Demônios pra todo lado

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Rian acorda as seis da manhã. Dormiu pouco está noite.

Ele abre os olhos e pisca se acostumando com a luz que entra pela janela.

- Acordou cedo. - Diz a voz feminina.

A mão da garota pousa sobre seu peito nu.

- Não consigo dormir.

Ela olha para ele do jeito doce que sempre faz.

-Quer conversar sobre isso?

Alice é jovem, tem dezenove anos. Eles se conheceram a poucos meses, mas o relacionamento começou rápido. Ela é absolutamente linda, pele e olhos claros, cabelos castanhos, sorridente, divertida e companheira. Mas não há detalhe nenhum nela, que pra ele, se assemelhe com Derek.

Rian nunca o esqueceu e ainda lembra da dor da despedida. Em sua mente ele insite em se altopunir por não ter dado a atenção que queria dar ao pequeno que ele tanto amou. Demorou tanto tempo pra dizer que amava aquele garoto e quando disse já era tarde.

Um ano se passou e a vida continuou.

Quando conheceu Alice, ele ainda se sentia ferido. Mas o jeito extrovertido da garota amenizou a dor. Ele não a ama, mas tem um carinho grande por ela, além do desejo físico, afinal ela é simplesmente linda.

- Eu estou bem. - Ele responde. - Não quero falar sobre isso.

Ela deita a cabeça sobre o seu peito.

- Ok, mas eu to sempre aqui. Lembre-se disso.

A memória dele insiste em trazer de volta aquele beijo. Aquele único beijo, que por tanto tempo ele esperou. É a tristeza vem logo depois, por saber que foi o último.

- Tenho que te contar uma coisa. - Ela fala levantando o olhar para ele.

Rian não diz nada, mas espera que ela continue.

- Eu estou grávida.

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Eu observo o dia sentado em uma lata de tinta que encontrei por aqui. O sol está nascendo e é muito bonito. Do topo do prédio é possível enxergar o que parece ser um muro, ou cercado alto numa fazenda não muito longe.
Talvez tenha pessoas lá, mas pessoas não são confiáveis.

No último ano, todo tipo de monstro surgiu, mas o mais perigoso deles sempre existiu. Nós somos o pior dos monstros. Somos capazes de atos inimagináveis e as vezes apenas por diversão.

Não confio mas pessoas.

Lembro de quando conheci Nathan e Sam. Lembro de recusar seguir caminho com eles e da demora que foi até realmente confiar neles.
Agora fazemos um belo trio.
Sabemos trabalhar juntos e lidamos bem com as criaturas.

O horizonte eu posso ver uma formação rochosa. É uma certa grande, passamos por lá no caminho. Isso já tem alguns dias.
Há um túnel por onde a rodovia corta caminho por dentro desta cerra.
Sam queria entrar, achou que seria mais fácil se seguissemos  a estrada, mas a cara dele quando ouviu o barulho lá dentro foi sem dúvida ilária.

Pálidos.

São as piores criaturas. São rápidos, possuem garras afiadas, dentes fortes e uma resistência fora do comum. É possível vencer um em confronto físico, contudo eles nunca, nunca estão sozinhos.

São os mais mortais, sem dúvida.

Contudo possuem limitações. Sua pele é sensível à luz, por isso habitam a escuridão. Perderam o sentido da visão,  mas a audição é apurada. Até respirar se torna um perigo perto deles, pois eles se localizam pelo som.

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