Caminho até a universidade com os fones no ouvido, escutando Aerosmith.
Estou terrivelmente bem.
Aí me deparo com Brandon Campbell, porque as coisas sempre tendem a piorar para o meu lado. Na verdade eu estou radicalizando a situação porque, sempre que nos vemos, algo estranho acontece, ou, ele tenta alguma cantada barata.
Isso desde sexta-feira passada, ironia no ponto.
Ele está no estacionamento, com a mão direita na cintura de uma garota e a esquerda, bem, num cigarro. Não fico surpresa porque eu já tinha o visto fumando. Aliás, não fico surpresa por nenhum dos fatos, todos sabem a fama que ele carrega.
Dou de ombros e continuo andando.
Então eu sinto.
Simplesmente sinto que Brandon nota quando eu passo a alguns metros de onde está. Me viro o encarando enquanto ele se desvencilha da garota e coloca o cigarro entre os lábios. Seus olhos me observam atentamente. Engulo em seco quando o vejo andar até mim. Mesmo assim não paro, ao contrário disso, apresso meus passos até chegar ao lado de dentro do prédio.
Talvez isso seja imaturo demais.
E desnecessário demais, porque ele me alcança.
— Não me diga que está fugindo — Brandon diz quase que rindo da minha cara.
Ele está usando o casaco com o brasão do time de Prince Hills.
Seu cabelo está todo desgrenhado.
E mesmo assim, ele continua sendo... Ele.
No fim das contas, acho que me odeio mais.
— Claro que não — reviro os olhos.
— E por que se apressou quando me viu?
— Estou atrasada.
Brandon puxa um pouco a manga para conseguir ver o horário em seu relógio de pulso, e eu, bato os pés involuntariamente no chão.
— Mas ainda faltam dez minutos para as aulas começarem.
Fico puta só por saber que estou perdendo meu tempo com ele, novamente. Entretanto, o mesmo não me deixa passar.
— Sai da minha frente.
— Não.
— O que você quer, afinal? — disparo perdendo a paciência.
— O que eu quero? — ele franze o cenho.
— Não seja idiota.
Um silêncio se estabelece entre nós.
É uma questão simples. Ao menos, para mim. Que ele saiba que, não sou como as outras meninas. Estou longe de ser uma possível opção a ele.
— Não sei o que quero — consigo ver de forma transparente que ele mesmo fora pego com essa pergunta. — Talvez, te conhecer melhor.
Talvez? Me conhecer melhor?
Piada.
Tenho uma imensa vontade de rir, mas contenho-me.
Nossos olhares finalmente se cruzam.
— Desculpa, mas acho que isso não será possível — estou sendo absolutamente cínica, ao tempo em que também estou sendo irônica.
— Por que não?
— Nem tudo é como queremos.
— Neste caso, é como eu quero — Brandon se aproxima com um sorriso pretensioso nos lábios, deixando claro que não se importa com o que penso — e acredite, consigo qualquer coisa.
— Você é muito convencido.
— E você é muito arrogante.
— Você me comparou a uma coisa, e a arrogante sou eu?
— Foi modo de dizer, princesa.
Francamente, nunca revirei meus olhos e fiz tantas caras feias num dia só.
Isso é um dos efeitos Campbell.
Sigo caminhando sem me virar até encostar numa parede, onde suspiro pesadamente enquanto encaro a tintura azul desgastada.
Nunca me senti tão vulnerável assim.
Não, bobagem! Prefiro rir do que acreditar que eu realmente possa estar vulnerável a um patife como ele.
Uma declaração importante: a vida está sendo estúpida por colocar Campbell em meu caminho como prova.
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N/A
Me desculpem pelo capítulo curto,
mas se adaptem a isso porque provavelmente terá outros com tamanho similar.
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Contra as leis do amor
Romance"Sim, por você, eu vou tentar e recolher esses cacos até eu sangrar se isso fizer você ser minha." ➳ Plágio é crime.