9. Namorado.

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Saí do quarto e encontrei com o Pedro que tomava café na mesa da sala.

— Eai? — falei sentando a sua frente.

— Qual é dessa cara? — perguntou.

— Cara, te confesso que foi foda dormir depois.

— Então somos dois — respirou fundo — Acredita que eu levantei mais duas vezes porque tive a sensação de ouvir a cadeira se movendo.

Não falei nada. Olhei para o relógio que marcava quase 8 horas.

— Eu vou indo nessa — levantei — Tô sem fome.

— Espera, vou descer contigo.

Pegou suas coisas e saímos de casa. O carro dele ficava na garagem do térreo.

— Até mais, Ben — me abraçou.

— Até, Pedro.

Na garagem subterrânea percebi que ao final dela estava o síndico junto com mais duas pessoas. Eles estavam próximos a um deposito que o prédio possuía para guarda matérias de construção e outras coisas. Eles olhavam para o teto e depois o chão, suspeitei que fosse alguma infiltração, mas não dei muita importância. Entrei no carro e fui em direção ao trabalho. Assim que entrei na minha sala vi que o Antônio já estava lá.

— Bom dia — falei sem animação.

— Aconteceu algo, Ben?

— Não, eu só não tive uma boa noite de sono.

— Ah sim...

— Antônio, faz um favor a mim?

— Claro!

— Cê pode ir lá no salão e ver se todos já chegaram, eu tenho que fazer um comunicado a todos.

— Eita... Demissão?

— Não, não...

— Ok, vou lá ver e já te aviso.

Ele saiu da sala me deixando só. Encostei-me na minha cadeira e fechei os olhos respirando fundo. Sentia minha cabeça latejar na parte de trás próxima as minhas orelhas.

— Bem? — abri meu olhos — Todos estão ai.

— Brigado, Antônio.

Levantei e fui ao encontro deles. Percebi certo burburinho, vi que eles conversavam entre si e quando me viram foram ficando em silêncio. Minha equipe é constituída por cerca de dez pessoas onde eu era o mais novo e isso não era bem visto por alguns deles.

— Bom dia a todos.

Recebi um bom dia coletivo de volta.

— Ontem o Júlio me chamou para uma conversa e me explicou umas ideias na qual ele tem em mente e eu confesso a vocês que eu achei bem interessante — todos me observavam — Resumidamente ele quer encontrar os defeitos de cada setor aqui no escritório e tentar solucionar eles. E ele encarregou nós, os responsáveis por cada setor para fazer esse levantamento e informa-lo da carência que a gente encontrou.

— E onde a gente entra nisso? — perguntou o Marcelo.

— Vocês que vão identificar esses defeitos

Eles começaram a falar entre si.

— Como assim, Benjamim? — falou a Letícia.

— Eu quero que cada um de vocês faça uma espécie de relatório dizendo o que o escritório possa adotar na melhoria do trabalho de vocês. Porque pra mim seria muito fácil eu mesmo fazer isso visando só o que eu acho ser errado o que me incomoda e depois impor isso a vocês. Mas eu não acho isso o certo, eu sei que cada um aqui tem ideias para melhorar o seu rendimento e é isso que eu quero de vocês, que vocês digam através desse relatório o que poderia ser melhorado.

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