Mas amor,
Eu sinto muito
Eu sinto tanto
Por não saber
Sentir direito
Por só saber
Amar de menos
Sendo o amor essa entrega
Que sempre exige demais
Bebida forte
Conta alta
nunca tive culhão
Pra lidar com a ressaca
Talvez
Eu tenha sido feita
De gato e sapato
Uma vez ou outra
Talvez
Eu não saiba como é
Essa coisa bonita
De amor sem dor
Esse sentir leve
Esse brisa morna
Que lhe bate no rosto
E lhe acalenta
Sem lhe roubar nada
Estou acostumada
Com ferimentos
O sangue escorrendo
Por todo o meu corpo
A falta de oxigênio
Cada músculo dilacerado
Qualquer coisa
Que vem me de graça
Me é ameaça
Assumo que sou
Essa criatura ferrada
Tão contaminada
Por essa falta de afeto
Por essa falta de tato
De apego sincero
Me perdoe
Se eu lhe rasgo inteiro
Mas não sei amar
Sem machucar
Então me agradece
Por lhe manter longe
Desse bomba relógio
Sempre prestes a explodir
Impossível de desarmar
Maldito revólver
Que atira adoidado
Nem sei pra que lado
Me atinge
Lhe atinge
Eu sangro
Você sangra
Mas apesar dos pesares
Obrigado
Por me mostrar
Mesmo todo rasgado
Que o amor não é essa faça de dois gumes
Que eu afio sempre mais
Pro meu lado.
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De Todos Os Textos Que Não Fui Capaz De Te Enviar
PoetryRabiscos de um amor mal vivido que eu não sabia mais onde colocar. Não sei se é prosa, poesia, crônica. Misturo tudo e coloco na mesma caixinha poís não sei desabar de uma maneira que faça sentido, muito menos me expressar de uma forma lógica.