Capítulo 12

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Louis escapou de seu corpo e começou a vestir-se, Harry fez o mesmo. Em silencio eles terminaram de vestir-se. 

—Eu volto, Louis. -disse Harry,saindo da cabana e montando em seu cavalo.

Louis observou Harry partir, continha-se para não explodir em lágrimas. Olhou para a vastidão dos campos e identificou-se com aquela desolação. Era semelhante ao desespero que ele estava sentindo. Louis aprendera a amar aquilo tudo, mas apesar disso não podia suportar a ideia de Harry ir para Londres deixando-o ali, não depois do que acabou de acontecer. E também, faltavam apenas cinco semanas para o Natal, e talvez ele não voltasse a tempo. O cenário para suas festas de fim de ano dificilmente seria aquele. Ele era rico, relativamente jovem e sobretudo atraente. Sabia que não teria chance de ficar com ele novamente. Uma vez passado o Natal, alcançaria a maioridade. O ar frio da manhã revigorou-lhe as energias. Montou rapidamente a égua e, Louis esporeou o animal e saiu galopando. Seus pensamentos porém ainda a torturavam. Não sabia por onde ia, mas mesmo assim esporeava o animal, fazendo-o correr cada vez mais. Seu único desejo era pôr fim àquele desespero que o dominava. O vento estava gelado e penetrava-lhe nos ossos, mas era bom cavalgar contra ele e sentir os sentidos entorpecidos. Infelizmente não sabia que direção tomara. De repente, deu-se conta de que se tratava de um lugar desconhecido e perigoso. Rosie tropeçou uma vez, mas Louis conseguiu puxar o freio a tempo, evitando a queda. Mas a égua  tomou o galope e não queria parar. Finalmente Louis conseguiu detê-la. Estava suado e tremendo por causa do exercício e só então percebeu que, agindo sem pensar, pusera em risco sua vida e a da própria égua. Apeando, deu um tapinha amistoso no pescoço suado de Rosie. Respirou então profundamente, tentando afastar o pânico que a corrida desenfreada lhe causara. Ainda estava lá quando viu o cavalo de Harry se aproximando. Ele desceu do cavalo, segurou Louis e sacudiu-o com força.

—Você está louco! Será que não tem nenhum juízo? Que é que há com você, Louis? Está querendo provar que não é capaz de cuidar de si mesmo? É isso? -perguntou, furioso.

Louis sentia-se terrivelmente cansado. Afastou o cabelo da testa e encarou-o sem oposição. Nada mais havia para ser dito, não tinha forças para mais nada. Os olhos de Harry faiscavam de raiva. Louis estava confuso, ele havia pensado que depois de tudo o que fizeram na cabana, Harry o trataria de uma forma diferente. Enganou-se feio.

—E então? -disse asperamente. —Não diz nada para se defender? Ou ainda está tremendo?

Louis balançou a cabeça sem falar. Harry fechou os olhos por um momento, como se não quisesse vê-lo. Então disse, mais calmo:

—Você podia ter morrido!

—Eu sei, eu sei! -respondeu. -Desculpe tê-lo aborrecido.

—Aborrecido? -repetiu. —Que palavra mais inadequada! - Seus dedos tocavam levemente o rosto de Louis. —O que é que eu vou fazer com você?

Louis estremeceu, embora não sentisse frio. Não importa o que ele pensasse. Louis não era a criança pela qual ele se julgava responsável. Era um homem, com as necessidades de um Homem! Percebeu então que ele estava se tornando importante para Harry; muito mais do que imaginava. Não sabia ao certo como isso acontecera, pois lhe faltava experiência. Louis sentia que não era apenas sexo.Em algumas coisas porém o instinto fala mais alto, e essa era uma delas. Pondo tais pensamentos de lado, disse apenas:

—Estou com frio; quero ir para casa.

Ele soltou-o e, montando em seu cavalo, tomou a direção de Grey Witches.

Tempestade (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora