Capítulo 17

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Rosana.

Eu tinha pensado em tudo, toda minha vida, nos dois. Pensei no quanto eu seria egoísta com o Thomas, mas seria comigo mesmo se escolhesse ficar com ele. Ele merecia alguém melhor que eu, merecia alguém que o amasse da mesma forma que ele é capaz de amar. O Lucas era minha conexão, minha maior certeza, eu precisava tentar outra vez, queria muito... Eu só precisava conversar com o Thomas pra encerrar tudo que ainda existia entre nós, mesmo sendo triste perder um amigo como ele.

No dia seguinte, acordei com os primeiros raios de sol ultrapassando as cortinas claras do meu quarto. Era 8h da manhã, tinha apenas 1h para chegar no trabalho e ao invés de me arrumar decido ligar para o Thomas, não quero deixar ele esperando por mim, mas quando pego o celular me deparo com oito ligações perdidas do Luke, e uma mensagem. Desesperadamente leio a mensagem pensando no que poderia ter acontecido.

"Oi Rosie, por favor, não saia de casa hoje, fique com as portas trancadas até eu aparecer, não abre pra ninguém, sei que isso é confuso, mas depois eu prometo te explicar. E não se preocupe com o trabalho, bjs."

Lucas não tinha noção do quanto estava apavorada, parecia uma daquelas cenas de filme e eu nem sei qual dos perigos eu estava correndo, a única coisa que fiz a manhã toda foi ficar sentada no meu sofá, nada dele aparecer, e nem perigos também, ligações foram em vão. Começo a pensar que aquilo poderia ser alguma brincadeirinha de mau gosto, estava a ponto de surtar presa na minha própria casa. Calço meus tênis, coloco uma blusa simples e uma calça com jeans velho. Destranco a porta e penso por um segundo se o que eu estava fazendo era a coisa certa.

Quando finalmente decido abrir a porta, dou de cara com o Lucas nós dois levamos um leve susto. Eu estava furiosa e queria encher ele de tapas, mesmo sendo mole pra ele, pois eram fraquinhos demais.

— pela sua cara imagino que esteja brava comigo... — ele estava com as duas mãos nos bolsos, ele parecia bastante preocupado e ao ver seus olhos brilhando pra mim, toda minha fúria passa. — você ia sair?

— me explica o que aconteceu? E porque não atendia? — saio da porta entrando em casa de novo e dando espaço para que ele entre também.

— Rosie, o que acha de passar uns dias na minha casa? — ele me olhava sério

— o que?

— é que... Hã... Fugiram uns presos do presídio da rua de trás, e você aqui sozinha não é bom, sabe? — aquela tinha sido a mentira mais feia que já ouvi dele em toda a minha vida.

— nossa Lucas, realmente é muito perigoso, mas agora me explica o motivo de não ter falado isso por mensagem? Me deixou preocupada a  manhã todinha. Olha, sinceramente... — percebi que estava gritando então parei de falar.

— você confia em mim? — ele me olhava ainda preocupado como se não se importasse que eu estava brava.

— sim, você sabe disso. Mas agora você está mentindo.

— ok, me perdoa por isso, mas quero que me perdoe mais ainda por não poder contar o que aconteceu para você.

— Lucas eu não estou entendendo.

— Rosie, você pode estar correndo perigo por minha causa, preciso ter certeza de que está bem, e só vou ter se estiver comigo o tempo todo, vai pra minha casa, por favor.

— porra, que tipo de perigo Lucas? — estava completamente confusa. Ele pega na minha mão.

— eu te amo Rosie, tem pessoas que sabem disso, pessoas que não querem meu bem, nem o da minha família e muito menos das pessoas que eu amo. Essas mesmas pessoas não queriam o bem da minha mãe e estão mais perto do que pode imaginar. Então quando digo que preciso que confie em mim...

— eu confio Luke, eu confio. Vou pra sua casa, tudo bem? — ele deixou escapar uma lágrima, então me aproximei mais, puxando ele para o meu abraço, ele se entregou como esse tivesse implorando por aquilo.

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