Cap. 5 - Ariel, a Não Desejada

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Ela deitou de costas, abriu levemente as pernas e começou a se masturbar.

- Vem, deita aqui, me ajuda a gozar vai.

Ele foi devagar, cauteloso. Acariciou os cabelos de Silvia e tocou em seus chifres, mas seus dedos os atravessaram como se fossem feitos de ar. Os olhos brilhavam entre a maquiagem pesada, mas ela não olhava Edgar, seu olhar estava perdido, seus olhos semicerrados se concentrando naquele prazer solitário para alcançar o orgasmo. Ela pegou a cabeça de Edgar e levou aos seus seios, tirando Edgar daquele estado de choque, mas seu tesão tinha sido trocado por um misto de medo e curiosidade, era difícil se concentrar naqueles vales de ouro com toda aquela sensação na cabeça.

Mas ele estava ali, afogado em deliciosos seios.

E logo os chifres não o incomodavam mais, e se entregou aquele corpo de veludo.

...

Voltaram a festa depois, Silvia ainda carregava os chifres e os olhos amarelos, Edgar podia vê-los quase claramente, ficavam mais nítidos vendo-os pelo canto do olho, se focasse neles, os chifres assumiam uma aparência etérea, transparente e o brilho se apagava aos poucos. Curiosamente, as pessoas da festa parecia estar mais... notáveis. Ele percebia detalhes que antes estavam apagados, como por exemplo, Eliana usava aparelhos, mas seu sorriso continuava lindo, e a faixa preta tinha olhos azuis profundos, levemente esverdeados. Notou até em Hermes e como seu corpo se destacava dos demais.

Por causa disso ficou aéreo, a mente nesses pequenos detalhes. As garotas notaram, Silvia principalmente, mas atribuiu isso ao momento de prazer que tiveram. Aos poucos os detalhes iam desaparecendo, ia tomando uma cerveja, tentando se concentrar nas garotas e suas conversas, nas risadas de Silvia e, depois de ter recebido uma mordida no pescoço de sua amante, sentiu-se mais livre e tranquilo, e os chifres de Silvia passaram a incomodar um pouco menos.

...

Edgar voltou para casa em sua moto, não haviam sombras nas ruas e o dia amanhecia aos poucos. O frio do amanhecer dava uma nova impressão aos seus sentidos, e todas aquelas lembranças de chifres e olhos amarelos começavam a desaparecer, dando lugar a pensamentos mais lógicos, a memórias mais plausíveis. Não eram chifres, o cabelo dela dava essa impressão, e os olhos amarelos, jogo de luz, ilusão de ótica. Poderia se enganar o quanto quisesse, havia uma parte de sua mente que gritava em um quarto de porta trancada, batendo forte para arromba-la, e dizia sempre "era real, ela tinha chifres".

Em casa, Ariel parecia ter acabado de acordar. Estava com os cabelos bagunçados, olheiras profundas e a camisa branca de Edgar servindo como um vestido curto. Tomava um café frio, o olhar perdido na televisão, algo sobre alguma das Kardashian. Edgar entrou, deixou o capacete ao lado da televisão na mesinha e sentou no outro sofá, tirando o tênis.

- Como foi a festa?

- Foi ótima. – Respondeu concentrado em tirar o tênis. – Conheci algumas pessoas novas, deu para descansar.

- Alguma mulher bonita te disso oi?

- Ah, bem mais que um oi.

- Que bom que pelo menos alguém pode ser feliz nessa casa.

Edgar levantou os olhos para Ariel, que tomava o café extremamente entediada, olhando a televisão como se fosse algo obrigatório. Ela nem desviou o olhar, só ficou ali, encarando-a como se fosse algo que lhe desse, o que? Um caminho? Edgar não deu muita atenção àquele comentário, sempre acreditou que cada um faz a própria felicidade, e não há ninguém que vai pegar em sua mão e tirar você do fundo do poço.

- Ontem de madrugada eu não consegui dormir, aí fiquei aqui na sala. Foi estranho, sabe? Porque você não estava lá em seu quarto e eu me senti... sozinha.

A Flor NefastaOnde histórias criam vida. Descubra agora