2. Gota.

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Pelos corredores do Shopping eu o esperava enquanto o mesmo "namorava" a vitrine de uma loja de assessórios esportivos.

— Ben? Olha isso aqui cara! — disse ele empolgado com um tênis.

— Vai levar? Porque esse é o quinto que você fala isso, mas na hora não compra.

— Não exagera! — respondeu rindo.

— Tô quase caindo de fome aqui! — reclamei.

— Para de drama e vem comigo! — foi me empurrando em direção à loja.

— Dessa vez vai levar? Porque se for fazer igual àquele azul que cê ficou todo empolgado, mas não levou por ter uma listra rosa na lateral nem faz eu perde meu tempo. — falei enquanto ele me empurrava.

— Eita memória boa essa! — riu.

Nós entramos e de prontidão uma vendedora que por sinal era bonita veio próximo a nós.

— Boa tarde, eu posso ajudar? — perguntando educadamente.

— Boa! Muito boa mesmo! — Gabriel falou olhando a moça de cima a baixo.

Já tinha visto aquele filme e também já sabia como terminaria. Virei e fui andando, quando nos olhos se cruzaram balancei a cabeça fazendo movimento de não.

— Praça de alimentação! Daqui dez minutos — falou sem olhar para mim.

— Como sempre! — respirando fundo.

Procurei um lugar até que encontrei um. Fiquei esperando ele por cerca de vinte minutos quando o avistei vindo com uma sacola na mão.

— Demorou! — reclamei já cansado de esperar.

— Mas valeu a pena! Não só voltei com o tênis como também conseguir o número dela. — sentou-se na minha frente.

— É muito galinha mesmo!

Ele riu e coçou a parte de traz da cabeça. Conhecendo muito bem o que significava todo aquele gesto deduzir que ele estava querendo me falar algo.

— Conta vai? — fiquei olhando pra ele.

— Mas acho que você não vai gostar.

— Não enrola Biel! — disse sem paciência.

— Na empolgação, acabei a chamando para ir na festa.

— Na boate do teu amigo lá?

— Sim!

— Ah... Entendo! Sem problema algum! — tinha problema sim, mas não quis prolongar aquilo.

Coloquei os cotovelos sobre a mesa e apoiei o queixo sobre minhas mãos e tirei meus olhos da direção do rosto dele. Ele segurou meu pulso me fazendo olhar pra ele.

— Se quiser eu digo a ela que não vou mais, o qualquer coisa do tipo.

— Relaxa, cara. Se tu convidou não tem problema! — sorri — A gente pode marcar pra ir outro dia lá.

— Mas a gente pode ir os três, Ben! — puxou meu menor dedo das mãos.

Tirei meus braços sobre a mesa e encostei-me á cadeira e fiquei olhando algo que me agradasse pra comer. Percebia que ele me olhava, mas não liguei pra ele.

— Ben?

— Oi? – o encarei.

— Como você consegue gostar de mim? — percebi que ele falava sério.

— Pelo fato de você ser meu melhor amigo e uma das pessoas que eu mais amo! — sorri tentando amenizar o clima.

— Também deve ser pelo fato de eu ser gostoso, bonito e inteligente! — falou exaltando o ego.

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