Quando eles chegarem

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Éramos muitos.

Pessoas andavam de um lado para o outro o tempo todo. Não sabíamos quando tudo iria acabar e de repente acabou.

Agora tudo o que sobrou foi o resto da humanidade. Abandonados a própria sorte, condenados sofre a cruéis e amaldiçoados a nos tornarmos monstros.

Eu era apenas um adolescente sem muitas preocupações e repentinamente me vejo correndo de monstros que antes foram mrus visinhos, colegas de classe, professores... Como se não bastasse me apaixonei pelo maior idiota que conhecia e este esperou até o último momento pra dizer que também sentia algo forte por mim.
Infectado, desmotivado, desacreditado, escolhi a morte, mas ela não veio. Por mais de uma vez tentei, mas m matar pareceu impossível. Mudei. Me tornei algo novo, uma espécie diferente, ainda nem sei tudo o que posso fazer, mas está em mim, o vírus.

Encontrei meu grupo antigo incluindo aquele cara. Mas ele já tem outra e é ela está grávida, decidi que aquele cara não é pra ser meu cara. Ele não gostou da minha decisão  e nem mesmo eu gosto, contudo é o melhor a ser feito.

Estou me envolvendo com um de olhos claros que me sufoca com seus cuidados exagerados.
Eu gosto dele, mas não tanto. Não quero magoa-lo e nem iludi-lo, mas será difícil evitar isso, dependendo de como serão as coisas.

Hoje mais cedo eu observava as pessoas. Um grupoboequeno de sobreviventes presos dentro de um enorme cercado. Um dia aquela mulher loira que colhia cenouras foi uma empresária de sucesso, ou uma garçonete, ou uma dona de casa. Talvez aquele rapaz da minha idade não precisava se preocupar com muita coisa além das  matérias escolares. O grandalhão debaixo do carro, consertando uma peça quebrada, certamente era mecânico. São tantas pessoas, que um dia foram alguma coisa.

Lara um dia foi a presidente do grêmio estudantil e eleita a sétima entre dez das garotas mais bonitas da escola.

Ned um dia foi o cara que se inscreveu para ser voluntário em projetos sociais em países africanos, se não me engano, ele iria pra lá este ano quando completasse  a maioridade, contudo aqui está ele. Mais um sobrevivente.

Erick um dia foi membro de uma banda de rock que tocava em bares da cidade vizinha a Santa Amélia, junto de sua namorada, cujo a vida ele tirou num momento de desespero e loucura.

Alex um dia foi o mais jovem a ingressar na equipe especial de resgate do estado.

Rian um dia foi um garoto eleiti o terceiro de dez dos garotos mais bonitos da escola. O cara que a muito tempo praticou Bully contra mim e é que depois me evitou durante todo o ensino médio. O cara por quem eu fui e ainda sou perdidamente apaixonado.

Somos todos sobreviventes.
Lutamos por mais um dia o tempo todo.
Sabemos que poderemos morrer a qualquer momento, mas continuamos por acreditar que um dia tudo isso vai acabar e encontraremos segurança.

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Entro as pressas pela porta da casa. Estou procurando Lara, ela é a única que pode ordenar uma retirada. Precisamos sair deste lugar, imagino que os pálidos estarão aqui ainda está noite. Será um massacre.

- Lara! - Interrompo uma reunião entre ela e algumas pessoas. - Precisamos todos sair daqui.

Ela me olha confusa.

- Como sair daqui.

- Encontramos umas criaturas numa fazenda abando próxima daqui. - Alex fala entrando na sala. Ele veio atrás de mim o tempo todo.

- São pálidos. - Digo. - O pior tipo de monstro. Estão vindo pra cá e quando chegarem todas essas pessoas serão mortas.

- Não podemos simplesmente sair. - Ela parece ainda incrédula.

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