Tempestade (Larry Stylinson)

Capítulo 5

—O sr. Styles tem uma porção de. . . bem. . . amigas -murmurou tristemente.

—Homens e mulheres não são amigos, são adversários. -respondeu uma voz preguiçosa atrás dele.

Louis virou-se e percebeu que Harry havia entrado silenciosamente no apartamento e observava, recostado no batente da porta. Graham retirou-se, rindo. Louis sentia-se em desvantagem, mal conseguindo ficar em pé, assim que ele entrou na sala. Nervoso, informou-o:

—Houve uma chamada para o senhor. Era uma mulher chamada Kendall Jenner.

—É mesmo? -Harry sentou-se numa poltrona e pegou a garrafinha de bolso. —Você dormiu bem?

—O senhor escutou o que eu disse?

—Sim e obrigado pelo recado.

—Às vezes o senhor me faz sentir muito infantil. Não precisa me tratar como se eu estivesse fora do mundo. Graham me disse que o senhor e esta mulher são. . , bem. . . amigos.

—Foi isso o que ele disse? Como você está se dando com Graham? -perguntou, enquanto se servia de uma dose de uísque e enchia a garrafinha. —Não vá imaginar que sou alcoólatra -disse ele, com um copo na mão.—  Mas tive uma manhã horrorosa e um drinque vai me fazer bem.

Louis virou-se, impaciente. Harry parecia estar disposto a tratá-lo como uma criança. De repente, James disse:

—Acho que vou ter que dar um jeito em você, Louis.

—O que o senhor quer dizer com isso? -perguntou, defendendo-se. —Se acha que não devo discutir seus assuntos com Graham, está certo. Mas também não precisa fazer um escândalo por causa disso.

—Que coisinha agressiva você é, não? -disse, sorrindo. -Talvez coisinha seja a palavra errada. De qualquer modo não estava me referindo a meus assuntos, e sim à sua aparência.

—Minha aparência? O que há de errado com minha aparência?

—Não há nada de realmente errado com ela contudo não creio que uma camisa azul com calça bege sejam particularmente elegantes. Hoje em dia há uma variedade enorme de roupas bonitas, modernas e coloridas que ficarão bem em um garoto como você.

—Seu pai... isto é. . . o tio Henry não aprovava roupas muito modernas, nem eu -exclamou para Harry, impaciente. 

—Não estou lhe sugerindo que se vista como um  hippie, mas você pode vestir algo mais alegre do que um uniforme de escola.

—Tenho outras roupas -retrucou Louis.

—Tem mesmo? Então, por favor, use algo diferente. 

Ele parecia aborrecido com o assunto, pois se serviu de um segundo drinque e caminhou em direção à janela. Louis olhou um momento para ele e, em seguida, foi para seu quarto. Sua cama já estava arrumada .Abriu a mala grande e espiou, desanimado, suas coisas. Não tinha a menor ideia do que deveria usar e, embora tivesse outras roupas eram Todas muito sérias, escuras, completamente fora de moda. Escolheu ao acaso uma camisa pólo verde de veludo, com uma calça escura. Penteou os cabelos e olhou-se no espelho. Não estava com boa aparência. Realmente não estava! Quando entrou na sala, Graham estava conversando com Harry e, assim que o viu, anunciou que o almoço estava pronto. Harry examino-o com olhos penetrantes e convidou-o para tomar seu lugar a mesa. Durante a refeição ele não disse nada. Louis concluiu que ele estivesse preocupado demais com seus problemas. Gostaria de discutir com ele seu trabalho daquela manha na televisão, mas aquele silêncio se interpôs como um muro entre eles e Louis não tinha coragem de rompê-lo. Comeu um pouco de galinha frita com arroz e limitou-se a provar o suflê de queijo. Tomaram café na sala de estar e Louis foi o primeiro a ser servida. Seu nervosismo, porém, fez com que ele derramasse café dentro do açucareiro. Era mais ou menos uma e meia. Louis estava começando a achar que Harry mudara de ideia quanto à ida a Grey Witches ainda naquele dia. Afinal, era um homem ocupado e, mesmo que achasse algum tempo para levá-lo, logo estaria de volta a Londres. Mas o que Harry poderia fazer? Será que o deixaria aos cuidados de sua mãe? Sentiu-se um pouco amedrontado diante dessa perspectiva, pois pouco sabia sobre Harry e muito menos sobre sua mãe. Não tinha ideia se a sra. Styles aprovava ou não a tutela.