Capítulo 05

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No dia seguinte, eu acordei e fui ao trabalho com uma roupa parecida com a do dia anterior, com certeza eu não seria uma novidade para os caras dali, ou para o Luke, mas essa não era minha intenção. Quando cheguei lá e entrei na "minha" sala vi ele com as pernas sobre a mesa e o notebook no colo, ele não usava um terno ou uma roupa formal, estava ali do jeito dele, não ligando para regras sociais e nem opiniões alheias. Ele direcionou seus olhos a mim, notando que eu estava encarando ele, talvez por uns dois minutos.

- se continuar me olhando assim eu provavelmente vou fazer alguma besteira - abri a boca pra falar algo, mas não consegui. Ele voltou a olhar para o notebook, dessa vez com um sorriso malicioso de canto - Rosie, eu estou avisando.

Rapidamente joguei a bolsa na minha mesa, que era de frente para a dele, e me sentei. Eu não sabia como era difícil parar de olhar os seus traços e detalhes. Não conseguia dizer nada, só pensar em ontem, e no meu sonho, o quanto esquisito foi, porém ele não estava parecendo se importar com isso, mesmo assim tinha que falar algo.

- então, me desculpe por ontem.

- hã, e o que exatamente aconteceu ontem? - ele ainda continuava com os olhos no computador.

- não te contei do Thomas, e bem... foi estranho, não acha?

- não é estranho pra mim te ver feliz, mesmo que seja com outro cara e mesmo que eu não vá com a cara dele. Lembra das três regras que tínhamos antes de algumas coisas mudarem? Acho que a primeira foi a que mais cumprimos. - outra vez, minhas mãos começaram a suar, e agora ele penetrava seu olhar no meu.

- me lembro sim, não pensamos muito quando fomos criar - ele sorriu e voltou ao trabalho.

Luke e eu fizemos um acordo depois que ele começou morar na minha rua e a nossa amizade foi se tornando uma conexão muito mais forte e intensa:

1. Se um de nós dois está feliz e bem, não importa como, o outro teria que aceitar isso numa boa;

2. Se Luke me pedisse em namoro, íamos namorar pelo resto da vida, um sendo fiel ao outro;

3. Nunca se separar, de forma alguma.

Pela nossa cabeça, naquela época, ser tão cheia de sonhos quase impossíveis, achamos que seríamos capazes de cumprir todos aqueles mandamentos feitos por nós mesmos.

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