Louis vacilava. Gostaria de dizer que não. Que queria ir com ele mais do que qualquer coisa do mundo, mas isso magoaria demais Taylor, que ele sabia gostar tanto de Harry.Apesar do que fizeram na cabana vier a magoa-la muito, mas por ora ninguém iria saber o que aconteceu. Por outro lado, talvez Harry apenas quisesse levá-lo para não complicar ainda mais a situação na casa. Com certeza temia que Louis fugisse e não queria ter essa dor de consciência. Harry precisava concentrar-se na sua peça e Louis tinha certeza que se fosse iria desconcentrar Harry.E também estava gostando de ficar na fazenda.
—Sim, quero ficar -repetiu.
—Então que seja.- E Harry saiu da sala, parecendo um pouco magoado.
Tão logo Harry partiu para Londres, Louis arrependeu-se de sua decisão de ficar. Durante todo o dia pensou nele dirigindo de volta pela neblina, e sentiu apertar seu coração. Porém, decidindo que o exercício físico era o melhor remédio para afastar tristezas, foi encontrar-se com Taylor no estábulo e trabalhou até sentir doer o corpo. Depois era só cair na cama. Durante os dias que se seguiram, ele usou o mesmo método para evitar a melancolia e, pouco a pouco, foi recuperando o ânimo. Harry porém estava sempre presente em seus pensamentos. Na noite em que sua peça estreou na televisão, a sra. Styles determinou que o jantar fosse servido mais cedo para que pudessem assisti-la. Louis ficou surpreso ao descobrir que era uma produção honesta, bem-feita, com uma história real, e não um desses textos complicados que deixavam o espectador no ar, sem entender nada. Quando acabou, a sra. Styles telefonou para o filho, dando-lhe os parabéns pelo sucesso. Depois Taylor e Louis foram para a cozinha preparar algo para comer. Enquanto punha leite nas xícaras, Taylor comentou:
—Tia Anne deu os parabéns a Harry de um modo muito especial. Ela conseguiu que Kendall assistisse toda a peça da cabina do produtor. Desta vez ela exagerou na sutileza. Ela ainda não percebeu, ou finge não perceber, que Harry não está nem um pouco interessado em Kendall. Mas existe uma coisa chamada hábito, você não sabe? Tia Anne acha que, se continuar insistindo no jogo, Harry acabará se acostumando com a ideia de tê-la sempre a seu lado. Alguns meses atrás ela teve uma ilusão de vitória, pois Harry passou um bom tempo com a pobre menina rica. Mas parece que não aconteceu nada. Ele se cansa logo dessas belezas desmioladas. Basicamente Harry é um homem do campo, e há algo nele que pede mais do que boa aparência e posição social. Por outro lado, pense na vida sem graça que deve levar alguém como Kendall. Seus principais interesses são divertimento e boas roupas. Já estava me habituando à ideia de que Harry um dia se casaria comigo, mas agora estou começando a achar que não passa de uma esperança boba. Às vezes penso se ele realmente se casará um dia. Mas ele também gosta de homens, o que complica muito -exclamou Taylor, olhando para Louis. —Diga-me, Louis, como você o vê?
Louis sacudiu os ombros e virou-se, para tirar uma lata de biscoitos do armário, para que Taylor não visse sua expressão.
—Ele é muito amável -disse finalmente. —Quero dizer, foi amável em ter-se responsabilizado por mim, não foi?
—Oh, sim! Ele é amável e gentil às vezes -concordou Taylor.—Mas tem um temperamento forte. Já o vi espancar um homem por ter criticado sua mãe. Mas ele tem charme, e com o charme a gente esquece tudo. Por que você não foi com ele para Londres? -perguntou, limpando a borda da pia.
—Eu. . . não sei -gaguejou. —Por quê?
—Oh, minha criança, veja se não vai se apaixonar por ele. Conheço os sintomas, pois já aconteceu comigo.
—Não sou nenhuma criança e você sabe disso -respondeu Louis, com dignidade.
—Não é? -Taylor sorriu. —Bem, talvez não seja. Mas para Harry você é. Ele é velho o bastante para ser seu pai, sabia?
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Tempestade (Larry Stylinson)
FanfictionLouis tinha dezessete anos quando foi surpreendido pela morte de seu tio, e mais surpreso ficou ao saber que seu tio havia passado sua tutela para Harry Styles, um desconhecido. Foram dias difíceis,de insegurança e ansie...