Unbroken

Capítulo 9

- Vocês só podem estar brincando com a minha cara!

Explodir levantado da cadeira pondo as mãos na cintura na minha melhor pose de indignação. Sky e Kall se olharam, em sua comunicação silenciosa, ele deu um rosnado baixo como resposta a qualquer coisa que eles tivessem dito, mudos. O NE me encarou.

- Não. A ideia foi minha, e é seria. - Ele levantou as mãos pedindo para que eu o deixasse falar. Bufei. - É realmente sério Elle, só me deixe explicar. O 867, o Aeron está numa situação muito difícil. Mas ele também está interessado em você e isso pode ser um caminho para fazer ele se interessar por mais coisas, nós, NE's precisamos de um propósito, o meu por exemplo é Sky...

- Não, isso se chama codependecia e é ruim!

O cortei usando de todo meu bom senso. Eu não acreditava naquilo e era errado para mim.

- Não é isso Elle.

Sky disse parecendo brava. Semicerrei os olhos com incredulidade na sua direção.

- Oh não? Então é o que?

- É amor. Os NE's nunca tiveram isso na vida, mas eles tem em seu DNA a necessidade de forma pares, e isso é muito importante para eles. Não é uma doença, é simplesmente ter alguém por quem você queira lutar, construir uma vida. E o que estamos pedindo não é que case com o Aeron, é que o ajude a descobrir um lugar no mundo, deixe claro seus termos, mas ajude-o a se interessar pelas coisas, viver.

Sacudi a cabeça rindo. E a conversa só ficava cada vez melhor.

- Então eu não vou passa de um pirulito idiota que será chupado até sobrar a porra de um palito, para ser jogado fora?

Kall piscou e o vi rosnar.

- O que ela está dizendo?

Sky me lançou um olhar impaciente antes de encarar o marido mais apaziguada, passando a mão no seu rosto.

- Ditados humanos. Depois explico. - Ela me olhou novamente. - Não, não vai ser um objeto descartável, vai ajudar ele. Pelo amor de Deus, não é esse seu trabalho?

- Dentro da lei!

Falei levantando as mãos com exasperação. Kall rosnou de novo.

- Pare Sky. Ela não quer ajudar. Vamos embora!

Ele ficou de pé com um olhar bravo, desviei os olhos brava também.

- Elle, por favor, pense em ajudar o Aeron, ele está querendo se matar, sabe disso.

Sky disse ficando ao lado do marido, a encarei, vendo como parecia pequena ao lado do NE.

- Eu não sou um salva vidas, sinto muito.

Apontei para a saída. Aquela era a história mais estúpida que eu já tinha escutado. Os dois suspiraram, saindo da sala, só quando fiquei sozinha, deixei minha postura cair. Sentei na poltrona encarando um ponto qualquer, ainda tentando acreditar no que tinha sido me tido.

×××

Onde ela estava? Kall tinha me conseguido comida e roupas, a qual só vestir a bermuda, porque ainda quis sentir o cheiro da Elle em meu peito. Bom, mas ele tinha ido já fazia muito tempo. Eu queria ver a Elle. Queria sentir seu cheiro. Me esfregar nela até marcá-la também. Suspirei. Eu tinha que ir devagar para não assustá-la.

Pela primeira vez na minha existência miserável eu queria algo, alguém, e a perspectiva de ter isso me deixou animado. Mesmo que no fundo da minha cabeça algo me dissesse que eu não devia, que era sujo, um assassino doente.

Fechei os olhos. Elle me arrebatou como um sol, eu nunca quis viver, mas quando estava com ela as coisas pareciam diferentes. Nunca tinha desejado uma fêmea como de repente me vi envolvido com ela. A porta se abriu e eu olhei de imediato pensando se a única coisa que não saía da minha cabeça, mas era Grey.

- Irmão, que bom que acordou.

Ele disse se aproximando com um sorriso, mas antes de me alcançar acertei seu rosto com um soco, que o levou ao chão.

- Isso é por ter me apagado!

Grey rosnou ainda caído massageando seu queixo.

- Em outro momento eu iria lutar com você. Mas dessa vez você tem razão, mereci isso.

O observei com desconfiança, mas então estendi a mão, puxando para cima, ele aceitou, sorriu quando de pé.

- Nunca maid use aqueles dardos em mim.

- Eu não vou, prometo, porém não tente algo estúpido.

Virei o rosto e respirei fundo. Onde diabos estava a Elle, ela disse que voltaria. Rosnei e encarei Grey.

- Onde a Elle está?

- Provavelmente infernizando a vida de alguém.

Ele riu. Eu franzi o cenho.

- Infernizando?

- Sim, aquela fêmea é o diabo encarnado, nos encara, fica fazendo perguntas sobre tudo, é tão intrometida... Já tive vontade de jogá-la pela janela mais de uma vez!

Todo meu corpo ficou tenso a aquela frase ameaçadora do macho. Elle era pequena, frágil e ele falava em a ferir. Isso me deixou louco. Rosnei o empurrando.

- Se tocar em fio de cabelo dela eu o mato!

Grey piscou como se estivesse confuso.

- O que? Eu não disse isso a sério realmente, foi só uma brincadeira, expressando o quanto ela tira a nossa paciência. Mas nunca iria ferir uma fêmea!

Não liguei para aquilo. O empurrei de novo, dessa vez com mais força.

- Fique longe dela!

- 867...

- Aeron!

- Esqueci, desculpe, já me disseram que escolheu um nome... Bom, Aeron, não precisa ser protetor com ela, não tem perigo aqui.

Eu não aguentava mais ficar ali. E depois de ouvir aquelas coisas de Grey, eu só queria ver a Elle, ter certeza que estava bem mesmo. Só ia me acalmar se visse com meus próprios olhos.

- Me leve até ela!

- Até a Elle?

- Sim, agora.

Grey coçou sua cabeça.

- Não sei se posso...

Rosnei. Então passei por ele seguindo até a porta.

- Ótimo, já que não pode, eu vou sozinho e descubro a onde encontro!

Sair da sala sem olhar para trás, mas ouvir Grey praguejando, dizendo algo no final como tipo "isso vai dar problema".