Brown

13.Aline

Uma semana se passou desde que a Karma foi para os Estados Unidos e uma coisa que ela me falou ainda quando eu estava na sua casa não saiu da minha cabeça, ela falou que era para eu tentar pelo menos ser amigo da Nathalia, já que ela supostamente tinha se arrependido de ter falado as coisas que falou, no começo eu nem cogitava esta opção mas agora que estou voltando para o colégio penso em fazer isso.

O Lucas ainda não contou a Maju sobre a gravidez da Luísa, mas me prometeu que de hoje não passava, a mãe dele só faltou matá-lo quando contou, os dois estão um pouco brigados então eu fui buscá-lo hoje, deixo ele na entrada principal do colégio e vou estacionar.

Estou passando em um dos corredores indo para o meu quarto quando vejo um garoto tentando beijar uma garota a força, ela chora tentando afastar ele, essa garota tem os cabelos platinados e uma única imagem me passa pela cabeça, a imagem do André tentando estuprar ela, não penso duas vezes antes de empurrar o garoto no chão.

— O que pensa que está fazendo seu merda ? — Pergunto e ele se levanta.

— Quem você acha que é para me empurrar assim no chão — Responde ele vindo para cima de mim com os punhos fechados.

— Seu pior pesadelo — Digo dando um soco no seu rosto.

Ele chuta minhas costelas e com dor eu seguro sua perna dando um rasteira na outra o fazendo cair, mas o mesmo levanta rapidamente e vem novamente para cima de mim, esquivo de um soco e dou uma joelhada mas suas costelas, consigo acertar dois socos no seu rosto e o terceiro pega no seu queixo o fazendo cair atordoado no chão, eu já estava preparando um chute, mas a Nathalia me segurou.

— Para Christian, ele já ganhou o que merece — Diz ela me puxando.

— Pode ter certeza que esse assédio vai chegar nos ouvidos do Marcus, seu merda — Digo olhando para o garoto no chão.

Vamos até a sala de estar e ela senta em um dos sofás.

— Você está bem ? — Pergunto.

— Estou melhor, obrigado por me ajudar — Responde ela.

— Fiz apenas o que qualquer pessoa com o mínimo de consciência faria — Digo.

— Mas você não é qualquer pessoa — Diz ela me olhando.

— Sou só mais um Nathalia — Digo.

— Não é mesmo, você é uma pessoa incrível — Diz ela me surpreendendo.

— Não foi isso que ouvi sair da sua boca a um tempo atrás — Digo friamente.

— Não sabe o quanto eu me arrependo de ter dito aquilo, eu estava de cabeça quente e acabei falando todas aquelas merdas, pode ter certeza que não penso nem nunca pensei nada daquilo sobre você — Diz ela se levantando.

— Mesmo você não pensando, doeu muito escutar da boca de uma pessoa que eu amava tanto aquilo tudo — Digo olhando para ela.

— Amava ? Então quer dizer que não sente mais nada por mim ? — Pergunta ela em um tom de tristeza.

— Sinceramente eu nem sei mais o que sinto por você, eu ainda gosto muito, mas lembrar do que falou me deixa com o pé atrás — Respondo e ela abaixa a cabeça. — Só que uma pessoa me disse que era para eu acreditar no seu arrependimento e tentar pelo menos ser seu amigo.

— Eu te entendo, você errou mas implorou meu perdão, era a melhor coisa que poderia ter feito e eu agi daquela forma, vou entender perfeitamente se não me quiser nem como amiga  — Diz ela ainda de cabeça baixa.

— Eu te quero do meu lado sim, mas por enquanto só como amiga, vamos começar do zero e deixar a vida decidir o futuro — Digo segurando sua mão.