— O que foi? — Pergunto tentando ao máximo parecer preocupada.
— E-eu não gosto de você. — Ele fala.
Então suas mãos começam a tremer, seu rosto começa a suar mais que o normal.
— Ei, Austin. Olhe para mim, ok? — Peço e seguro seu rosto. — Eu também não gosto de você.
— Não... Você não entende, não é que eu não goste de você. É que... Eu gosto você, você é legal e tal... Mas eu... Não gosto... De meninas... — Ele termina com sua voz quase inaudível — Eu tentei... Namorei e fiz sexo com garotas mas não... Não consigo. — Ele fala e lágrimas começam a escorrer pela pele morena.
— Tudo bem... — Deito sua cabeça no meu peito — Então por que? Por que faz isso consigo mesmo? — Pergunto acariciando seus cachos.
— M-meu pai, ele tem medo que eu me machuque, por ser gay. Eu também tenho medo de me machucar Mila, tem um cara, o Danny. Você deve conhecê-lo, ele trabalha na Blue Night... Ele gosta de mim e eu dele... Mas ele disse que não pode continuar se machucando enquanto eu tenho medo de ser machucado...
— Austin... Você já viu quantas pessoas da comunidade LGBTQ tem na escola? Ao seu redor? Tem duas só nessa casa... — Eu falo e o sinto assentir. — Nós não vamos deixar você se machucar... Ok? Tudo bem... Todos tememos no início.
*-*
Depois de um tempo Austin se acalmou e foi para casa. Estava feliz... Podia explicar o que acontecia com Austin. E talvez ter uma segunda chance... Talvez pudesse retomar as coisas com S/n... A mesma não estava quando desci, o que me preocupou... Mas tudo bem, agora eu estava indo para a escola com meu pai.
James pediu que os Bieber's fossem mais cedo para a escola para recepcionar a nova aluna, o que me irritou um pouco já que ultimamente ela tem recebido mais atenção da que eu, eu nem ao menos chegou...
Me despeço do meu pai e desço do carro em direção á entrada, de longe vejo S/n e uma garota, a morena tinha um rabo de cavalo impecável no topo da cabeça. A mesma estava com as mãos apoiadas nos antebraços de S/n enquanto ria com suas covinhas aparentes, merda, ela é bonita.
— Oi Mila! — Shawn é o primeiro a me cumprimentar e eu sorrio o abraçando.
— Hi Shawnie... — Falo me separando do abraço.
Então escuto alguém limpar a garganta.
— Então... Ari essa é a Camila, de quem as meninas estavam falando... — S/n fala me indicando com uma mão.
As meninas
— Prazer, Camila Cabello. — Falo forçando um sorriso.
— Ari, vem eu vou te mostrar a sala de música e... — Elas desaparecem no corredor.
É, realmente S/n está bem íntima da novata... Ótimo, eu devo ter me iludido, ela deve ser assim com todas as novatas... Tiro isso da cabeça, até por que fui eu quem acabou com a relacionamento e entro na minha primeira sala...
Me desculpem por esse capítulo minúsculo, mal pensado e sem sentido. Não estava com cabeça para mais. Esse final de semana (de sexta a domingo) eu estarei no hospital com a minha vó, então a última coisa na qual vou pensar é nas atualizações, mas vou tentar usar o tempo “livre” para compensar os capítulos de quinta, sexta, sábado e domingo... Enfim, setembro amarelo, mês do combate ao suicídio. Por que colocar essa história com o Austin? Medo de sofrer e tals... Por que todos nós sentimos medo um dia. De ser negado por ser diferente. Terça eu estava no colégio e eu e mais duas amigas estávamos conversando sobre um ator, uma dizia que ele era gay para brincar com a outra que negava com tanto ódio... Resolvi fingir que não se tratava de homofobia, eu que já estava farta com aquilo disse “,ele é gay” da forma mais convicta possível tentando não rir, e então ela disse “não é porque você é sapatão que todo mundo tem que ser”, triste... Triste ver decepção onde você só via beleza. Só queria desabafar, pois ano passado eu fui obrigada a me assumir já que um “amigo” fez o favor de falar para todo o colégio (que aliás é católico) que eu sou lésbica! Yaaaayyyy... Eu recebi apoio, essa garota já tinha tido atitudes homofóbicas que não passaram despercebidas por mim... Mas resolvi ignorar, afinal... Não queria perder mais alguém só por que não me aceitam como eu sou... Apenas isso! Só queria lhes dizer para terem orgulho de quem são, estou participando de uma campanha para o meu colégio a respeito do setembro amarelo (que eu idealizei junto com a psicóloga estudantil) para evitar que pessoas abandonem sua vida por não serem aceitas e isso as leva a não aceitarem a si mesmas... Recentemente eu confessei ao meu pai que tinha entrado em depressão de novo e falei discretamente quase indiretamente que eu me mutilava... Ele não percebeu... Por mais que mesmo sem ser de propósito eu deixasse os cortes visíveis. Isso não é para ganhar atenção, se eu quisesse atenção eu não estaria gritando por socorro aos que estão ao meu redor em silêncio, um silêncio que sufoca, que dói, uma dor que só para quando meu sangue escorre... Isso pode parecer ridículo para alguns olhos... Mas eu espero que conscientize a maioria. Aliás, MUITO obrigada às mais de mil visualizações...
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Born to be yours (Camila/You) G!P - Concluída.
FanfictionS/N perdeu os pais aos 7 anos num acidente totalmente misterioso de avião, após isso sua família a abandonou na fronteira entre o México e os Estados Unidos por ela ser uma licantrope e intersexual e ela foi adotada por uma família de caçadores, tam...