Capítulo 10

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Os raios de sol que adentravam o quarto pela janela fizeram com que meus olhos se abrissem lentamente, odiava quando eu esquecia a janela aberta. Assustei ao ver o Luke bem do meu lado.

De repente me dei conta do que tinha acontecido ontem. Eu apaguei. E o que aconteceu depois que eu apaguei? Porque o Lucas estava na minha cama, e do meu lado? Eu estava confusa, e com uma dor de cabeça insuportável. Comecei a observar os detalhes dele, ao invés de me preocupar com Thomas.

Ele dormia como anjo, era incrível como seus detalhes eram perfeitos. Talvez eu tivesse ocupada demais no trabalho para notar e relembrar o quanto Lucas era maravilhoso. Ele abriu os olhos com dificuldade.

Sorriu pra mim, depois de colocar uma mecha do meu cabelo pra trás. Provavelmente estava lembrando de como eu agi ontem, e a vergonha tomava conta do meu ser.

— pode me explicar...

— te explicar porque dormiu comigo? Bom dia Rosie — me interrompe rapidamente com uma voz sonolenta, e ao mesmo tempo sendo irônico.

— porque você está na minha cama Luke? — depois de me lançar um olhar confuso, deu gargalhadas. Lanço um olhar desafiador.

— Rosie, já olhou em volta? Acredito que já esteja sóbria para identificar seu quarto e, sua cama.

Ai meu Deus, era o quarto do Lucas!

Luke deitou de lado, fixando seus olhos em mim. Aquilo não estava certo.

— depois que você apagou o seu namoradinho idiota me acusou de inúmeras coisas. Por um momento pensei em quebrar a cara dele, mas seria escândalo demais na sua casa, então eu só peguei você pelos braços e sai. Sua mãe apareceu e viu aquilo tudo, ela não sabia o que fazer então ela concordou que eu te levasse.

— não deveria ter dormido com você. Thomas não...

— Thomas é um otário e eu sou seu melhor amigo, eu acho...

— se sua namorada dormisse com uma cara que você não conhece, mesmo sem fazer nada, ah, e por acaso ela também mentisse para você que ia para outro lugar mas foi com esse cara estranho beber... O que faria Lucas? — falei rápido demais enquanto calçava meus sapatos.

— ficaria bravo. E demais. — ele fica olhando confuso pro teto. — esse é o problema, ele não me conhece.

— Luke...

— ah, fala sério, é uma boa ideia pra gente resolver essa confusão.

— ele te viu saindo comigo nos braços, ele sabe que dormi com você.

— tecnicamente você não dormiu comigo, desmaiou por longas horas do meu lado. — ele deu gargalhadas altas enquanto eu olhava sério para o seu rosto. Passei a mão numa mecha do meu cabelo e coloquei pra trás. Ele agiu como otário, talvez. Fui saindo do quarto dele e descendo as escadas, torci pra não dar de cara com o pai dele ou quem sabe algum parente, não queria explicar nada para ninguém. Ele veio atrás de mim.

— vai aonde?

— explicar para o meu namorado o que aconteceu.

— quer carona?

— não, Lucas. Tchau.

Sai antes que ele tivesse a chance de falar mais alguma coisa. Mas minha vontade era de ficar, e não ter sido totalmente grossa com ele.

[...]

Estava em casa com um pote de sorvete na mão, deitada no sofá enquanto minha mãe fazia compras no mercado próximo de casa. Não, eu não tinha ido até o Thomas ainda, não me sentia capaz de falar nada com ele. Eu estava perdida de várias maneiras. Não sabia que história contar porque independente delas ele não iria acreditar, eu já tinha mentido quando falei do jantar de trabalho e isso excluiu todas as minhas esperanças dele acreditar em algo dito.

Meu celular tocou. E alguém bateu na porta. Ignorei totalmente a chamada sem ler o nome do contato e fui atender a porta, não me importei de estar de pijamas com bolinhas rosas parecendo uma adolescente que tinha feito merda.

Thomas!?

Fico imóvel, sem conseguir dizer nenhuma palavra.

— está confusa, certo? Porque era você que deveria estar na minha porta, e talvez com uma rosa branca na mão — não havia reparado na rosa que tinha na mão dele, era linda como todas as outras que ele me entregava. — talvez deveria ser ao contrário Rosie, mas seu amigo foi até mim e explicou o que realmente tinha acontecido...

Espera aí, o que?  E exatamente o que Luke tinha falado?

— percebi que quem deve desculpas sou eu. — ele continuou. — tenho que entender que às vezes em reuniões de trabalho você e seus colegas bebam e pode ser que você exagere.

Lucas tinha mentido ainda mais para ele? Que direito ele tinha de fazer isso? Que droga!

Não sabia o que falar nem como agir, então puxei ele para um abraço, um que aceitava seu esforço em me pedir desculpas. Mas, parte de mim era resumida em culpa por todas aquelas mentiras contra ele.

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