Capítulo 24

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Revisado*

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Revisado*

   Aquela sensação de ouvir  alguém cantar e acariciar meu rosto era boa, eu reconhecia aquela voz. Nikolai. Eu queria abrir meus olhos, mas minhas palpebras estavam pesadas.

  Outra vez escutei vozes, mas dessa vez era de um homem.

— Ela logo vai acordar.

  Estavam falando de mim? Mas a escuridão estava me levando de novo.

   Com muito custo eu consegui abrir meus olhos. A claridade era forte, mas eu não queria fechar os olhos de novo, com medo de não conseguir abrí-los mais.

Algo apitava. Olhei ao redor e constatei que eu estava em um quarto hospitalar. Um fio estava conectado no meu braço.

  Senti uma pequena dor na cabeça e apaguei de novo.

   Acordei escutando a voz de Nikolai. Ele cantava alguma música em russo. Apesar dele ter uma atitude de homem grande por dentro, ainda existia uma alma de criança.

— Eu prefiro uma música do Alan Jackson...

   Abri os olhos e notei o espanto naquele rostinho lindo, logo as lágrimas vieram.

  Levantei um pouco meus braços e Nikolai se levantou e caminhou até mim.  Ele hesitou um pouco, mas logo estavamos nos abraçando.

— Eu pensei que você não fosse mais acordar — ele disse fungando.

— Eu estou aqui, não chore.

Passei a mão no rosto dele limpando as lágrimas.

—Posso chamar o médico?

— Pode sim.

   Ele se levanta e corre para fora do quarto.

Alguns minutos depois Nikolai volta com um homem de cabelos grisalhos e sorriso tranquilo.

   Ele me pergunta como eu me sinto, se sinto dor. As perguntas rotineiras.

   Quando o médico saiu do quarto, Rachel, Oksana e Yuri entraram.

    Minha amiga me abraçou e chorou.

— Você me assustou muito sua vaca — ela diz.

— Eu estou bem, obrigada por perguntar.

   Oksana me olha.

— Como se sente? — ela pergunta.

— Um pouco cansada, mas bem.

— Dormiu três semanas e ainda está cansada? — Nikolai pergunta.

  Eu fiquei dormindo por três semanas? Fico assustada, tanto tempo dormindo e sinto como se fosse apenas um.

— Precisa de algo Diana? — Yuri pergunta.

— Só um pouco de água.

    Yuri se retira e Rachel me abraça de novo.

— Sua irmã ligou várias vezes — ela diz.

— O que você disse a ela?

— Inventei um mentirinha.

   Yuri volta com um copo e me entrega. Bebo tudo.

   Uma enfermeira aparece na porta e diz algo em russo. Oksana acena e a enfermeira vai embora.

— A enfermeira disse que precisamos sair. Diana precisa fazer alguns exames e descançar — Oksana diz.

— Voltaremos mais tarde, Diana.

— Eu espero.

  Todos se despedem e vão embora.

   Minutos depois um enfermeiro chega com uma cadeira de rodas. Me ajuda a levantar da cama e me leva até uma sala.

  Depois de duas horas e com vários exames feitos eles me levam de volta ao quarto. Quando entramos vejo Andrey em pé no meio do quarto.

  As lembranças que me forcei a não lembrar vieram a todo vapor na minha cabeça.

— Agora vou te dar um banho para que possa descançar — a enfermeira diz em inglês.

— Eu faço isso — Andrey diz.

— Esse é o trabalho dela - digo.

   Andrey diz algo para a enfermeira e ela sai do quarto.

— O que você disse a ela?

— Nada de mais. Agora vamos, você precisa de um banho.

   Quando ele chega perto de mim eu empurro ele.

— Eu posso fazer isso sozinha.

— Não pode, não.

  Ele me pega no colo e me leva até o banheiro do quarto.

   Eu não falo nada quando ele me põe no chão, nem quando ele tira minha camisola, nem quando ele tira o terno e sobe as mangas da camisa. Nem mesmo quando ele me banha e lava meu cabelo. Nem quando ele me seca e me veste com outra camisola. Nem quando ele seca meu cabelo e me deita na cama.

— Eu não beijei ela — Andrey diz — Jamais traíria você.

  Olho em seus olhos e vejo a sinceridade neles.

— Eu acredito em você.

— Mas...

   Ele sabe que tem um mas nisso.

— Mas eu não quero continuar com você.

   Vejo dor em seus olhos.

— Seu tipo de vida não é a certa para mim — falo — Eu disse que sua vida de mafioso não me interessava. É verdade, mas eu não posso continuar com você e o medo de poder morrer a qualquer momento. Você tem inimigos, eu sou apenas sua garota com um alvo nas costas.

— Jamais deixarei que te machuquem.

— Mas você não poderá me proteger para sempre. O mais rápido que eu sair da sua vida, será melhor para mim.

  Ele me beija. Eu deixo que ele me beije. Eu preciso disso uma última vez. Andrey será uma parte da minha vida que eu vou me lembrar para sempre. Mas o pior era que ele foi o único homem que dominou meu coração.

— Essa é minha decisão — digo separando nossas bocas.

  Ele me olha e acena.

— Natasha...

— Eu sei — ele diz — Ela vai pagar caro por isso.

   Eu não me importo com o que ele vai fazer com ela. Natasha merecia a morte mais dolorosa que alguém pudesse lhe dar. Só senti ódio por um pessoa na minha vida, agora Natasha era a segunda.

  Quando Andrey vai embora eu solto todas as lágrimas que estava segurando. Deixei o homem por quem me apaxonei  ir. Eu precisei fazer aquilo.

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Meu Mafioso #1|Série TambovskayaOnde histórias criam vida. Descubra agora