– Você gosta de cafuné? – Giovanna quebrou o silêncio.
– Muito.
– Então deita aqui no meu colo, vou fazer. – Ela olhou pro sofá e balançou a cabeça negativamente – Muito pequeno, vamos ficar desconfortáveis. Vem, vamos pro seu quarto. – Pegou minha mão se levantando em seguida e me puxando pro quarto.
Ela se sentou na cama encostando suas costas na cabeceira e me fez deitar com a cabeça em seu colo. Senti sua mão encontrando meu cabelo e logo em seguida seus dedos me fazendo um carinho. Fechei meus olhos tentando me recordar da última vez que recebi cafuné, carinho e atenção. Giovanna me fez sentir em paz comigo mesmo e com o mundo depois de tanto tempo.
– Não é pra dormir, Manuca.
– Manuca?
– Sim... – Riu, baixinho – Não gostou?
– Longe disso, gostei sim.
– Não achou meio... Hm, feminino?
– Não, fica tranquila.
– Você gosta de flores?
– Não muito. – Me levantei e me sentei de frente pra ela – E você?
– Bastante.
– Tem alguma preferida?
– Rosas vermelhas, sem dúvida. – Sorriu – Sou apaixonada.
– Anotado, senhorita.
Passamos a tarde conversando e descobrindo coisas um do outro. A companhia de Giovanna era gostosa ao ponto de me fazer perder o horário, foi bem o que aconteceu. Quando vimos era quase 17h. Ela se assustou e ligou pra mãe.
.’. Oi mãe .’. Só liguei pra dizer que vou pedir um uber e ir pra casa agora .’. Tá tudo bem .’. Isso, fica mais fácil .’. O Manoel? .’. Não sei, mãe .’. Vou ver .’. Tá bom, até mais daqui a pouco .’. Pode ficar tranquila, beijos .’.
– Minha mãe falou pra você ir jantar lá em casa amanhã. – Ela disse sorrindo.
– Jantar na sua casa? – Cocei a nuca.
– Sim, só nós três.
– Por mim tudo bem. Preciso levar alguma coisa?
– Minha mãe gosta de vinho. – Riu.
– Okay.
– Você tem que gravar alguma cena? – Perguntou.
– Eu tenho que gravar uma cena com o Vinicius.
– Você pode ir lá pra casa as 18h.
– Vocês jantam esse horário? – Brinquei.
– Não, bobo. – Empurrou meu ombro – Eu pensei da gente ver um filme, sei lá.
– Então tá bom, estarei lá as 18h.
– Aliperti... – Aproximou seu rosto do meu – Me leva na porta?
– Não quer que eu te acompanhe?
– Até lá em baixo?
– Não, sua casa. – Cocei a nuca – Pra você não ir sozinha.
– Não precisa, Manuca. – Colocou os braços em volta do meu pescoço.
– Eu te deixo lá em baixo então.
Ela assentiu com a cabeça e subiu no meu colo, nossos lábios se colidiram em um beijo lento e calmo. Era uma despedida, um tchau e até amanhã, ou um até depois. Quebrei o beijo dando alguns selinhos, as unhas de Giovanna faziam um carinho em minha nuca, me provocando sensações por todo o corpo. Trocamos mais alguns beijos e depois descemos pra portaria, ela pediu o uber e eu fiquei com ela esperando. Poucos minutos depois ele chegou e a gente se despediu mais uma vez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Stranger.
Fanfiction"Para Manoel, um garoto transexual de 24 anos, o amor não era algo que existiria em sua vida. Após se assumir para os pais como o homem que é e sempre foi, foi expulso. Deixou seu novo e machucado coração criar uma barreira gigante, não queria e nem...