Capítulo 14

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Assim que ele se afastou, Louis subiu as escadas e abriu a porta. Fechando-a, percebeu que todas as luzes estavam acesas e notou dois casacos pendurados no cabide do vestíbulo. Havia também muita bagagem e Louis  deduziu que não podia ser toda de Harry. Ele trouxera alguém junto. Ouviu um barulho e, ao levantar os olhos, viu Harry observando-o, parado na soleira da porta. Seu olhar era de aprovação e ele experimentou uma agradável sensação de prazer por saber que sua aparência não podia ser melhor. Certamente as roupas novas e o novo corte de cabelo o faziam parecer mais velho. Não se parecia mais com o colegial vindo de um colégio interno.

 —O que esteve fazendo até essa hora? -perguntou Harry.

Ele percebeu que Harry estava furioso, pois sua voz soou fria e seu olhar gelado. Recobrou-se do desapontamento que sentira ao ser tratado rudemente e respondeu:

—Sua mãe não lhe contou onde eu estava? -Harry aproximou-se dele.

 Trajava roupas pretas. O cabelo estava todo emaranhado como se tivesse passado nervosamente as mãos sobre ele. Estava atraente; porém, ao ver sua expressão, Louis assustou-se.

—Sim! Ela me falou, mas é quase meia-noite, e eu não perguntei onde você foi, mas sim o que esteve fazendo.

—Nós fomos até York -respondeu Louis, tenso. —A viagem demora um pouco, o senhor sabe. E eu não fui avisado de que iria haver alguma reunião hoje.

—Não seja insolente. Até mesmo minha mãe estava preocupada. 

Louis sacudiu os ombros. Não se importava de ter chegado tarde ou que o próprio Vincent tivesse ficado preocupado com isso. Ele estava magoado com Harry. Com sua reação grosseira, mesmo depois de tudo que aconteceu entre eles. Na verdade, o principal motivo foi sua aparência não lhe ter provocado nenhuma reação.

—Isso é tudo? -perguntou Louis. 

Já não se importava mais com quem quer que fosse que Harry tivesse trazido junto. Sua curiosidade e felicidade se evaporaram.

—Não! Não é tudo -gritou ele ferozmente. -Que diabos, o que fez em você?

—O senhor falou que eu devia me atualizar, não foi?

—Quem foi que cortou seu cabelo? -perguntou, cerrando os punhos e colocando as mãos nos bolsos.

—Foi Taylor. E ela não cortou, apenas aparou as pontas. Pelo amor de Deus! Pensei que fosse agradá-lo, perdendo aquele meu ar de caipira.

—Você nunca me pareceu caipira -disse ele, mais calmo. -E essas roupas? São novas, não são?

—Sim. E estou certo de que as considera de mau gosto, não? Pois eu não! Gosto delas e Vicent também.

—Será que Taylor também modelou sua língua enquanto estava usando a tesoura? -perguntou, zangado. —Com quem você pensa que está falando, mocinho?

—Não tente mandar em mim! -exclamou, ao perceber que alguém os observava.

Uma mulher estava parada na soleira da porta da sala de estar e os olhava com interesse. Não era Kendall Jenner, como Louis supunha. Era mais velha, talvez da idade de Harry, e mais bonita. Usava um vestido verde-malva, que acentuava a beleza de seus cabelos loiros e lisos. Era pequena, esguia e com feições delicadas. Usava anéis em quase todos os dedos.

—O que está acontecendo. Harry? -perguntou com voz rouca e um ligeiro sotaque. —Quem é ele?

Harry virou-se e, interrompendo um gesto impaciente, apresentou:

Tempestade (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora