Capítulo 18

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[...]

Quando cheguei na casa do Luke não encontrei com o Josh esparramado no sofá como de costume, ele estava conversando seriamente com um cara que me lembrava alguém, mas não reconheci. Eles nem viram eu e o Luke passando, talvez porque ele andava do meu lado me abraçando com tanta força, como se eu fosse sair correndo a qualquer segundo.

— quero que fique aqui, mas quero que também fique com sua privacidade, então eu arrumei esse quarto pra você — ele disse enquanto abria a porta, coloquei minha mochila em cima da cama e ele colocou a minha enorme mala encostada no guarda-roupa que parecia estar preparado para mim.

Me sento na cama e começo a me perguntar quanto tempo ficaria ali, sem saber quem poderia nos machucar. Lucas se sentou do meu lado passando seu braço a minha volta.

— me perdoa.

— você não tem culpa Luke.

— ah eu tenho parte dessa culpa — olho para ele esperando por mais repostas, enquanto ele olhava fixamente para o chão — procurei vingança Rosie.

— eu queria entender tudo isso.

— você ainda conversa com o Thomas?

— tento falar com ele há alguns dias, mas não consigo... Porque está perguntando isso?

— para o seu bem, fique longe dele — Lucas me dá um beijo na bochecha e sai.

— mas que caralho!

Depois de alguns longos minutos naquele quarto resolvo descer para ir até cozinha, sem querer consigo escutar os três conversando bem baixinho antes de descer da escada. Me escondo e escuto o Josh.

— qual seu problema Luke? Se contarmos para ela vai ser pior, é melhor manter ela longe da parte em que a gente começa a agir.

— pelo pouco que conheci da Rosana, ela vai querer mergulhar fundo nisso, até chegar nessa parte ai ow Josh. — o cara estranho que não parecia tão estranho assim, me conhecia? Pude ver que Lucas estava sentando na beira da mesa olhando para o chão como no quarto, ele estava mesmo muito preocupado. Josh também estava metido em encrencas? E escondia coisas de mim? Eu acho que não reconhecia mais os meu amigo e o cara por quem sou completamente apaixonada.

Decidi descer disfarçando, rapidamente todos olharam pra mim.

— é que eu quero ir na cozinha. — foi a única coisa que consegui dizer com eles me encarando.

— oi amor — Josh sorri pra mim, forço um sorriso e passo procurando a cozinha. Sinto alguém andando atrás de mim e eu sei quem é.

— o que? — digo estressada enquanto sento no banco encostado no balcão da cozinha pegando uma maçã.

— sei que está zangada, mas porra é difícil...

— o que? É difícil me manter longe das coisas porque eu iria mergulhar fundo como disse seu amigo ali? Até o Josh tinha que estar nisso? — Lucas me abraça por trás.

— olha, eu te amo, sinto muito — sorri automaticamente, enquanto sua mão acariciava minha cintura, larguei minha maçã e coloquei minha mão por cima da mão dele, sua boca estava na minha nuca, fazendo com que eu me arrepiasse toda enquanto senti sua respiração quente.

Eu sei que ele estava fugindo do assunto, mas que porra, que boa fugida ele decidiu dar. Lucas é um homem maravilhoso e agora ele era o meu homem, a gente não precisava de decisão de nenhum dos lados para saber que nos encaixamos direitinho e que fazemos dar certo nessas horas. Lucas gira o banco fazendo com que eu ficasse sentada de frente, ele dá um sorrisinho de canto, eu não aguentei aquilo então eu o beijei, mas não foi um beijo qualquer, foi um beijo com amor, com calma e ao mesmo tempo fúria. Eu agarrei seu pescoço fazendo com que ele ficasse ainda mais colado no meu corpo, Lucas também me puxava para si, como se quisesse que meu corpo se unisse ao dele de forma que nos tornássemos um só. Eu parei o beijo, mesmo vendo que ele não queria que nada acabasse.

— eu te amo — falo com dificuldade, a respiração estava cansada demais.

— puts Rosana.

Lucas encosta nossos lábios novamente, dessa vez com mais força, eu sei que ele me queria e eu também, se necessário aconteceria ali mesmo. Eu começo a subir a blusa dele e quando consigo finalmente tirar, escuto uma voz. Luke pareceu escutar primeiro que eu, pois parou o beijo sem que eu ao menos percebesse.

— porra, Álvaro — diz pegando sua blusa de volta. Percebo que meu cabelo está bagunçado, então rapidamente arrumo.

— desculpa cara, é o seu pai — ele estende um celular, então Luke pega e sai. Deve ser muito importante mesmo, pra ele sair assim tão preocupado. O tal Álvaro me olhava.

— o que?

— então cê não lembra mesmo de mim? — ele se senta em um dos bancos. Faço que não com a cabeça — primo do Lucas, se lembra daquele almoço na casa dos meus pais que você e ele foram, nos conhecemos lá lembra? Nos vimos poucas vezes, deve ter sido isso. — ele sorria.

Imediatamente lembrei de tudo, ele mudou muito e seu rosto estava irreconhecível, aquele moleque tinha uma barba enorme agora, sinto vergonha de não ter lembrado.

— nossa, me desculpe, você tá diferente. Seus pais foram muitos legais aquele dia, como estão? — seu sorriso se desfez em questão de segundos.

— eles estão... mortos — ele responde com a voz falhando.

— sinto muito, me desculpa.

— está tudo bem — ele volta a sorrir, mas não como antes.

O que estava aconteceu? A mãe do Lucas, os pais do Álvaro... O que aquela família tinha feito? Ou o que fizeram com aquela família? Eles queriam a vingança que o Lucas tinha falado, e agora ainda assim tinham muito a perder? Quem eram os responsáveis?

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