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(Fading out, that's my way of life
Losing high when the beat goes down
Take me now, take me to a place we're alone, we're alone
Fading in, take off all my clothes
Into you, my frustration grows
Take me now, want you to bring me home)

“Sumindo, é assim que está a minha vida
Perdendo a brisa quando a batida acaba
Me pegue, me leve a um lugar onde ficaremos sozinhos
Ficaremos sozinhos
Reaparecendo, tire minhas roupas
Por você minha frustração aumenta
Me pegue, quero que me leve pra casa"

18 de setembro, 07h34.

Narrador.

– Se você tiver pelada, se cobre porque eu estou entrando... – Ana falou e abriu a porta do quarto – Vamos levantando, Giovanna, que chegou o dia do seu casamento e eu vou te levar para um spa.

Ana tinha chegado na casa dos noivos antes das oito da manhã, ela acordou Manoel e o expulsou do quarto. Giovanna abriu os olhos e virou o rosto apenas pra encarar a amiga.

– Ana, que porra? – Perguntou sonolenta – Que horas são?

– A hora não importa... – Falou enquanto abria a janela, Giovanna tapou o rosto com o travesseiro de Manoel – Agiliza, Giovanna.

Puxou o travesseiro do rosto de Giovanna e obrigou-a levantar. Enquanto ela tomava um banho contra sua vontade, Ana organizava uma malinha pequena apenas para a tarde. Ela tinha feito a reserva das nove da manhã até as duas da tarde, quando saíssem de lá iriam rapidamente para um salão de beleza reservado para as duas e mais algumas amigas.

A cerimonialista chegaria após das duas da tarde para organizar tudo para o casamento que aconteceria as sete da noite.

Manoel estava na cozinha preparando um café e algo pra comer, estava morrendo de sono e ansioso para hoje mais tarde. Tinha que ir buscar seu terno e ainda não tinha escrito nada pra Giovanna, lhe faltavam palavras.

Ana entrou na cozinha e pegou um copo do armário, abriu a geladeira e colocou um pouco de água no copo.

– Ansioso? – Perguntou e bebeu um gole.

– Muito... – Ele suspirou – Não só eu, mas Giovanna também, quase não dormimos essa madrugada.

Ana riu e puxou a gola da camiseta de Manoel pra baixo.

– Não acho que foi por culpa da ansiedade não, ein? – Falou, ainda rindo.

– Ai, para de ser intrometida, meu anjo. – Manoel tirou a mão dela de sua gola – Isso aqui não é dessa noite.

– Meu Deus do céu... – Riu mais um pouco.

Giovanna apareceu alguns segundos após na cozinha, de banho tomado, um vestido soltinho e cabelo preso em um coque. Manoel observou sua namorada sentindo seu coração disparar dentro do peito, ele não conseguia acreditar muito bem que daqui algumas horas estaria casado com a mulher na sua frente.

– Oi, amor... – Ela se aproximou de seu noivo e o beijou a boca com delicadeza.

– Oi. – Retribuiu o beijo, sentiu quando a mão de Giovanna segurou sua nuca. Ia aprofundar o beijo quando ouviu Ana limpando a garganta. Pediu pra que as duas fossem logo, porque se demorasse mais não chegariam na hora marcada. Mesmo sem vontade Giovanna concordou com a Ana, pegou sua bolsa e foi se despedir de seu noivo. Deixou um beijo gostoso em sua boca.

– Eu te vejo no altar, amor.

Giovanna disse deixando o coração de Manoel batendo que nem louco dentro do peito.

– Te vejo no altar, mulher de minha vida.

O dia seguiu ansioso, a decoração seria na cor branca e dourada, alguns girassóis e lírios espalhados pelo o local. As pessoas já estavam organizando as coisas e Jane estava ajudando Manoel ficar de olho, já que ele não entendia tanto. A cerimonialista estava ajudando também, com o que podia. Henrique disse que iria pegar o terno pra que Manoel ficasse mais tranquilo e quando deu uma hora antes das cinco da tarde, ele chegou com o terno em mãos. Um pouco mais distante estava Giovanna e Ana, as duas tinham relaxado e curtido as mordomias que estavam a disposição.

