Três

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Caminho até a universidade com os fones no ouvido, escutando Aerosmith.

Estou terrivelmente bem.

Aí me deparo com Brandon Campbell, porque as coisas sempre tendem a piorar para o meu lado. Na verdade eu estou radicalizando a situação porque, sempre que nos vemos, algo estranho acontece, ou, ele tenta alguma cantada barata.

Isso desde sexta-feira passada, ironia no ponto.

Ele está no estacionamento, com a mão direita na cintura de uma garota e a esquerda, bem, num cigarro. Não fico surpresa porque eu já tinha o visto fumando. Aliás, não fico surpresa por nenhum dos fatos, todos sabem a fama que ele carrega.

Dou de ombros e continuo andando.

Então eu sinto.

Simplesmente sinto que Brandon nota quando eu passo a alguns metros de onde está. Me viro o encarando enquanto ele se desvencilha da garota e coloca o cigarro entre os lábios. Seus olhos me observam atentamente. Engulo em seco quando o vejo andar até mim. Mesmo assim não paro, ao contrário disso, apresso meus passos até chegar ao lado de dentro do prédio.

Talvez isso seja imaturo demais.

E desnecessário demais, porque ele me alcança.

— Não me diga que está fugindo — Brandon diz quase que rindo da minha cara.

Ele está usando o casaco com o brasão do time de Prince Hills.

Seu cabelo está todo desgrenhado.

E mesmo assim, ele continua sendo... Ele.

No fim das contas, acho que me odeio mais.

— Claro que não — reviro os olhos.

— E por que se apressou quando me viu?

— Estou atrasada.

Brandon puxa um pouco a manga para conseguir ver o horário em seu relógio de pulso, e eu, bato os pés involuntariamente no chão.

— Mas ainda faltam dez minutos para as aulas começarem.

Fico puta só por saber que estou perdendo meu tempo com ele, novamente. Entretanto, o mesmo não me deixa passar.

— Sai da minha frente.

— Não.

— O que você quer, afinal? — disparo perdendo a paciência.

— O que eu quero? — ele franze o cenho.

— Não seja idiota.

Um silêncio se estabelece entre nós.

É uma questão simples. Ao menos, para mim. Que ele saiba que, não sou como as outras meninas. Estou longe de ser uma possível opção a ele.

— Não sei o que quero — consigo ver de forma transparente que ele mesmo fora pego com essa pergunta. — Talvez, te conhecer melhor.

Talvez? Me conhecer melhor?

Piada.

Tenho uma imensa vontade de rir, mas contenho-me.

Nossos olhares finalmente se cruzam.

— Desculpa, mas acho que isso não será possível — estou sendo absolutamente cínica, ao tempo em que também estou sendo irônica.

— Por que não?

— Nem tudo é como queremos.

— Neste caso, é como eu quero — Brandon se aproxima com um sorriso pretensioso nos lábios, deixando claro que não se importa com o que penso — e acredite, consigo qualquer coisa.

— Você é muito convencido.

— E você é muito arrogante.

— Você me comparou a uma coisa, e a arrogante sou eu?

— Foi modo de dizer, princesa.

Francamente, nunca revirei meus olhos e fiz tantas caras feias num dia só.

Isso é um dos efeitos Campbell.

Sigo caminhando sem me virar até encostar numa parede, onde suspiro pesadamente enquanto encaro a tintura azul desgastada.

Nunca me senti tão vulnerável assim.

Não, bobagem! Prefiro rir do que acreditar que eu realmente possa estar vulnerável a um patife como ele.

Uma declaração importante: a vida está sendo estúpida por colocar Campbell em meu caminho como prova.

-

N/A

Me desculpem pelo capítulo curto,
mas se adaptem a isso porque provavelmente terá outros com tamanho similar.

Contra as leis do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora