15. Obsessão.

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— Conseguir te surpreender, Ben? — mantinha o sorriso no rosto.

— Filho da puta! — tentei me mover, mas minhas costelas doeram.

— Mas que isso, Ben? Cadê aquele Benjamim educado, cordial?

— Eu te mato! — disse entre os dentes.

— Mata nada, Ben — riu — Você não é capaz de fazer mal a ninguém quem dirá matar alguém. Mas diz ai, mandei bem no plano não foi? Aposto que em nenhum momento você achou que fosse eu.

— Você é louco! — praguejei.

— Você tá ficando louco, Júnior — revirou os olhos — Parece meus antigos amigos. Um bando de filho da puta, ver ser alguém foi me visitar no período que eu fiquei internado dentro daquele lugar?

— Internado? — falei confuso.

— Mas quando eu sair de lá, eu realmente estava disposto a começar uma vida nova, o tempo que eu passei internado me fez acreditar por certo momento que eu realmente tinha mudado, mas foi ai que eu vi que eu não precisava mudar porque não tinha nada de errado comigo.

Ele falava de forma confusa, como se falasse consigo mesmo.

— Toda vez que eu conversava com o Gabriel ele sempre falava de você. Dizia o quanto você era incrível, especial e que eu me amarraria em conhecer você. Então falei que tava passando por uns problemas e precisava saí de lá, então ele sugeriu que eu viesse pra cá, passar um tempo até que eu conseguisse ver o que realmente queria da vida e quando eu vi você naquela noite na sala da tua casa, eu soube que você nasceu pra ser meu. O jeito que você sorriu para mim e me olhou ali eu soube que era você que eu queria.

— Júnior você entendeu erra... — segurou meu rosto fazendo com que eu me calasse.

— Me deixe terminar meu anjo — passou a mão nos meus cabelos — Você é a razão pra eu ser hoje essa pessoa que eu sou, você me motivou a fazer isso, pois eu sempre acreditei que um dia encontraria alguém que fosse me fazer sentir do modo que você me faz.

Beijo meu rosto com delicadeza.

— Você ainda vai implorar para ser meu, Benjamim — sussurrou.

Levantou—se sentando outra vez na cadeira.

— Ah! Acho que você quer saber a reação dos seus amigos, não quer?

Não respondi nada, fiquei tentando raciocinar tudo o que ele falava, era tudo tão surreal o desequilíbrio que ele apresentava.

— Não quer? — gritou.

Balancei a cabeça concordando.

— Ah, que bom. — mudou a expressão fácil, ficando calmo.

Puxou a cadeira pra mais perto de mim, estalou os dedos e mexeu os braços como se os quisesse relaxa—los. Meteu a mão no bolso e tirou o celular e começou a mexer nele enquanto continuava a falar.

— Era um pouco mais das dez da manhã quando meu celular começou a tocar, era meu querido primo Gabriel. Atendi e percebi que sua voz era preocupada.

Então pude ouvi a voz dele sendo reproduzida no aparelho.

— Júnior, pelo amor de Deus, primo — sua voz era afobada — O Ben, ele... Ele... Levaram ele.

O desespero no qual ele falava me deixou com um nó na garganta.

— Como assim, Gabriel? — Júnior começou a fala.

— O sequestraram — sua voz saiu fraca — Levaram ele de mim.

— Fica calmo cara, cê já avisou mais alguém sobre isso?

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