#46 > Conseguiste fugir?

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-Não, já disse que hoje não vou poder ir. Desculpa, George. – Desligou o telemóvel sem esperar realmente que o amigo se despedisse dela. Pegou nas suas coisas e saiu do quarto.

Tinha chorado o dia anterior inteiro em grande parte por causa de um dos seus ataques de pânico, um daqueles que não tinha há muito tempo. Suspirou bruscamente e entrou na cozinha onde encontrou os dois amigos a tomarem o pequeno-almoço e a verem as notícias super interessados no que estava a acontecer no mundo.

Sorriu ao ver a barriga demasiado grande de Jenny. Estava enorme e nem queria acreditar que dentro de poucas semanas o pequeno rebento dos dois estaria a viver no mesmo mundo que ela. Dylan iria realmente poder ver uma criança a crescer num ambiente perfeito e saudável.

-Olá, Bob. – Dylan beijou a bochecha de Andreas quando este a cumprimentou. Quando tinha voltado da sua penúltima viagem de negócios tinha descoberto que os rapazes tinham estado na cidade natal essencialmente pela casa durante cinco dias e nem tinha conseguido voltar mais cedo. Quando Bill tinha falado com ela, nem tinha acreditado que tinham estado lá. – Estás boa?

-Tenho de ir andando.

Tinha-se esquivado com o trabalho, mesmo sabendo que nem ia para lá. Toda a gente sabia que aquelas datas eram horríveis para ela, especialmente por tudo o que tinha acontecido três anos antes. Suspirou profundamente e pegou nas chaves do seu carro e despediu-se de todos.

-Conduz com cuidado!

Jenny dizia sempre o mesmo depois de um pequeno acidente durante a gravidez e o resultado disso fora a repouso absoluto a pedido dos médicos, para que a sua filha pudesse realmente vir ao mundo sem quaisquer problemas.

Saiu e conduziu sem quaisquer pressas para a casa de Gordon e de Simone, sabendo que eles já estavam à sua espera. Tinha mandado uma mensagem na noite anterior para que se pudesse encontrar com eles, para poder falar com Gordon sobre o que tinha acontecido e ter Simone para lhe dar apoio maternal..

Sentia-se realmente perturbada com o tudo o que tinha acontecido no dia anterior: os pesadelos, o ataque de pânico. Suspirou profundamente quando estacionou o carro perto da casa de Gordon e de Simone. Controlou os nervos e saiu do carro.

Entrou quando a porta lhe foi aberta pela mãe da pessoa por quem estava apaixonada e sentiu-se de imediato em casa. Fechou os olhos apreciando aquele gesto de carinho proveniente de Simone.

-O Gordon está no pequeno estúdio dele. – Assentiu com a cabeça e encaminhou-se logo para lá. – Dylan, queres beber alguma coisa? Queres comer alguma coisa de especial para o almoço?

-Não tenho muita fome... - Simone assentiu com a cabeça e entrou na sala indo buscar algo.

Continuou o seu caminho e bateu à porta de onde sabia que Gordon estaria. Abriu-a apenas quando teve permissão e sorriu para o padrasto dos gémeos com carinho. Gordon levantou-se e cumprimentou-a com dois beijos na face. Depois, Dylan sentou-se à sua frente e por ali ficou durante algum tempo apenas a falarem do seu emprego e de como as coisas estavam no trabalho e sobre a sua última viagem de negócios e acabou por entregar a lembrança que tinha comprado.

-Queres falar sobre o que aconteceu ontem? Sei que tiveste um dia complicado... - Apontou ele. Dylan mordeu o lábio, sabia que ele iria falar sobre o assunto e sabia que tinha de falar sobre aquilo. Tinha chegado ao momento. – Toma o tempo que quiseres, podemos falar do que tu desejares.

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