11.

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– Mas, me conta Manoel, está ansioso pro fim de malhação? – Jane perguntou.

– Um pouco. – Dei um meio sorriso.

– Você pretende fazer o que depois de malhação?

– Mãe...

– Se eu tiver te incomodando com essas perguntas, você pode me falar, viu? Eu paro, afinal, não quero assustar o “crush” da minha filha. – Ela fez aspas com os dedos em seguida riu, Giovanna revirou os olhos, tapando o rosto com as mãos.

– Não, tá tudo bem, pode perguntar o que quiser. – Sorri – Eu na verdade não sei, acho que só vou descansar mesmo. – Jane sorriu.

Os olhos de Giovanna buscaram os meus assim que ela virou seu rosto pra me olhar, sorri vendo um pequeno e tímido sorriso nascer em seus lábios.

– Como é a relação dos seus colegas de elenco com a sua identidade? – Ela perguntou.

– Eles não sabem... – Falei e ela fez uma expressão assustada – Eu não tive coragem de contar de início, depois o tempo foi passando e eu fui deixando isso pra lá.

– Você sentiu medo?

– Eu vivo com medo pra te falar a verdade... – Cocei a nuca – Eu vivi praticamente um ano me escondendo e estava tudo bem, na minha cabeça a novela ia acabar e eu ia desaparecer conforme o tempo fosse passando.

– Esse é seu plano?

– Era.

– O que mudou?

– Bom... Eu deixei a sua filha entrar na minha vida e deixá-la sair agora não é uma opção.

Eu estou quase tendo um ataque cardíaco, porém permaneço pleno, eu estou basicamente me declarando pra menina que me fez sentir coisas loucas em apenas dois dias, e o pior, a mãe dela está do lado. Se eu não morrer nesse jantar, juro que eu não sei de mais nada. Foco, Manoel, foco.

– Então quer dizer que eu mudei os seus planos, Aliperti?

– Mudou... – Sorri.

Jane pediu licença e saiu, nos deixando sozinhos. Ela se levantou de onde estava sentada e veio se sentar do meu lado.

– Depois do jantar... – Me deu um selinho – A proposta de dormir na sua casa, tá de pé?

– Com certeza. – Sorri e a puxei pra um beijo.

Beijar Giovanna tá sendo uma das minhas coisas preferidas no mundo. Toda vez que nossas línguas se encontram é como se uma corrente elétrica percorresse meu corpo, causando formigamento. Senti uma das mãos de Giovanna acariciando minha nuca, as unhas arranhando de leve. Ela quebrou o nosso beijo mordendo meu lábio, abri meus olhos e a vi sorrindo.

– Então... – Ela começou a puxar assunto – O que você achou da minha mãe?

– Sua mãe é uma pessoa incrível, já disse isso pra você mas eu acho linda a relação de vocês.

– Ela não te incomodou com aquele tanto de pergunta?

– Claro que não. – Sorri.

– Você sabe que vai ter mais, né? – Eu percebia que ela estava nervosa.

– Gi... – Tirei uma mecha rebelde que teimava em cobrir aquele lindo rosto – Tá tudo bem a sua mãe me enchendo de perguntas. Eu tô confortável e não me importo, ok?

– Então sem chances de você sair daqui correndo?

– Porque você acha que eu vou fazer isso?

– Você é muito tímido e minha mãe fica aí, te enchendo de pergunta.

– Tá tranquilo, Gi.

Ela só sorriu e relaxou. Se aproximou mais de mim e colocou a cabeça no meu ombro. Ficamos em silêncio até Jane voltar pra sala.

– O jantar está pronto. Vamos?

– Vamos. – Giovanna se levantou e me puxou em seguida.

Fomos até a sala de jantar de mãos dadas, sendo acompanhados por Jane. Puxei uma cadeira e ela sentou, fui e me sentei ao lado dela.

– Manoel, eu espero que você goste de lasanha. É bem simples porque Giovanna me disse que você é um rapaz simples. – Sorriu – Tá certo?

– Tá certo. – Senti minha boca salivar – Eu sou apaixonado em lasanha, Jane.

– Graças a Deus. – Riu – Sabe quem fez?

– Não, quem?

– Giovanna. – A olhei, e ela deu um sorriso tímido – Eu ajudei, mas quem fez a maior parte dos processos foi ela.

– Não sabia que você cozinha, Gi.

– Tem muitas coisas que você não sabe ainda. – Piscou.

As coisas ocorrem tudo bem durante e depois do jantar. Era quase 22 e Jane se despediu, disse que estava cansada e que iria pro seu quarto. Antes falamos com ela sobre Giovanna ir lá pra casa, ela concordou e com isso pedimos um uber. Meu coração parecia que ia sair pela a boca, minhas mãos soavam e eu estava extremamente nervoso. Era a primeira vez depois de um bom tempo que alguém ia dormir comigo. Sem malícia alguma.

Quando o carro parou em frente ao meu apartamento o meu nervosismo piorou. Tentei permanecer pleno e acho que consegui, já que Giovanna não disse nada. Subimos em silêncio, abri a porta de casa e ela entrou. Torci mentalmente pro cheiro dela impregnar no meu apartamento e mesmo depois que ela for embora, o cheiro permanecer. Ela seguiu pro quarto como se já tivesse seguido várias vezes aquele caminho. A segui e vi colocando sua bolsa na cama. Ela se virou e eu caminhei até ela, fechei minhas mãos em sua cintura e ela abraçou meu pescoço com os braços.

– Enfim sós, Aliperti.

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Adivinha quem atualizou a fic no spirit e esqueceu de atualizar aqui? Eu mesmo. Risos. Vocês me desculpem.

Boa leitura.

Stranger.Onde histórias criam vida. Descubra agora