A sorte é que Ana tinha escolhido um spa que tinha um salão de beleza dentro, estava reservado para as duas. Giovanna escolheu um penteado preso, deixando seu pescoço e rosto todo amostra.

O vestido era elegante, longo e deixava Giovanna ainda mais bela, ele realçava todas as curvas de seu corpo. Manoel era sempre mais básico, um terno preto e simples era já o suficiente. A noite seria dos dois, mas queria que o destaque fosse sua noiva que com toda certeza do universo estaria esplêndida.

18h55.

Tinha chegado a hora, Manoel iria caminhar pelo o altar e esperaria sua noiva também fazer o mesmo. Ele sabia que Giovanna já estava em casa, não sabia em qual lugar e ele aguardava na sala. Era só sair pela a porta e dar quatro passos que já estaria no começo do altar e ele estava lindo. O tapete branco com algumas pétalas de rosas jogadas, as cadeiras ao lado onde estavam sentados todos os convidados. Um arco grande coberto de girassóis, lírios e margaridas, todas as flores que Giovanna gostava.

Ele respirou fundo e iniciou o caminho, não tinha pressa, observou todos os amigos sentados as cadeiras, as pessoas da família de Giovanna e sentia uma grande felicidade. Quando chegou em frente ao Juiz de Paz sentiu a sua última ficha cair e sorriu.

Se virou e ficou encarando o início do altar, faltava pouco pra ver sua noiva entrando e mais pouco ainda pra se casarem. Henrique e Juliana entraram, eles eram os padrinhos do noivo e alguns segundos depois Bruno e Ana também entraram, como padrinhos de Giovanna.

Manoel respirou fundo e escutou o toque da música que ela tinha escolhido, sentiu suas pernas tremerem e sorriu grande ao vê-la caminhando em sua direção. Quando os olhares se cruzaram o amor se tornou palpável. Quem estava acompanhando ela pelo altar era Jane, além de mãe sua melhor amiga, a pessoa que desde o início apoiou a relação dos dois e que sempre esteve por perto.

Para Giovanna caminhar lentamente até seu noivo foi quase torturante, queria logo estar nos braços de seu amado, mas sabia que não podia apressar as coisas e sabia também que daqui algumas horas estariam curtindo a lua de mel em um quarto em Fernando de Noronha.

– Cuida bem dela, ok? – Jane falou enquanto entregava a mão de Giovanna para Manoel, que a segurou – Ou você sabe, eu te mato.

Os três riram, era sempre esse clima quando estavam juntos, Jane foi para o seu lugar, na primeira fileira. Giovanna e Manoel se olharam com ternura e se viraram para ficar de frente ao Juiz de Paz.

– Todas as pessoas que estão aqui pra prestigiar a união civil de vocês dois sabem da história, do começo de tudo o que vocês já viveram e que ainda vão viver. – O Juiz começou a falar, as mãos dadas e os corações batendo no mesmo ritmo – Vocês se conheceram por uma novela e se uniram desde lá, um mais cedo que o outro, mas foi lá que a história de vocês começaram... – Giovanna sorriu sentindo a emoção tomar conta e Manoel não estava diferente – Hoje vocês dão mais um passo pra uma história bela de amor e companheirismo. E agora eu quero que vocês se lembrem do primeiro beijo, e como se fosse essa primeira vez você, Manoel, pode beijar a sua esposa, Giovanna.

Após essas palavras os dois se olharam e sorriram, estavam casados. Se aproximaram no mesmo momento, Manoel passou a ponta dos dedos delicadamente na bochecha de Giovanna, que sorria e observava seu esposo. Quando os lábios se tocaram em um beijo tímido e apaixonado, além do amor a felicidade se tornou palpável e qualquer pessoa que estivesse prestigiando esse momento conseguiria pegar em suas mãos.

Em meio a palmas e assobios felizes de todos os convidados, Manoel e Giovanna quebraram o beijo e se limitaram em apenas ficarem se observando, estavam em sua bolha.

