela está sozinha, tia Helena e tio Jorge estão em mais uma de suas Luas de mel, todo ano eles tem essa t...

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  Vou direto ao elevador e aperto o botão que me leva ao 18° andar, pego minha chave na bolsa e nem me preocupo em chamar minha amiga, sei que ela está sozinha, tia Helena e tio Jorge estão em mais uma de suas Luas de mel, todo ano eles tem essa tradição. 

  Quando entro o som alto chama a minha atenção tocando algum tipo de arrocha, ainda não entendo como Helô e eu mantemos essa amizade por tanto tempo, somos completamente opostas em tudo, talvez esse seja o segredo.

  Sorrio sozinha ao lembrar de algumas loucuras que essa doida já aprontou, e olha que não foram poucas, ela já me arrastou para tantos lugares que às vezes nem acredito que me deixei levar. 

Passo pela cozinha e pela sala, nada de Heloísa, ouço sua voz de taquara rachada vindo do seu quarto, sigo até lá sorrindo, ouço o chuveiro, e conhecendo a peça sei que irá demorar.

  Me jogo na cama e deixo as lembranças me levarem, mas agora as boas, gargalhei sozinha ao lembrar de uma vez, há uns quatro meses atrás, em que estávamos a procura de alguma festa, já era madrugada e Helô e eu havíamos exagerado na bebida, entramos no táxi de um senhorzinho e pedimos pra ele nos levar até alguma festa badalada. Ele todo prestativo nos levou, estava realmente cheio. Na loucura e na cachaça que governava o nosso ser seguimos junto com a multidão.

  Agora imaginem a animação das duas pessoinhas bêbadas, com a multidão gritando Ludmila a plenos pulmões, quando finalmente chegamos ao palco, Ludmila Ferber cantava os seus louvores a plenos pulmões. Helô estava tão louca que decidiu que ficaríamos assistindo o show. É nessas horas que acho que o Capiroto já está nos esperando de braços abertos.

  Sou tirada de minhas lembranças por um peso pena se jogando em cima de mim, me molhando toda. 

   — Mamá pensei que não viria - exclama efusivamente como sempre. 

   — Que droga Helô, precisava me molhar toda? - a tiro de cima de mim com apenas um empurrão, essa é a parte boa de ter uma melhor amiga baixinha.

   — Você merecia coisa pior, me deixou na mão durante minha emergência - fala na maior cara de pau. 

   — Desde quando comprar uma bolsa é uma emergência?  - questiono seriamente. 

A Megera Da Bazam (Sem Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora