Tu és meu vício,
sinto tua falta
todas as noites,
entro em abstinência,
desenho teu rosto
em cada uma
das minhas folhas
brancas ou gastas,
te pinto
com as mais belas cores
das minhas aquarelas
como se já não fosses
a mais bela cor
que minha pupila
ousou ver.
Ridículo,
eu sei,
me envergonho
de cada passada de caneta
que te direciono,
por isso fujo
da tua lembrança,
dos meus devaneios,
mas sempre me encontro
a cada findar de dia
nessa mesma
posição
de quem te imagina
repetidas vezes
e decora
e redecora
teus detalhes,
de quem passeia
por cada corte
da própria pele
apreciando a dor
que é lembrar
das tuas carícias,
abrindo descuidadamente
cada ponto
de sutura
que me esforcei pra fazer
durante o dia.
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De Todos Os Textos Que Não Fui Capaz De Te Enviar
PoetryRabiscos de um amor mal vivido que eu não sabia mais onde colocar. Não sei se é prosa, poesia, crônica. Misturo tudo e coloco na mesma caixinha poís não sei desabar de uma maneira que faça sentido, muito menos me expressar de uma forma lógica.