– Eu amo você, Giovanna. – Manoel falou e sorriu grande para a mulher a sua frente, que agora era sua esposa.

Giovanna não estava diferente do homem a sua frente, a felicidade que estava sentindo não cabia em palavras.

– Eu amo você, Manoel.

(Let's begin, love making you beg for the win
I'm the prize you get if you do everything I say
Get you high, I get you high
I wanna be what you want me to be
I'd go anywhere, no rules, I don't care
Just take me home)

"Vamos começar, amo fazer você implorar pela vitória
Eu sou o prêmio que você recebe se você fizer tudo o que eu mandar
Te deixo chapado, eu te deixo chapado
Eu quero ser o que você quer que eu seja
Eu iria pra qualquer lugar, nada de regras, eu não ligo
Apenas me leve pra casa."

22h54.

Manoel e Giovanna estavam entorpecidos de felicidade, por terem se casados e por estarem rodeado de amigos. Eles tentavam dar atenção pra todas as pessoas que estavam lá além de sumirem alguns minutos de vez em quando para namorarem um pouquinho.

Uma música estava tocando e algumas pessoas dançando, enquanto outras estavam sentadas a mesa bebendo, conversando e comendo. Giovanna estava abraçada ao seu noivo, quando todos escutaram alguém batendo no microfone. Olharam para ver quem era e era ninguém mais e ninguém menos que Ana.

– Oi, gente... – Riu e levantou seu copo de bebida – Eu sei que a música estava boa, mas eu não posso perder a oportunidade de fazer duas coisas agora.

Ana olhou para o casal e apontou pra eles rindo.

– Primeira coisa, tá mais do que claro que eu sou a madrinha do casal porque foi na minha cozinha que os dois deram o primeiro beijo e foi de lá que eles começaram a ficar... – A Manoel e Giovanna – E vocês acharam que ia escapar? Eu quero os dois aqui em cima, fazendo discurso ou só falando alguma coisinha bonita um para o outro.

Manoel olhou quase em desespero pra Ana e depois pra Giovanna, que apenas riu.

– Agora.

Ana deu um grito um pouco alto demais no microfone.

– Eu vou primeiro... – Gi falou no ouvido de seu esposo e deixou um selinho em seus lábios.

Manoel ficou observando Giovanna indo até Ana e ficando no lugar dela, com o microfone em mãos. Ele sorriu rendido e foi pra mais perto. Ela olhou seu esposo e quando os olhares se cruzaram, começou.

– Eu sempre me lembro do dia que te vi pela a primeira vez, você nem olhou pra mim, depois eu entendi que era por timidez, mas eu fiquei encantada desde o primeiro segundo. – Ela disse, sorrindo – Eu senti por você uma coisa que eu até então não tinha sentido, depois de um tempo eu entendi que era amor e agora casada com você eu tenho total certeza, foi amor desde que eu te vi e esse amor foi só aumentando, tanto que hoje estamos aqui. – Manoel tentava não chorar, mas estava completamente emocionado, Giovanna também – Eu amo você e te digo isso todos os dias, obrigado por tanto e por tudo, meu menino.

Giovanna estendeu o braço para Manoel, que foi até ela e segurou sua mão. Puxou sua esposa e a beijou, delicadamente. Após quebrarem o beijo, Manoel pegou o microfone das mãos de Giovanna.

– Há muito tempo atrás eu tinha a certeza de que não encontraria ninguém e estava tudo bem, eu me bastava sozinho. Só que você chegou. Eu me mantive na minha até a festa na casa da Ana, no dia que a gente se beijou pela a primeira vez, mas eu sempre me senti balançado por você e isso eu nunca te contei, mas o que me impedia era aquela certeza que eu tinha... – Giovanna observava Manoel e sorria, os olhos marejados e o coração batendo a mil – Mas permitir você entrar na minha vida, na minha rotina foi sem dúvidas a melhor coisa que me aconteceu. Eu não troco a gente por nada desse mundo, eu não troco o nosso amor e esse sentimento gigante explodindo meu peito por nada, eu amo você e obrigado, amor, por me fazer sentir, por esse sentimento tão recíproco, por tudo e por tanto.

Giovanna puxou Manoel para outro beijo, muito mais intenso que o outro. Terminaram a noite e começaram a madrugada rodeados de amigos e com a certeza de que era só o começo de mais um ciclo.

No outro dia, 20h32.

Manoel.

Tínhamos acabado de chegar em Fernando de Noronha e na pousada que iríamos ficar, só no trajeto do aeroporto até aqui podíamos ver o quão incrível era aqui. E seria mais incrível poder curtir tudo isso acompanhado da mulher que eu amo.

A noite de ontem tinha rendido bastante, após toda a comida e bebida acabar ainda ficamos conversando sobre várias coisas, jogados na grama do nosso quintal.

Giovanna conversou com a recepcionista e ela nos entregou nossa chave, trazemos pouca coisa e logo estávamos entrando em nosso quarto. Deixei nossas malas em cima da cama e vi minha esposa entrando no banheiro.

– Tem uma banheira aqui, Manoel... – Gritou.

Gi saiu pela a porta e parou na minha frente.

– Vamos tomar um banho juntinhos e começar a aproveitar nossa lua de mel? – Giovanna disse enquanto desabotoava a minha camisa.

Ajudei pra ela ir mais rápido e fiz a mesma coisa com o resto de nossas roupas. A peguei no colo e segui com ela até a banheira.

(You're my stranger in the dark
I am lonely, lonely heart
Waiting for someone to take me home
You're my stranger in the dark
I am lonely vagabond
Hold me down, want you to bring me home)

"Você é meu estranho no escuro
Eu sou um solitário, solitário coração
Esperando alguém me levar pra casa
Você é meu estranho no escuro
Eu sou um solitário vagabundo
Me abrace, quero que me leve pra casa."

– Devemos colocar uma banheira na nossa casa... – Gi falou enquanto descansava, ainda não tínhamos saído da banheira.

– Podemos ver isso quando voltarmos.

– Sério? – Levantou o rosto só pra me olhar.

– Claro, porque não?
– Talvez não tenhamos espaço no nosso banheiro.

Dei um sorriso e beijei sua testa.

– A gente arruma jeitinho, Gi, relaxa.

Ela concordou e voltou a deitar em meu peito. Iniciei um carinho por toda as costas de Giovanna, da forma que ela gostava. Ficamos calados por alguns minutos até ela falar alguma coisa.

– Vamos sair daqui, vem.

Nos levantamos e fomos para o quarto, me sentei na cama e fiquei observando minha esposa. Ela fechou as cortinas das janelas e veio até mim, nua e rebolando sensualmente.

– Eu quero mais...

Foi as últimas palavras antes de avançar na minha boca e me fazer deitar na cama, ela ficou em cima de mim e eu podia sentir sua boceta molhada na minha pele, a umidade me deixava louco.

A beijei com vontade, usei minhas mãos para segurar firmemente sua cintura.

Eu me sentia orgulhoso por deixar minha esposa me tocar e eu adorava quando ela fazia isso, tínhamos melhorado ainda mais no sexo a partir do dia que ele se tornou um pouco mais relativo.

Ela beijou meu pescoço e foi descendo, pulou a parte que me causava a pior das disforias e percorreu a minha barriga com alguns beijos até chegar onde queríamos. Ela passou a língua por toda a minha intimidade até focar no meu clitóris, a onda de calor que invadia meu corpo me fazia focar ainda mais com tesão. Quando senti o orgasmo chegar, soltei um grito alto, mas eu não me importava se alguém escutasse, Giovanna subiu distribuindo alguns beijos por minha barriga e ficou em cima de mim.

Olhei em seus olhos e sorri, ela era linda demais. Ela beijou minha boca e durante o beijo eu inverti as posições.

– Minha vez... – Falei baixinho contra a boca dela.

Ela me olhou com expectativa e eu fiz o mesmo rastro de fogo até a sua boceta. Passei o dedo por ela toda vendo o quão molhada ela estava. Dei um sorriso e caí de boca, eu amava o gosto que ela tinha.

