8.

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– Você gosta de cafuné? – Giovanna quebrou o silêncio.

– Muito.

– Então deita aqui no meu colo, vou fazer. – Ela olhou pro sofá e balançou a cabeça negativamente – Muito pequeno, vamos ficar desconfortáveis. Vem, vamos pro seu quarto. – Pegou minha mão se levantando em seguida e me puxando pro quarto.

Ela se sentou na cama encostando suas costas na cabeceira e me fez deitar com a cabeça em seu colo. Senti sua mão encontrando meu cabelo e logo em seguida seus dedos me fazendo um carinho. Fechei meus olhos tentando me recordar da última vez que recebi cafuné, carinho e atenção. Giovanna me fez sentir em paz comigo mesmo e com o mundo depois de tanto tempo.

– Não é pra dormir, Manuca.

– Manuca?

– Sim... – Riu, baixinho – Não gostou?

– Longe disso, gostei sim.

– Não achou meio... Hm, feminino?

– Não, fica tranquila.

– Você gosta de flores?

– Não muito. – Me levantei e me sentei de frente pra ela – E você?

– Bastante.

– Tem alguma preferida?

– Rosas vermelhas, sem dúvida. – Sorriu – Sou apaixonada.

– Anotado, senhorita.

Passamos a tarde conversando e descobrindo coisas um do outro. A companhia de Giovanna era gostosa ao ponto de me fazer perder o horário, foi bem o que aconteceu. Quando vimos era quase 17h. Ela se assustou e ligou pra mãe.

.’. Oi mãe .’. Só liguei pra dizer que vou pedir um uber e ir pra casa agora .’. Tá tudo bem .’. Isso, fica mais fácil .’. O Manoel? .’. Não sei, mãe .’. Vou ver .’. Tá bom, até mais daqui a pouco .’. Pode ficar tranquila, beijos .’.

– Minha mãe falou pra você ir jantar lá em casa amanhã. – Ela disse sorrindo.

– Jantar na sua casa? – Cocei a nuca.

– Sim, só nós três.

– Por mim tudo bem. Preciso levar alguma coisa?

– Minha mãe gosta de vinho. – Riu.

– Okay.

– Você tem que gravar alguma cena? – Perguntou.

– Eu tenho que gravar uma cena com o Vinicius.

– Você pode ir lá pra casa as 18h.

– Vocês jantam esse horário? – Brinquei.

– Não, bobo. – Empurrou meu ombro – Eu pensei da gente ver um filme, sei lá.

– Então tá bom, estarei lá as 18h.

– Aliperti... – Aproximou seu rosto do meu – Me leva na porta?

– Não quer que eu te acompanhe?

– Até lá em baixo?

– Não, sua casa. – Cocei a nuca – Pra você não ir sozinha.

– Não precisa, Manuca. – Colocou os braços em volta do meu pescoço.

– Eu te deixo lá em baixo então.

Ela assentiu com a cabeça e subiu no meu colo, nossos lábios se colidiram em um beijo lento e calmo. Era uma despedida, um tchau e até amanhã, ou um até depois. Quebrei o beijo dando alguns selinhos, as unhas de Giovanna faziam um carinho em minha nuca, me provocando sensações por todo o corpo. Trocamos mais alguns beijos e depois descemos pra portaria, ela pediu o uber e eu fiquei com ela esperando. Poucos minutos depois ele chegou e a gente se despediu mais uma vez.

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