Cap. 8 - Da Escandinávia, com amor

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Ariel aceitou as desculpas de Edgar, e aceitou o argumento de que era o remédio que piorou a situação. Disse que estava vendo coisas, que precisava de ajuda, que iria fazer terapia, e Ariel aceitou tudo isso, um sorriso simples, mas algo nela dizia que as coisas não estavam tão boas assim.

Suas roupas.

Ela estava de calça, e usava uma camisa de manga longa com gola alta, queria esconder seu corpo. Queria se esconder de Edgar, mas como se esconder de alguém que mora em sua casa?

Conseguiu uma hora com um psicólogo para dali dois dias, e nesses dois dias, continuou com a medicação e se trancou no quarto, dando a chave para Ariel. No começo ela não gostou da ideia, disse que era desnecessário, mas depois aceitou, como aceitou que Edgar precisava de ajuda, como aceitou que ele poderia estar ficando louco. Queria ajuda-lo, e se essa era uma das formas, que seja então.

Na primeira noite em seus sonhos Tryphena voltou a visita-lo. Repetiram aquele ritual, ela sentava, de vestido levantado em cima de Edgar com seu pênis duro, e escorregava para cima e para baixo, brincando sem penetração até o orgasmo de ambos, e depois disso, ela lambia cada gota de esperma, limpava todo o corpo de Edgar a lambidas, e o chupava um pouco, não deixando desperdiçar uma só gota.

Na segunda noite, Tryphena trouxe Aemilia, agora com uma cicatriz leve no braço. Tryphena estava diferente, seus chifres pareciam levemente maiores e mais circulares. Ela apenas assistia enquanto Aemilia mordia seu corpo nu e o lambia até seu pênis ficar ereto, e depois o chupou até o orgasmo, Tryphena testemunhava, se masturbando com o vestido levantado.

Na manhã do terceiro dia, acordou com a porta sendo destrancada. Ariel estava sorrindo, perguntou como estava, e ele pode sentir o cheiro de café invadindo seu quarto.

...

A recepção do consultório era fresca, o ar condicionado configurado em uma temperatura agradável, as cadeiras eram separadas, sem contato com as do lado, marrons em tons pastéis, assim como todos os detalhes do lugar, desde as flores aos quadros com pinturas abstratas, sem graça e sem sentido. Chegou um pouco mais cedo do horário da sua consulta e sentou em uma das cadeiras, tentando ficar confortável com a tensão que estava carregando em sua cabeça.

Sentada à duas cadeiras de distância estava uma garota chegando aos seus vinte anos, seus olhos eram como as aguas do caribe, azuis, verdes, difícil dizer, ficava naquele tom que lembrava as praias paradisíacas das propagandas de turismo. Eles eram emoldurados por um óculos de armação fina, vermelha e retangular. Seu rosto tinha o queixo fino, mas o maxilar forte, um tanto quadrado, seus cabelos eram curtos, loiros tão claros que beiravam o branco, repicados da forma mais feminina possível, mas ainda assim, ficava difícil dizer se era uma mulher com rosto masculino ou um homem de rosto afeminado, sua androgenia era muito marcante, mas conseguia ser bela, ou belo, ainda assim. Era magra, vestia um blazer marrom com uma camisa branca por baixo, calças sociais pretas e um tênis Adidas branco.

Edgar sorriu ao vê-la e deixou sua mente se perder um pouco naquela figura, era extremamente exótica aos seus olhos. Ela sorriu de volta ao ser notada, a boca pequena desenhada por um batom rosa.

- E aí, porque está aqui? - O sotaque era forte, a voz era fina.

- Eu? - Ele apontou para si mesmo. Ela apenas respondeu um sim sussurrado. - Ando tendo pesadelos e vendo coisas, e você?

Ela hesitou e se ajeitou na cadeira, depois cruzou as pernas, uma sobre a outra, como uma mulher faria.

- Não sei bem de verdade. Meu pai me obrigou a vir depois que me pegou na rua com uma menina.

A Flor NefastaOnde histórias criam vida. Descubra agora