Cap. 666 - Súccubus

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- Ei, ele está acordando. – Uma voz feminina, doce.

- Acordando, sim. – Outra, mais fina.

- Ele pertence à mestra! – Outra, um tanto arranhada.

Edgar abriu os olhos, estava deitado, e no primeiro momento não consegui entender o que via. O céu era verde escuro com nuvens pretas, e havia três mulheres olhando para ele, sentadas ao redor da sua cabeça, o olhando de cima para baixo. Todas tinham chifres, pequenos e em forma de arco, a primeira, da voz doce, tinha os cabelos ondulados, pretos e longos, divididos ao meio, usava um óculos de armação fina à frente dos olhos amarelos. A outra tinha o rosto redondo, os cabelos pretos eram curtos e muito repicados, ao ponto de se tornar uma bagunça ao redor de seu rosto, usava uma coleira grossa que lhe cobria metade do pescoço, com uma argola na frente de aço escuro. A terceira tinha um sorriso maravilhoso, mas seus dentes eram pontiagudos e serrilhados como os de um tubarão, era loira e seus cabelos terminavam na altura do ombro.

As três vestiam-se iguais, um vestido branco sem adornos.

- E se nós o aproveitássemos só um pouquinho? – A de óculos fez um sinal com o indicador e o polegar quase juntos. – Uma gozadinha, ela não ia se importar.

- Pare com isso! – A dos dentes pontiagudos tinha a voz arranhada, deu um tapa na mão da outra, o cenho franzido. – Pare já com isso! Se contenha!

- Você está sendo exagerada. Ela não iria se importar mesmo. – A de coleira pegou a mão de Edgar e levou a coleira, o fazendo segura-la. – E então, o que acha?

A dos dentes pontiagudos tirou a mão de Edgar dali com um puxão, depois se levantou e puxou o cabelo da de coleira, levantando ela com força e a atirando longe de Edgar, ela rolou um pouco e logo se levantou, grunhindo. As duas começaram a se estranhar como cachorros de rua, rosnando e mostrando os dentes uma para outra. A de óculos se levantou e deu a mão para Edgar se levantar, e ele, confuso e sem entender o que poderia estar acontecendo, aceitou a ajuda daquele ser.

Foi então que seu deu conta que estava nu, e com uma ereção avantajada, seu pênis parecia maior e mais grosso que o normal, mas não havia dor ali, apenas um estado de inercia, uma sensação de ausência, algo faltava para completar o motivo do seu pênis estar tão ereto. Tudo ao seu redor era um deserto de areia cinza, não havia nada além das três, que agora percebeu que eram garotas, algo entre quinze e dezesseis anos, e que seus corpos eram magros, faltando toda a voluptuosidade daquela outra de chifres que lhe caçava em seus sonhos.

- Parem com isso. – Disse firme, indo até as duas que se estranhavam. – Quem são vocês? E quem é essa mestra? E onde eu tô?

Elas pararam e trocaram olhares, foi a dos dentes de tubarão que deu um passo à frente.

- Eu sou Diantha, a primeira. – Disse ainda com raiva, os olhos amarelos encarando a outra que foi para o lado da de óculos. – Aquela é a Aemilia – apontou a de coleira – a segunda, e a outra é Tryphena.

- Pode me chamar de Fena apenas, se quiser, é claro.

- Nossa mestra não está aqui, ela está em seus aposentos esperando por você. – Grunhiu Diantha, caminhando até ele. – Você sabe onde fica?

- Claro que não. – Respondeu, olhando para os chifres daquela garota. – Porque todas vocês têm chifres, o que são vocês? Diabas?

- Diabas... – Tryphena riu, colocando a mão sobre a boca. Aemilia acompanhou a risada, fechando os olhos e colocando as mãos nos joelhos, rindo com vontade.

- Diabas. – Repetiu Diantha. – Isso mesmo. Agora vamos, precisamos levar você a mestra.

- Quem é a mestra?

A Flor NefastaOnde histórias criam vida. Descubra agora