Capítulo 15

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Eu não sabia onde eu começava e Elle terminava. Era como se ela fosse uma parte minha naquele momento. Seus lábios cobriam os meus, quentes e doces, tão puros. A mecânica em si do beijo eu sabia como funcionava, fui beijado, mas nunca foi daquela forma suave e cuidadosa. Apertei minhas mãos em volta da cintura dela querendo a trazer ainda mais perto.

Um rosnado se antecipava do fundo da minha garganta quando senti as mãos suaves dela deslizarem pelo meu peito, até o pescoço, então envolvendo meus cabelos bem na base. Não pude conter. Rosnei. E então meu sonho de repente se acabou. Elle se afastou e me olhou parecendo assustada.

- Droga!

Procurei identificar seus cheiros. Mas não tinha nada que demonstrasse medo. Ela cheirava divinamente. Era algo adocicado, misturando-se a outra coisa, mais fresca. Era tentador.

- Elle...

- Aeron, me solte, por favor.

- Você vai...

- Me solte, por favor!

Ela estava me pedindo da forma mais sincera possível. Vi em seus olhos. Muito a contra gosto a soltei, nunca ia a forçar, nem poderia, mesmo sabendo que era agora que ela correria de mim. Eu tinha estragado tudo? Com certeza.

A soltei e dando algum espaço entre nós. Apesar de que o caçador dentro de mim queria a prender pelos pulsos e rasgar aquela roupa que a cobria, só para enchê-la de prazer. Mas duvidava muito que fosse isso que ela desejasse naquele instante.

- Perdão!

Pedi o mais dócil que consegui. Seguindo o conselho de Axel. Os olhos azuis dela se apliaram no que parecia choque.

- Pelo amor de Deus, qual o motivo de está pedindo "perdão"?

Encolhi os ombros. Era bem óbvio pelo que eu desculpava.

- Por ter abusado de você!

Ela abriu os lábios para dizer alguma coisa, mas então parou, então olhou para os seus pés. Dei seu tempo. Quando me encarou de volta estava séria e totalmente ilegível.

- Esquece o que aconteceu, é uma ordem. Foi um erro de percurso. E bom, somos amigos ainda, isso é tudo. Até mais!

Sem me deixar tempo para falar algo mais Elle deu as costas indo embora. Não parecia que queria que eu fosse atrás. Por isso me contive em ficar ali a observando ir. Sentindo minhas mãos doerem para abraçá-la. Com certeza eu a ofendi. Infernos. Como podia ser tão estúpido? E ainda havia um detalhe, ela não tinha comido nada.

××

Idiota! Burra! Mulher burra!

O meu caminho de volta ao escritório era uma pura flagelação mental. Como poderia não ser? Eu beijei o confuso e tentador Sr. NE Aeron. E eu parei. E eu o tratei como se fosse um soldado com a patente mais baixa que a minha porque eu simplesmente não soube como agir.

Passei a mão pelo meu rosto sentindo o gosto dele ainda na minha boca. Mental. Ele tinha gosto de menta e jesus me ajudasse, eu queria mais, bem como aquele rosnado sexy. Agora sim eu estava começando a entender o fascínio das esposas de NE's. A sensação era a mais deliciosa e indescritível, nenhum "homem humano" poderia chegar aos pés daquilo.

O beijo não foi nem tão pecaminoso, mas me fez parar de pensar por um bom tempo, fazendo com que esquecesse que estava no meio de um corredor e qual poderia passar dezenas de pessoas que se vissem aquela cena, falariam horrores, depois chegaria na Cúpula e a partir daí era ladeira abaixo.

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