Revisado*
As horas passaram voando. De manhã fui ao serviço, depois fiquei olhando os homens brutamontes concertando a torneira e a pia do banheiro.
Passei grande parte do dia na casa de Suzie, ficamos conversando e fazendo biscoitos. A vida dela era tão simples mas ao mesmo tempo reconfortante, fiquei até com um pouco de inveja.
As quatro da tarde Andrey apareceu. Pedi que Suzie ficasse com Peter até a hora que eu voltasse.
Fomos em uma cafeteria não muito longe de casa. Já fui algumas vezes lá.
Ele pediu um expresso e eu um café normal.
— Então, qual é sua proposta ? — pergunto.
— Quero que trabalhe na minha casa. Como ajudante da minha gorvernanta. Seu sálario será bom, tudo dentro da lei.
— Por que me ajuda?
— Eu vi que você está com problemas — diz — Só quero te ajudar. Dançar na boate não parece ser digno de você.
— E meu emprego na Lux?
— Deixe isso de lado. Seu trabalho na minha casa fará você receber um bom dinheiro.
— Eu aceito — digo — Melhor do que tirar a roupa para um monte de velho babão.
Ele sorri e eu só posso dizer que fica lindo fazendo isso.
— Começo quando? — pergunto.
— Pode ser amanhã. Helena quer te conhecer.
Fico um pouco pensativa.
— Sua mulher?
— Claro que não, Helena é como uma mãe para mim.
Sorrio e tomo meu café, as pessoas ao redor parecem tão tranquilas, degustando seus cafés e curtindo o momento.Meu celular toca e vejo o nome de Suzie, rapidamente eu atendo.
— Aconteceu alguma coisa com Peter?
— Não Diana, eu só liguei avisando que sua irmã chegou e está uma fera.
— Por quê? — pergunto.
— Ela viu que Peter estava com febre e ficou brava.
— Já estou indo. Até mais.
Desligo o celular e tomo o restante do café.
— Pode me levar em casa?
— Posso sim.
Ele paga a conta e seguimos até seu carro.
Alguns minutos depois paramos em frente de casa.
— Obrigado pela carona. Quer entrar?
Ele parece pensar mais aceita.
As luzes em casa estão acessas.
Quando entramos vejo que Lauren está na sala junto com Jacob.
Ela me olha como se eu fosse uma pessoa ruim. Se levanta e vem até mim.
— Você deixou meu filho com a vizinha para poder sair com um homem? — pergunta histérica.
— Eu acho melhor você ...
Não termino de falar porque ela me deu um tapa na rosto. Fico sem reação, por um minuto, tentando assimilar o porque de ela fazer isso.
Andrey entra na minha frente.
— Se você encostar um dedo nela de novo, vai ficar pior para você — ele diz bravo.
— Pode me esperar no carro? Eu só preciso resolver algumas coisas e eu te encontro — peço tocando o braço dele.
Ele parece sair de um transe e acena, saindo da casa.
Sozinha na sala com Lauren e Jacob, olho minha irmã. Dou um tapa forte no seu rosto, forte o suficiente para ela cambalear para trás.
— Você não presta Lauren. Como pode me dizer isso? Eu cuidei do seu filho desde que ele nasceu, desisti de coisas importantes na minha vida por ele. Passei grande parte da minha vida trabalhando para sustentar seu filho, enquanto você saía por aí como uma vadia.
— Sabe o quanto foi ruim minha vida desde que nossos pais morreram? Mas o problema foi que você não via nada disso. Eu batalhei para manter essa casa.
Continuo falando, soltando tudo aquilo que estava intalado na minha garganta.
— O seu problema e que você sentia inveja por sua mãe me dar mais moral, por eu ser orfã de mãe. Mas eu nunca pedi que ela me amasse como uma filha de verdade. Mas eu amei cada carinho dela. Enquanto você estava correndo atrás de um homem, eu estava procurando trabalho para sustentar Peter. Me submeti a coisas humilhantes. Você sequer mandou dinheiro para ele. Sabe de uma coisa? Eu espero que você cuide bem dele, para o seu próprio bem.
Entro no meu quarto e pego uma conjunto de roupas e ponho em uma bolsa.
Vou até o quarto de Peter e vejo que ele está desenhando.
— Ei pequeno — falo — A tia quer se despedir de você.
Abraço-o forte. Esses quatro anos foram os melhores da minha vida, todos os momentos que ficarão marcados para sempre.
— Promete que sempre vai ligar para mim. Que sempre vai se lembrar da titia.
— Prometo tia. Eu te amo muito.
Suas palavras são o suficiente para me fazer chorar.
— Também te amo Peter, para sempre.
Deixo-o no quarto e vou até a sala.
Caminho até a porta sem olhar para ela.
— Diana...
Corto-a rapidamente:
— Quando eu voltar amanhã não quero você aqui!
Abro a porta e saio para fora sentindo o frio da noite chegando.
Sento na grama e abraço minhas pernas, apoiando a cabeça nos joelhos.
— Tem pra onde ir? — Andrey pegunta.
— Vou ficar com Suzie.
— Você está bem?
— Vou ficar.
— Se precisar de alguma coisa me fale — ele diz.
— Amanhã conversamos.
— Ok, amanhã te pego para você conhecer minha casa.
Aceno e me levanto.
Não sei o que deu em mim, mas me vi abraçando Andrey. Ele ficou tenso mas logo me envolveu nos braços.
— Eu queria ser uma pessoal normal.
— Você é — ele diz me afastando.
Andrey limpa um lágrima que desliza pelo meu rosto e deixa um beijo cálido na minha testa.
— Fique bem.
Quando o carro some da minha vista vou até a casa de Suzie.
Bato na porta e quando ela se abre me jogo nos braços de Suzie, chorando como uma criança.
Choro toda as emoções que eu tinha guardado em mim, até que adormeço no sofá, com Suzie dizendo que tudo ficará bem.
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Meu Mafioso #1|Série Tambovskaya
RomanceA vida de Diana Evans não estava nada fácil. Tudo estava desmoronando, sem emprego, um sobrinho para cuidar. Fazendo tudo o que menos queria recorreu a sua fiel amiga. Dançar em uma boate não está em seus planos. Mas quando Andrey Strokous entra...