Assim que tomaram a direção de Grey Witches, Louis disse:
—Posso me oferecer para lhe mostrar os monumentos históricos de York.
—Ótimo! Principalmente a estação de trem!
O Hotel Crompton continuava o mesmo. Louis não pôde evitar um leve estremecimento quando entrou no saguão. Já fazia três dias que deixara Yorkshire, e durante esse tempo já realizara a maior parte do plano. Os procuradores Hayman, Brown e Partners foram muito amáveis, entendendo a terrível posição em que ele se encontrava. O próprio sr. Brown estudou o testamento desde o início, e foi ele quem o advertiu para pensar bem antes de agir precipitadamente.
—O senhor me disse que o filho do falecido sr. Farriday é o dramaturgo Harry Styles, e estou certo de que ele não deve ter problemas de dinheiro.
—Não é o dinheiro... -explicou Louis. —É a casa, Grey Witches. Ela deve ficar com Harry. A mãe dele é quem toma conta, eu não posso privá-la disso.
—Entretanto seu tio deixou tudo para o senhor. Compreendo como se sente e, embora eu aceite o fato do sr. Styles ser seu herdeiro legítimo, o sr. Farriday mudou o testamento a seu favor, e devo avisá-lo qual será sua posição se renunciar a tudo.
—Mas o senhor não percebe que meu tio apenas me usou como uma espécie de bode expiatório? Oh, isso não é bem o que eu quero dizer. É difícil explicar, mas certamente o senhor pode ver que esse foi seu modo de vingar-se da sra. Styles por ela ter recusado seu pedido de casamento.
—Será que o senhor não está dramatizando um pouco os fatos? -perguntou-lhe gentilmente, enquanto acendia um cigarro. —Muito pouca gente leva ressentimentos para o túmulo.
—E o senhor pode me garantir honestamente que meu tio seria incapaz de fazer uma coisa dessas?
—Não, acho que não -respondeu o procurador. —O fato de seu tio ter feito dois testamentos com duas firmas de procuradores diferentes nos leva a crer que ele queria provocar alguma confusão com sua morte. Mas, apesar de tudo, já pensou o quanto isso significa em termos de dinheiro para o senhor?
—Não estou interessado em dinheiro! -exclamou Louis, impaciente. —Só preciso de um pouco para sobreviver até que possa arrumar um emprego. Não quero mais nada. Por favor, entre em contato com Grant, Campbell e Dawson antes que possam fazer qualquer coisa, e diga-lhes que os termos do testamento antigo devem ser mantidos sob todos os aspectos.
—Muito bem, sr. Tomlinson, se é isso realmente o que quer.- Sorriu para ele. —Parece que seu tio cometeu apenas um erro: deveria ter colocado uma cláusula impedindo-o de agir assim, se quisesse valer sua última vontade.
—Acho que meu tio fez inúmeros erros de julgamento -retrucou Louis. —Imaginava que Harry iria me abandonar completamente ou pelo menos me deixar no colégio até que eu fizesse dezoito anos. Se isso tivesse acontecido, acharia cabível aceitar os termos do testamento sem problemas. De qualquer modo, parece que ele acreditava que seu filho fosse um pouco mais humano do que ele próprio.
—Muito bem, sr. Tomlinson -disse o sr. Brown, balançando a cabeça. —Vamos agir de acordo com suas instruções. Entrarei em contato com o senhor daqui a um dia ou dois para completar alguns detalhes. Há algo mais que queira dizer?
—Estou hospedado num hotel.
—O Hotel Crompton?
—Não! -disse ele, balançando a cabeça vigorosamente. —No Hotel Crompton não!
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Tempestade (Larry Stylinson)
FanfictionLouis tinha dezessete anos quando foi surpreendido pela morte de seu tio, e mais surpreso ficou ao saber que seu tio havia passado sua tutela para Harry Styles, um desconhecido. Foram dias difíceis,de insegurança e ansie...