-Tu não precisas de levar todos os teus sapatos, sabes? Vais poder comprar mais e vão oferecer-te para poderes fazer promoção! – Resmungou ele. Bill revirou os olhos e passou a mão pelo cabelo. Tinha deixado definitivamente a crista e passava agora a deixá-lo ligeiramente de pé.
O rapaz colocou as diversas malas fora do seu quarto e deixou as outras abertas com tudo o que ainda tinha para guardar. Em breve, quase que poderia dizer que nem precisava de buscar mais roupa àquela casa nos próximos tempos.
-Meu, é por tempo indeterminado! Mas isso não quer dizer que tenhas de levar a casa. – Andreas fez menção de dizer, enquanto se encostava à ombreira porta e comia uma maçã. Bill revirou os olhos e abanou a cabeça. Continuou a mexer nas suas calças até finalmente deixar algumas coisas no caso de visitas rápidas e que não trouxesse rigorosamente nada. – Meu, é suposto isso caber a onde?
-Vamos de carro. É por isso que ele está com esta merda toda. – Georg afirmou enquanto abanava a cabeça a ver tudo o que estava a acontecer, depois de ter voltado da casa dos pais e da casa de banho. – Ainda bem que não temos tecnicamente hora para chegar, porque por este caminho, chegaríamos realmente atrasados.
Deixou de ouvir os amigos e continuou a arrumar as suas roupas. No final, pegou apenas na sua mala e colocou lá todos os acessórios. Na última mala depositou coisas indispensáveis para onde iria morar e que era necessário: a fotografia dos pais, a fotografia dos irmãos, dos amigos, a sua agenda, o seu caderno entre outras muitas coisas.
Olhou para o seu antigo caderno, tinha transcrito para aquele caderno tudo... era uma das coisas que realmente queria dar à sua melhor amiga. Achava que era uma boa coisa para lhe dar, após quebrar o que fora o seu ritual durante quase três anos.
Baixou a cabeça e sorriu quando olhou para o caderno. Guardou todas as suas coisas, quando a porta principal foi aberta. Bill foi o primeiro a sair do quarto para colocar o resto das suas malas no sítio. Quando olhou para a porta, reparou na melhor amiga a colocar as suas chaves dentro da sua mala e arquear a sobrancelha ao reparar em tantas malas na entrada da casa.
-Como correu a entrevista de emprego?
Ela encolheu os ombros e pela primeira vez, o rapaz olhou para ela. Usava umas calças que os dois tinham comprado à última da hora para a entrevista. Largas e formais, possivelmente os saltos altos tinham sido emprestados por Jenny, tinham cara disso, não eram os mesmos de sempre. A possibilidade ter sido ela a emprestar-lhe a mala, também era elevada.
-Quando cheguei lá, disseram-me que deviam ter avisado: tinham arranjado já uma pessoa qualificada para o trabalho. Fizeram-me a entrevista caso conseguissem encaixar-me noutro setor. – Encolheu os ombros e fez uma careta, no final, acabou por esbarrar com uma das malas de Bill e de Tom que estavam espalhadas por toda a entrada. – O que é que aconteceu aqui?
Bill mordeu o lábio ao ver a confusão dela com tudo o que estava a acontecer naquela casa. Depois do anúncio feito por Jost na semana anterior, os quatro rapazes pouco tinham falado sobre o assunto após o primeiro dia, com especial atenção por causa de tudo o que tinham a tratar.
A possibilidade de Dylan se ter esquecido por completo que naquele dia era a partida deles era elevada. Suspirou bruscamente e olhou para ela: tentou dizer tudo o que queria através do olhar: era mais fácil assim. Ela entendeu.
-Ah, pensava que não ias levar tanta coisa.
-Não sei quanto tempo vamos ficar lá, e achei melhor ficar prevenido. – Mordeu o lábio com o seu comentário. No final, ela assentiu. Estava para entrar no seu quarto quando a porta tocou. – Dylan, podes abrir? Tenho de ver se consigo pôr todas as malas para fora do quarto.
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An Deiner Seite
FanfictionSobreviver era a sua única prioridade até finalmente sair de casa. Fugir foi a sua única opção. Confiar era uma das tarefas mais complicadas que ela alguma vez pensara ter de enfrentar em toda a sua vida. Estaria sozinha no mundo sem ninguém ao seu...