1.Pilot

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- Acorda mano - Diz a Alice me acordando. - Vai acabar se atrasando, o papai está te esperando lá na mesa

- Só alguns minutos e eu já desço - Digo ainda com voz de sono.

- Pelo menos adianta, já sabe como é o seu Leonardo quando o assunto é atraso - Diz ela saindo do meu quarto.

Me levanto e tropeço na mala que já está feita, só então me lembro que hoje é o meu primeiro dia no colégio interno Elite Warriors, depois do último incidente no antigo colégio, meu pai decidiu me matricular neste internato, por isso e também por ser um dos colégios mais renomados do pais.

Apesar da mensalidade ser bem salgada até para um diretor administrativo de uma grande montadora de carros e motos, ele sempre falou que nunca vai poupar esforços para a educação dos seus filhos.

Mesmo quase nunca dando atenção pra mim e quase nunca estando em casa, eu sempre dei valor ao pai que tenho, porém nunca demonstrei.

Entrei no banheiro do meu quarto, tirei meu pijama jogando ele no cesto de roupas sujas e tomei uma ducha que me acordou de vez, escovei os dentes, sequei meu cabelo arrumando-o com a mão mesmo e voltei de toalha para o quarto, peguei no guarda-roupas a roupa que já tinha separado para hoje, uma calça branca meio rasgada, um sapato cano alto preto e uma camisa bem folgada vermelha com detalhes brancos, me vesti rápido e antes de descer voltei ao banheiro para colocar meu piercing no nariz, brincos pretos nas orelhas e passar um perfume.

- Nem demorei muito - Digo chegando na mesa do café da manhã já com a mala em uma das mãos e percebo que o meu pai e a Alice já estão quase terminando. - Como estou sem muita fome, só vou comer uma fruta mesmo - Completo pegando uma maçã e sentando ao lada da Alice.

- Você nunca dá atenção ao que deve ser dado - Diz o meu pai sem nem olhar para mim.

- Se acalma ai coroa, uma hora dessa e eu já tenho que ouvir sermão - Digo com a voz mais desleixada possível porque sei que ele não gosta.

- Acho melhor já irmos nos apressando - Diz a Alice percebendo que esta conversa não ia dar em nada bom. - Não está esquecendo nada Christian ? - Perguntou ela me fazendo lembrar de um dos meus bens mais preciosos.

- Obrigado por lembrar baixinha - Digo dando um beijo no rosto dela.

- Já estamos indo para o carro, vê se adianta - Diz o meu pai enquanto eu estou voltando para o meu quarto.

Entro no quarto, vou direto para o guarda-roupas e bem ali no canto está a mochila, pego ela e coloco meu headphone no pescoço, paro diante do espelho e me observo.

Um adolescente de 17 anos, pele parda, cabelo preto raspado dos lados e grande em cima, olhos azul claro, orelhas e nariz furados, corpo nem muito malhado nem muito magro e 1,80 de altura.

Sorrio parra o meu reflexo e saio do quarto.

- Parece que a vida do Christian Maurice Figueiredo Brown vai mudar, já até imagino a merda que vai dar comigo preso naquele colégio de segunda a sexta - Digo sorrindo enquanto saio da casa com a mochila nas costas e a mala na mão.

Entro no veloster do meu pai e sento no banco de trás, ele dá partida no carro.

Nós moramos em um bairro classe média-alta da cidade de Atlântida, que fica entre o litoral nordeste e o litoral sudeste do Brasil, nossa cidade foi o resultado de um projeto do governo norte-americano na década de 80 para controlar o crescimento populacional em algumas cidades, como ela fica no território brasileiro pode se dizer que quem nasce aqui tem dupla nacionalidade e pode transitar entre o Brasil e os Estados Unidos tranquilamente.

BrownOnde histórias criam vida. Descubra agora