Capítulo 28

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REVISADO*

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REVISADO*

   Andrey disse que Kristana estava bem, o tiro passou de raspão, o que me deixou bastante aliviada. Não era isso que está me deixando inquieta do lado de fora, no jardim da casa de Andrey. Passei o dia todo aqui a pedido dele. Aquela sensação de que algo estava errada deixava-me angustiada.

   Já é noite e está bastante frio. A previsão é de chuva. Amo o som das gotas caindo contra o telhado, durmo que nem pedra.

   Sento em uma cadeira, fico olhando o céu, as nuvens cobrindo grande parte das estrelas. Amanhã Lauren estará de volta com Peter. Estou com muita saudade dele.

— O que está acontecendo?

   Me pergunto. Nunca senti nada assim. Essa dorzinha no coração não é normal.

Um gato mia ao longe. Vá!

  Eu levanto da cadeira em um pulo e corro para dentro da casa. Esbarro em um vaso, nada daquilo interfere no meu caminho. Entro no escritório de Andrey. Ele está com o celular contra a orelha, ao notar meu olhar de medo ele desliga, caminhando rapidamente até mim.

— O que houve? Você está bem? — pergunta, ao notar minha aflição.

— Preciso ver Suzie. Pode me dar a chave do carro?

— Eu te levo.

💎

  Quando estamos quase chegando na casa de Suzie um carro passa por nós em alta velocidade. Meus batimentos acelerados demais.

  Nem espero Andrey parar o carro direito. Desço tropeçando em meus pés e corro até a porta.

  Giro a maçaneta, tremendo, a angustia tomando conta do meu corpo. Ao entrar ouço o gato de Suzie miar em algum lugar, parece transmitir dor. Engulo seco e dou os passos necessários até a cozinha.

  Dou um grito com o que vejo. Pela pouca luz noto Suzie caída no chão.

  Corro até ela, me ajoelhando ao seu lado. Seu vestido claro está todo manchado de sangue na região do peito, o odor metálico em todos os lugares.

— Andrey! — grito, minha voz embargada. — Chame uma ambulância!

— Minha menina... — Suzie diz baixinho.

— Ei, abra os olhos Suzie, por favor!

  Começo a chorar desesperada.

— A ajuda está vindo — Andrey diz. Ele também se ajoelha, pressionando as mãos sobre o ferimento.

  O som das sirenes ficam mais perto. Observo tudo ao redor, esta uma bagunça enorme.

— Isso não foi um simples assalto. — falo.

   Andrey balança a cabeça. Isso era o suficiente.

💎

  Naquela mesma noite, quando o médico veio até nós e balançou a cabeça, meu mundo mudou. Ela não resistiu.

💎

Liguei para os filhos de Suzie dando a notícia. O velório seria aqui em Chicago mesmo. Dois dias depois e eu era apenas lágrimas e dor. Não perdi somente uma amiga, Suzie era muito mais que isso.

Ela tinha muitos amigos, amada por todos da vizinhança. Ver os filhos dela chorando quando o caixão foi descido para a cova, me fez sentir a maior raiva do mundo. Quem quer que tenha feito aquilo, iria pagar caro.

💎

Depois do enterro, os familiares de Suzie foram para a casa dela. Moira, filha de Suzie me convidou a ir também.

Seguro firme a mão de Andrey quando entramos na casa. Ainda podia sentir seu doce perfume por todos os cantos. A presença de Suzie era firme.

 A notícia que eles receberam da polícia era de que a fatalidade foi por causa de um assalto que deu errado. Andrey disse que acharia o verdadeiro culpado de tudo aquilo.

— Minha mãe falava muito de você. — Moira diz enquanto caminhamos até a porta horas depois. Uma pequena reunião, muitas lágrimas e sensação de saudades que crescia a cada minuto.

— Eu gostava muito dela. Suzie foi como uma mãe.

   Ela me abraça e eu retribuo da melhor maneira possível.

— Meu irmão vai voltar daqui dois dias, então se quiser algo de Suzie fique a vontade.

— Obrigada. — digo.

— Seria bom se tivessemos nos conhecido em um momento diferente. — ela diz.

— Seria mesmo. Fique bem, Moira.

— Você também, Diana.

   Olho brevemente para minha antiga casa, Andrey passa o braço ao redor dos meus ombros e me guia até o carro. Entramos, e logo estamos seguindo o caminho.

— Quero ir para o apartamento — falo.

   Ele acena e muda a rota.

💎

   Quando ele estaciona na frente do prédio, não deixo que tire o cinto.

— Eu preciso ficar sozinha.

— Não vou te deixar só — ele diz.

— Eu preciso. Amanhã te ligo.

  Ele parece pensar, mas apenas balança a cabeça.

— Tudo bem. — diz.

Tiro o cinto e dou um beijo na bochecha dele. Sai do carro e não olhei para trás enquanto passava pela recepção. O elevador subiu até o andar escolhido, saí já com a chave em mãos.

Entro no apartamento e começo a tirar minhas roupas, deixando as peças pelo caminho, ficando apenas de calcinha e sutiã.

No banheiro tenho um ataque de fúria, quebro o espelho do banheiro com um soco. Jogo todos os cosméticos da bancada no chão. Minhas lágrimas fluem livremente. Dor, raiva, ódio, é tudo o que eu sinto. Começo a gritar. Minha vida sempre foi de sofrimento. Uma mulher como Suzie não merecia morrer.

Sento no chão frio e choro mais ainda. Como eu queria Peter comigo agora. Lauren ligou avisando que não poderia vir hoje. Eu contei sobre Suzie. Ela pareceu ficar bem triste.

Meu olhar se fixa em um pedaço de vidro do espelho caído no chão. Talvez aquela fosse uma saída. Meus problemas seriam resolvidos. Tantas vezes tentei desistir de tudo.

   Pego o vidro e o coloco no pulso.

— Tem certeza que quer fazer isso com sua vida?
 
  A voz de Andrey me tira dos meus pensamentos, minha mão machucada treme.

— Seria melhor — eu digo.

— Acabar com sua vida, não seria melhor. Você tem pessoas que te amam e se importam com você — ele senta ao meu lado. Pareço tão indefesa comparado ao tamanho dele.

  Andrey tira o vidro da minha mão.

— Não quero te perder.

  Outra vez começo a chorar, ele me abraça forte.

  Ele não se afastou em nenhum momento enquanto eu me desmanchava em lágrimas.

   Andrey me ajudou no banho, me vestiu e ficou me abraçando durante toda a noite enquanto eu chorava.

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Meu Mafioso #1|Série TambovskayaOnde histórias criam vida. Descubra agora