Semanas se passaram e o meu conhecimento tem cada vez mais aumentado por causa da Dandara e Isabella. Elas se tornaram boas amigas para mim. Minha relação com o Nuno tem sido mais fácil, aprendemos a conviver, apesar de ser raro vê-lo. Devo muito a ele, mas prefiro fazer de conta que não devo nada.
Eu estava para pegar uma caixa quando sem querer tropecei quase caindo no chão, graças a um cliente que me segurou esse tombo foi evitando. Ao agradecê-lo percebo que é o cara que tem vindo frequentemente a loja.
— Obrigada.
— Você está bem?
— Sim, eu estava sem apetite e não tomei café. Sou a culpada, isso acontece quando não como.
— Irei comprar algo para você.
— Não, precisa.
— Precisa sim.
— Espera, eu tenho te visto muito por aqui frequentemente. Está com planos de comprar todas as peças da loja?
— Não. – ele fica tímido – A verdade é que estou tentando criar coragem.
— Coragem?
— Você não me perguntou, mas eu me chamo Gabriel. Esses dias que estive aqui percebi que você é solteira, isso é bom, quer dizer pra mim…
— Quê?
— Eu não quero enrolar mais, então vou direto ao ponto. Você quer sair comigo, Maísa?
— Desculpa, mas eu nem te conheço. Isso não vai ser uma boa ideia. – nem dá pra acreditar que esse cara tem vindo todos os dias a loja e eu nem sabia o nome dele, em quanto ele já sabia o meu.
— Ela quer dizer volte mais vezes. – grita Dandara.Ao olha-lá fiz um sinal negativo. Surpresa encontro o Nuno ao lado dela mais sério que de costume.
— Tudo bem, irei voltar todo dia e farei o mesmo convite até que você aceite.Sem dúvida ele sabe como deixar uma mulher constrangida. O garoto era loiro e tinha cachos no cabelo o que me fazia lembrar David Luiz na versão bad boy.
— Tem que dar uma chance ao garoto. – diz Dandara.
— Talvez. – Nuno foi para o escritório sem ao menos falar comigo.
— Cada vez mais estranho.
— Ele é complicado às vezes. – diz DandaraTínhamos a amanhã seguinte de folga, e recebemos uma mensagem da Isabella convidando a todos nós para irmos a Praia Grande. A mensagem era coletiva e todos confirmaram a presença. Como nunca fui era minha chance conhecer o lugar.
Na praia Nuno estava super quieto e por isso o deixamos sozinho, talvez ele precisasse de tempo.
Dandara e Isabella decidiram entrar na água. E eu fui andar de bike, após um tempo fiquei dando voltas procurando o prendedor do meu cabelo que havia caído. Logo o Nuno me alcançou e me entregou o prendedor que ele tinha achado.Enquanto amarrava o cabelo sentei para fazer companhia, foi aí que ele contou o que estava acontecendo na família.
— Sinto muito, tenho certeza que essa confusão vai se resolver. – novamente nosso amigo silêncio estava presente era minha vez quebrar o silêncio – Sabe, semanas atrás a Isabella e a Dandara se ofereceu para me educar.
— E então?
— Falei que não queria mudar para ser aceita pelas pessoas.
— Acho que você está dando desculpas, elas só querem te ajudar. – faço uma cara de insatisfeita e ele rir.
— Sabe a bicicleta?
— O que tem?
— Não sei andar.
— Não acredito em você.
— Faz bem. – ele rir – Vamos apostar uma corrida, se eu ganhar você continua aceitando a ajuda delas.
— Se você perder minha dívida está paga.
— Tudo bem.Infelizmente o Nuno ganhou a corrida.
— Trapaceiro.
— Eu? Não mesmo.
— Você disse que não sabia.
— E você disse que não acreditava.
— Que seja.
— Lembre-se do combinado.
— Tá.Quando a semana de trabalho começou o Gabriel voltou e honrou sua palavra ao convidar para sair, dessa vez aceitei o convite.

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TEMPORAL
RomanceQuando algo lhe machuca por muito tempo e você não toma as medidas necessárias isso acaba sendo sua maior fraqueza, se torna um trauma. Em Temporal, você irá conhecer a história que mostra como podemos superar, ser resiliente. Capaz de lidar com os...