– Eu posso tomar um banho? – Giovanna perguntou com um sorriso tímido.
– Fica a vontade, tem um sabonete dentro do armário.
Ela me deu um selinho e se levantou, pegou suas roupas no chão e seguiu pro banheiro. Deixou a porta aberta e ligou o chuveiro. Alguns minutos depois eu escutei ela me chamando.
– Aliperti?
– Oi.
– Você pode por favor me trazer uma toalha?
Me levantei da cama e caminhei até meu armário ao lado do guarda roupa. Abri e peguei uma toalha. Fui até o banheiro e antes de entrar respirei fundo, entrei e vi ela parada me esperando dentro do box. Ri baixinho e entreguei a toalha pra ela que sorriu ao pegar. Olhei seu corpo nu e completamente molhado pela as gotas d’água e tentei tirar a vontade de percorrer com a minha língua por todo ele da minha cabeça. Olhei mais uma vez em seus olhos e sai do banheiro respirando fundo. Fui pra sala e me sentei no sofá, Giovanna chegou alguns minutos depois e se sentou do meu lado no pequeno sofá que eu tinha em meu apartamento.
– Você já parou pra pensar que essa é a última semana de gravação?
– Confesso que não, Grigio.
– Temos só mais 7 dias de Samantha e Heloísa. – Sorriu.
– É amanhã que a gente pega o roteiro dos três últimos dias?
– Sim.
– Limantha endgame?
– Eu espero que sim mas, pode ser que a Heloísa termine com o Felipe... Ninguém sabe o que o Cao quer de fato.
– Não, por favor. – Fiz uma careta e Giovanna deu uma risada gostosa – Inclusive, eu adorei a música que você teve que gravar pra novela.
– Qual?
– Gente Aberta.
– Eu concordo muito com ela.
– Porque? – Perguntei.
– A letra da música diz por si só, Manoel. – Me olhou e cantarolou – Se o amor me chamar, eu vou.
– Eu não tenho a mesma coragem que você pra mergulhar de cabeça em qualquer relação. – Fui sincero – O amor pode me chamar mas eu sei que vou ficar parado no caminho.
– Porque? – Se aproximou mais, como se tivesse como. Estávamos totalmente colados. Pele com pele e roupa com roupa.
– Eu sei que sou descartável.
– Você não é descartável. – Me olhava com intensidade.
– Se eu não sou... – Dei uma pausa – Por que todo mundo que eu amava me fez sentir assim?
Giovanna não disse nada, me puxou pro seus braços, abraçando meu corpo de um jeito meio desajeitado por conta da posição mas ainda sim confortável. Ela estava me fazendo sentir em casa depois de tanto tempo. Ficamos assim por um tempo, até o celular da Giovanna tocar lá do quarto. Sai do seu colo e ela foi buscar. Atendeu e veio conversando com a pessoa até a sala, pessoa essa que eu descobri ser sua mãe.
.-. Tá tudo bem sim, mãe .’. Então, eu saí de lá faz algumas horas .’. Tô na casa de um amigo .’. Se você conhece? Conhece sim, não se preocupa .’. Não, não é o Bruno .’. Nem o Luís .’. Meu Deus, muito menos o Calamari .’. É o Manoel, que curiosa você .’. Eu pego um uber, ok? .’. Não precisa... Mas, mãe... N... .’. Tá, eu te aviso e passo o endereço .’. Beijo .’.
– Desculpa por isso. – Pediu com um sorriso tímido.
– Eu acho linda a relação de vocês duas. – Disse sincero.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Stranger.
Fanfiction"Para Manoel, um garoto transexual de 24 anos, o amor não era algo que existiria em sua vida. Após se assumir para os pais como o homem que é e sempre foi, foi expulso. Deixou seu novo e machucado coração criar uma barreira gigante, não queria e nem...