Chupei a boceta de minha esposa até sentir que ela estava prestes a gozar, parei o que estava fazendo e escutei Giovanna me xingando. Olhei pra ela e com nossos olhares conectados, eu penetrei dois dedos de uma vez.

Ela abriu a boca em um ‘o' e a expressão de seu rosto se derramou em puro tesão. Iniciei um vai e vem bem devagar e fui aumentando o ritmo aos poucos, mantendo o contato visual.

– Fode mais forte, vai...  Isso... – Gi pedia e rebolava, era a visão do paraíso vê-la toda suada e rebolando em meus dedos.

Aumentei ainda mais a velocidade e comecei a chupar seu clitóris enquanto a fodia. Não demorou muito pra eu sentir seus primeiros espasmos e muito menos pra ela gozar pra mim e em meus dedos. O retirei de dentro dela e a chupei, limpando o que eu tinha feito.

Gemi em satisfação sentindo gosto de novo em minha boca. Quando terminei, subi por todo seu corpo dando alguns beijos e mordidas, parei em sua boca e lá deixei um beijo delicado.

Me deitei ao seu lado e como estávamos exaustos, formamos uma conchinha e assim adormecemos.

Quatro dias depois, 13h32.

– O que você acha de pedirmos uma porção grande de camarão? – Gi perguntou enquanto olhava o cardápio.

– Eu apoio... – Sorri.


Íamos passar a tarde na praia, porque faltava apenas três dias pra irmos embora. Falamos que não éramos aventureiros, mas já tínhamos feito trilha e passeado de barco.

– Uma porção de camarão e pode trazer outra cerveja pra gente também, obrigada.

Ela falou educadamente com o rapaz que estava servindo a gente, me olhou e sorriu. Procurei sua mão em cima da mesa e a segurei, ficamos assim até o nosso pedido chegar.

Comemos batendo um papo tranquilo sobre o filme que tínhamos assistido de madrugada. Iríamos passar o resto da tarde na praia, Giovanna queria pegar sol e eu iria acompanha-la nessa jornada.

Três dias e quatro horas depois, 16h53.

– O seu irmão cuidou direitinho daqui, amor. – Gi falou me abraçando por trás.

Tínhamos chegado aqui era por volta das onze da manhã, desfazemos as malas e aproveitamos para descansar um pouco. Dormimos até um pouco antes das quatro, acordamos, tomamos um banho e comemos alguma coisa que tinha na geladeira.

– A casa tá tão arrumada que eu estou com dó de ficar aqui e bagunçar... – Gi falou, ela estava com os pés na minha perna e eu aproveitava pra massagea-los – Vamos voltar pra Noronha?

Ri baixinho e neguei com a cabeça.

– Muita calma aí, garotinha, nós não somos ricos.

– A gente arruma um emprego lá e tá tudo certo. – Deu de ombros.

– Em algum hotel ou pousada? – Perguntei e ela concordou com a cabeça – Então tá bem.

Ela riu e tirou seus pés de minha perna apenas para puxar meu rosto e colar nossos lábios.

24 de maio de 2021, 16h57.

– Meu Deus, gente... – Gi bateu palminhas, feliz – Que coisa maravilhosa.

Eu estava emocionado, não conseguia dizer e nem fazer nada além de sorrir. Henrique e Juliana estavam nos contando sobre quando decidiram adotar um filho, eles foram em um lar adotivo e fizeram todo o processo, seria algo demorado e exaustivo, mas eles estavam encantados com uma garotinha de quatro anos de idade.

– Ela se chama Gabriela, mas já disse que prefere o apelido que é Gabie... – Juliana falou com os olhos brilhando – Ela não parece ter quatro anos, sabe? Ela é tão esperta, quer saber e conhecer tudo e olha, estamos tão encantados.

– Nós ainda não a conhecemos, mas garanto que já estamos encantados com a Gabie. – Minha esposa falou.

– E vocês? – Ju perguntou – Vocês pensam em ter filhos?

