Lados Opostos.

Capítulo 14

— sua tia Mary, ela está mal de saúde, não tem quem cuide dela.

— mas não chore, alguém lá vai dar um jeito, não é?

— eu vou dar um jeito pra ela, indo morar lá. O mais rápido possível, amanhã

Ficamos em silêncio por um momento.

— olha, tudo bem, eu me viro e cuido da casa, não se preocupe. — digo segurando o choro, eu a amava muito e ter que me separar dela seria muito doloroso.

[...]

Era segunda, minha mãe já deve estar do lado da minha tia, e agora eu tinha apenas a mim. Cheguei mais cedo no escritório, como de costume. Thomas tinha me mandado várias mensagens, fui incapaz de responder qualquer uma delas, me sentia mal pelo que fiz, eu nunca fui uma pessoa assim.

A manhã toda foi um tormento para meus pensamentos e Luke não apareceu para trabalhar. Eu terminei de resolver assuntos pendentes mais cedo e fui pra casa.

Olhei para o celular, inúmeras vezes, comecei a pensar no que eu deveria fazer. Eu tinha que fazer o que era certo. Imediatamente peguei o maldito celular e comecei a responder o Thomas. Eu era tão incapaz de falar com ele pessoalmente, pois estava sendo totalmente a culpada de toda essa confusão, então o que eu mandei foi apenas "estou confusa e preciso passar um tempo sozinha, para não acabar fazendo alguma merda. Me desculpe".

Deixei o celular de lado depois de pedir uma pizza. Com certeza eu queria um amigo ali naquele momento pra eu poder conversar, falar do quanto meu coração foi egoísta com o Thomas e o quanto ele está apaixonado pelo Lucas... só precisaria de alguns conselhos para saber como controlo isso, ou apenas colocar para fora mesmo. Era eu e a minha mãe, sempre foi, e agora estou mais sozinha que nunca.

Alguém bate na porta afastando todo o meu desânimo, porque eu sabia que era a pizza.

Vejo-me desanimada de novo quando percebo que não era a minha pizza e sim um homem com tulipas vermelhas na mão, eram perfeitamente lindas.

— Rosana? — faço que sim com a cabeça e o homem educado sorria pra mim. Talvez ele estivesse pensando que eu e algum cara estávamos loucamente apaixonados e a realidade era que eu não fazia a mínima ideia de quem teria me mandado aquilo. Ele me entregou depois de me desejar uma boa noite, que por sinal tinha melhorado um pouco com aquelas tulipas. Procuro logo o cartão para ver de quem era, mas a única coisa que encontro é um pedacinho de papel improvisado que estava escrito:...