8. Porta.

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Assim que coloquei os pés na rua foi inevitável não perceber como o dia estava lindo. O céu estava sem nenhuma nuvem, o vento que soprava naquele início de amanhã era agradável. Nem mesmo o problema com o meu carro conseguiu estragar a minha felicidade depois da noite incrível que eu tive com o Gabriel. Não demorou muito e o carro que eu havia solicitado no aplicativo chegou. Em poucos minutos eu já estava na minha sala para mais um dia de trabalho. Antônio chegou logo em seguida com um sorriso tão bonito em seu rosto.

— Bom dia, Chefe.

Ele passou a me chamar assim.

— Bom dia — Sorri — Animado, Antônio. Aconteceu algo?

— Acho que sim — Virou-se para mim — Sabe aquele amigo que estar com depressão? Pois bem, eu cheguei a te falar do luau na praia nesse final de semana, então, ontem eu convidei e ele aceitou. Depois de vários convites ele aceitou.

O sorriso no rosto do rapaz era contagiante. Mas algo me fazia acreditar que era mais que um simples sentimento de amizade que movia a relação deles.

— Fico feliz! Espero que dê tudo certo!

— Eu também, Ben! — ficou olhando para mim — Mas pelo visto eu não sou o único feliz por aqui.

Lembrei do Gabriel e sorri.

— À vida me deixa feliz, Antônio.

— À vida, claro...

— Mas deixa eu me aproveitar dessa tua animação — entreguei metade das folhas que tinham em minha mesa — São todas suas.

— Isso é quase uma exploração, Ben — reclamou pegando as folhas.

— E é pra isso que os estagiários servem, pare serem explorados.

Nós rimos.

Meu celular começou a tocar, na tela aparecia o nome do Gabriel.

— Oi, Biel.

— Oi, Ben — sua voz estava rouca.

— Tá tudo bem?

— Sim, só que eu acordei agora, mas diga o que aconteceu.

— Meu carro não quis ligar hoje de jeito algum e eu queria saber se tu poderia ir lá ver qual é o problema.

— Claro, faço isso sim! Eu vou tomar um banho e já já eu dou um pulo lá e vejo qual é a parada!

— Valeu, Biel. Fico te devendo uma!

— Gostei de ouvir isso! Já até sei o que eu vou querer em troca!

Apenas ri. Até porque não ficaria bem eu falar alguma coisa do tipo com o Antônio presente.

— Tá bom... Depois a gente se fala...

— Ben?

— Oi!

— Tô com saudades...

— Também tô!

Ficamos em silêncio ouvindo a respiração um do outro.

— Mais tarde a gente se fala, Biel. Tchau... Ah, a chave ta em cima da mesa da sala.

— Ta bom! Flw, Ben.

Depois daquela ligação resolvi começar de fato a trabalhar. Eu já perdia uns dias fazendo a contabilidade de uma empresa importante então eu deveria ter todo o cuidado para que não houvesse erro. Detalhes mínimos que eu errasse era rua na certa. Talvez eu pudesse tá exagerando, mas com toda a certeza o nome do escritório e o meu seriam bem prejudicados.

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