– Daqui um tempo sim, eu estou terminando um projeto e retomando a escrita do meu livro, então por agora não tem nenhuma possibilidade... – Gi disse e me olhou – E Manoel terminou às gravações de um filme e agora vai entrar no elenco da próxima novela das nove, então realmente fica complicado.

– Nós estamos nos planejando pra diminuir nossa carga horária assim que conseguirmos adotar a Gabie. – Henrique – Nós trabalhamos muito e nossa rotina está muito puxada, então se continuarmos assim a adoção não vai acontecer, porque a deixaríamos muito tempo sozinha e não queremos isso.

– Vocês sabem que sempre que precisarem podem deixar ela aqui com a gente, não é? – Minha esposa falou, eu me mantinha apenas observando a conversa dos três extremamente orgulhoso – Manoel é meio desligado às vezes, mas vai ser um bom tio.

– Ei, que isso? – Perguntei indignado e os três riram – É algum tipo de complô contra a minha pessoa?

– Claro que não, bebê.

Giovanna sorriu e me deu um beijo estalado no rosto. Cruzei os braços e me escorei ainda mais no sofá.

– Eu não sou desligado... – Falei, Giovanna arqueou a sobrancelha me fazendo assumir – Tá, talvez um pouco.

– Semana passada você lavou o cabelo com o meu sabonete intimo, Manoel. – Fechei os olhos um pouco constrangido, Giovanna não deveria ter contado isso, escutei Henrique e Juliana gargalharem – E você só percebeu isso porque senti o cheiro em seu cabelo.

– Não tinha necessidade de você expor isso, Giovanna... – Fiz um pequeno bico.

– Então não diga que você é só um pouco desligado, porque eu tenho um repertório gigante pra expor.

Levantei os braços me rendendo, não queria que ela fizesse mqis um exposed.

Terminamos a tarde na companhia de meu irmão e a esposa, pedimos alguma coisa por delivery e fomos para a cama. Tínhamos uma série pra terminar de assistir e Giovanna estava me enchendo a paciência por causa disso.

Setembro de 2021, 21h43.

Em alguns dias estaríamos completando um ano de casamento, o Manoel de cinco anos atrás não acreditaria se alguém contasse pra ele, a sua pouca ou quase nenhuma fé no amor e nas coisas boas da vida o atrapalhavam enxergar um sentido ou um final feliz para a sua vida. Era bom visitar o passado algumas vezes para ter a certeza da melhora e da felicidade que agora existe em meu peito.

Olhei para a mulher que estava ao meu lado e deixei um sorriso rasgar meu rosto, era inevitável. Ela sentiu meu olhar em si e virou seu rosto para me olhar, sorrindo logo após.

– Eu te amo, Giovanna. – Falei, com toda sinceridade e amor que eu tinha dentro do peito.

– Eu amo você, Manoel.

Ela respondeu o que eu tinha dito com a mesma sinceridade e amor. Estávamos casados a quase um ano e tínhamos certeza que esse um ano viraria dez, e depois dez virariam vinte e assim por diante, e existiria por outras vidas mais, de todas as formas possíveis e continuaria existindo por toda a eternidade, isso se ela existir.

E eu espero que exista.

Pois 70 anos e um milhão de vidas futuras não é o suficiente para o nosso amor.

(So you're my last hope and, and I don't care what you do
Leave my heart open, I'm gonna leave it for you
You can walk on it, I wanna hurt, feeling used
Take the edge off it, just take the edge off it...)

"Então você é minha última esperança e, e eu não ligo pra o que você fizer
Deixarei meu coração aberto, vou deixar pra você
Pode pisar nele, quero sofrer me sentindo usado
Acabe com ele, apenas acabe com ele..."

▪︎▪︎▪︎

Oi... Chegamos no último episódio.

A música do capítulo é o nome da fanfic, é uma das minhas músicas preferidas da vida e da minha cantora preferida do universo. (Stranger - Tove Lo)

Eu volto aqui hoje mais tarde ou amanhã pra falar alguma coisinhas.

Aproveitem e desde , OBRIGADO!

Eric.

Stranger.Onde histórias criam vida. Descubra agora