Rose-Colored Boys • {Taeyoonseok}

9: Coração Falso

Perdoem-me pela demora: vestibular + trabalho acabam tirando o tempo e a criatividade. Mas aqui estou com a introdução de mais uma personagem essencial à trama.
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Todos os dias poderiam ser resumidos em encarar os móveis do quarto e se mover, ocasionalmente, para comer quando atingia o limite da fome, ou para usar o banheiro. Sua vida se resumia a realizar suas necessidades fisiológicas, deixar uma música qualquer rolar por seus fones de ouvido, e deixar a própria casa apenas três vezes por semana e isso porque era obrigada a fazer tal coisa.

As janelas do quarto de Taeyeon já não eram mais abertas, e quando isso acontecia, a luz do sol a feria gravemente quase como se ela fosse uma criatura das trevas, dos mundos fantasiosos que tanto leu quando era mais nova e que, quando se tornou mãe, incentivou seus filhos a conhecerem.

Atualmente, contudo, já não lia mais, embora uma infinidade de livros aguardassem para serem tocados. Tampouco compunha mais, coisa que era seu combustível desde sua adolescência. De todos os seus antigos hábitos, apenas um permaneceu com Taeyeon: continuava a trocar a noite pelo dia, passava noites em claro, martirizando-se sem saber porquê, e dormia pelo dia, evitando contato com outras pessoas.

Isolava-se cada vez mais, repelindo até mesmo a si, incapaz de se perdoar depois do que havia feito a seu filho mais velho, contentando-se com o silêncio e iluminação artificial do quarto enquanto ouvia algo no celular e respondia às mensagens que seu psicólogo raramente mandava para lembrá-la da consulta. Sempre frequentou consultórios, então não havia realmente necessidade que a alertassem sobre seus compromissos com os médicos.  

O pequeno aparelho parecia ser a única coisa que mantinha viva a pessoa que um dia habitara aquele corpo. O celular era um coração falso, constantemente recarregado pelo carregador que levava para todos os lados: parecia mais fácil lidar com o vazio assim, tendo um refúgio na música que soava através de seus fones de ouvido. Embora o buraco na alma de Min Taeyeon jamais fosse se preencher daquela forma.

Não quando havia uma ordem judicial a impedindo de se aproximar tanto de Yoongi quanto de Jihoon, não quando ela, que deveria apenas proteger os dois filhos, os machucou de forma irreparável; porque as queimaduras nas mãos de Yoongi poderiam cicatrizar completamente, mas a dor e a desconfiança que ela gerou ao filho sempre estariam presentes e não havia remédio que curasse isso.

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Eu sei que a atualização foi pequena, mas ela é essencial para a história. Vou tentar voltar mais rápido da próxima vez. E, por favor, deem uma olhada no meu quadro de mensagens para ver o projeto pro Namjoon