Capítulo 17

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O resfriado de Louis piorou à noite. Estava com bastante febre, por isso foi para a cama e não falou com ninguém. Evitou todo mundo o dia inteiro, ficando a maior parte do tempo em seu quarto, usando o resfriado como desculpa. Foi a maneira de impedir que suas emoções o traíssem. Na manhã seguinte estava tão fraco que não conseguiu sair da cama. Estava sentindo um peso horrível no peito. Lily veio ver como estava e ficou preocupada com sua palidez e a respiração difícil.

—O senhor precisa de um médico -disse, ansiosa. —Vou falar com a sra.Styles para chamar o dr. Rivers.

—Não! -protestou Louis, tossindo um pouco. —Estou bem. Se ficar na cama hoje, amanhã estarei melhor.

—O senhor pode estar bem pior amanhã -disse Lily, balançando a cabeça. —Deixe-me falar com a sra. Styles. O senhor não pode ficar assim.

—Não, por favor -implorou Louis, com voz fraca. —Deixe. . . deixe o sr. Harry ir embora. Não quero que ele deixe de viajar por minha causa. Diga-lhes apenas que ainda estou resfriado e que vou ficar em meu quarto. Ninguém vai suspeitar de nada.

Lily prendeu as cobertas na cama e colocou a mão na testa quente de Louis.

—Sua temperatura está muito alta -protestou. 

Louis fechou os olhos por um momento.

—Olhe, Lily, deixe apenas que o sr. Styles vá embora, aí você pode falar com sua patroa, certo?

Lily ainda estava em dúvida.

—O senhor não acha que o sr. Harry deveria saber? Afinal é seu tutor.

—O que é que eu deveria saber, Lily? -perguntou uma voz vinda da porta. Louis olhou para Lily.

 Louis segurou com força o cobertor. Harry entrou no quarto e, caminhando na direção da cama, disse, olhando para Louis:

—Então eu estava certo. Você pegou mesmo um resfriado. 

—Não é nada -respondeu Louis.

—Foi ótimo o senhor ter aparecido -disse Lily. -O sr. Tomlinson precisa de um médico; está com muita febre.

—Também acho, Lily -concordou Harry. -Telefone, por favor para a casa do dr. Rivers. Você sabe o número, não?

 —Sim, senhor.

—Então vá. Não importa o que a sr. Tomlinson diga, ele precisa mesmo de cuidados médicos.

—Sim, senhor, obrigada -assentiu Lily e saiu do quarto, enquanto Harry olhava para Louis, pensativo.

—Por que você não queria que eu soubesse?

—Eu sabia que o senhor ia partir hoje de manhã e não queria aborrecê-lo. -respondeu.

—Você sabe que eu não iria, deixando-o nesse estado -disse, zangado. —Por quem você me toma? É culpa minha e você sabe disso.

—Não! A culpa é minha -admitiu, resignado. —Se eu não tivesse insistido em voltar na chuva não teria pego este resfriado.

—Concordo. Mas fui eu quem insistiu para sairmos a cavalo. A responsabilidade é toda minha. -Harry foi até a janela e deu uma espiada no tempo. 

O vento balançou a calha da velha casa. A chuva cedera um pouco, mas a umidade era forte demais. Louis suspirou e encolheu-se na cama. Seu peito doía. Desejou que ele fosse embora antes que começasse o acesso de tosse. Não queria que Harry testemunhasse sua fraqueza.

Tempestade (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora