Acordei com uma ressaca filha da mãe, minha cabeça latejava como se estiver dentro de um canteiro de obras com uma britadeira em pleno funcionamento. Poucos segundos depois a cena do que tinha acontecido na sala veio em minha mente, por um momento pensei que não havia passado de um sonho, mas não, eu realmente tinha beijado o Gabriel. Senti certo desconforto no meu estomago que me fez correr para o banheiro onde acabei vomitando toda a cerveja na madrugada anterior. Tomei banho, mas ele não sai da minha cabeça.
— O que tu foi fazer, Benjamim?
Falei a mim mesmo assim que desliguei o chuveiro.
Abaixei a cabeça e fiquei olhando os pingos de água que escorriam do meu corpo tocando o chão. Passava das duas da tarde quando saí do quarto minimamente bem, notei algumas vozes vindas da sala. Fui em direção a elas e me deparei com o Pedro com um grupo de cinco pessoas entre elas sua namorada à Clara. Pela expressão dele a minha cara deveria estar péssima.
— Bom dia, seu Benjamim, pelo visto a noite foi muito boa — Pedro falou de forma irônica.
— Vá se fuder, Pedro...
Todos riram inclusive ele. Dei um oi coletivo para todo e fui em direção à cozinha mais especificamente em direção ao armário onde ficavam os remédios. Abri e peguei dois, um para enjoou e outro para dor de cabeça.
— Precisa de ajuda, Ben? — perguntou Clara olhando para mim.
— Vou sobreviver, Clara — respondi sentando na cadeira.
— Espero, porque sua cara diz o contrário — Riu.
Abaixei a cabeça por alguns segundo e outra vez a imagem de nós dois na sala surgiu em minha mente, dessa vez junto com um frio na barriga.
—Tome...
A voz dela me fez acordar dos meus pensamentos. Agradeci o copo de água que ela havia colocado na minha frente e tomei os remédios num único gole.
—Vocês foram à inauguração?
Perguntou sentando na minha frente.
— Sim...
Nesse momento ouvimos risadas altas vendo da sala, ela riu.
— Essa barulheira não é a melhor coisa pra que tá com ressaca, né?
— Não mesmo! — sorri.
— Eu possa falar com eles...
— Não! — a interrompi — O Pedro tem todo o direito de trazer quem ele bem entender para cá! Se eu to de ressaca a culpa é minha.
— Ah, Ben... Você não existe.
— Hoje eu realmente não queria existir!
Coloquei as mãos na cabeça e fechei os olhos. Ouvimos o Pedro chama-la da sala.
— Vou lá, qualquer coisa grite.
Ri e concordei, assim que ela saiu um dos amigos do Pedro entrou na cozinha.
— Opa, foi mal — respondeu sem jeito — Eu só vim pegar cerveja.
— Fica tranquilo — olhei para ele — A casa é de vocês
— Valeu, mano...
Ele abriu a geladeira, mas logo em seguida a fechou e olhou para mim.
— Benjamim, não é?
— Isso...
— Você trabalha no escritório Magalhães, não é?
— Trabalho, na parte de contabilidade...
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Mystery / ThrillerBenjamim viu sua vida se transformar em um grande pesadelo desde aquele final de noite em seu apartamento quando foi surpreendido pela pessoa que passaria a ser seu único contato com o mundo exterior. Toda vez que a porta do pequeno compartimento qu...