Capitulo 3

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Max Bierens

- Barney ! - ouvi um grito e em seguida uma risada infantil ao entrar no saguão da pousada que eu estava hospedado. Avistei um enorme labrador amarelo lamber um pequeno garotinho ruivo que gargalhava e abraçava o cachorrão.

- Está tudo bem aí ? - perguntei fazendo o menino me olhar e pedir o fôlego. Era ele !

- Sim. - respondeu desconfiado. - Vovô Taylor foi ajudar um hóspede, volta já para te atender. - falou como se fosse gente grande e sorri diante da esperteza do garoto.

- Max, querido ! - a senhora Taylor surgiu carregando uma cesta de brownies. - Pegue um, acabei de fazer !

- Está uma delícia ! É de que ? - perguntei saboreando.

- Chocolate com frutas vermelhas. - sorriu e o garotinho caminhou até nos.- O preferido do Tom.

Thomás era o nome do garoto. Os cabelos ruivos, olhos azuis e a altura não deixavam dúvidas de que aquele era o nosso Thomás.

- Mamá não deixa muito eu comer chocolate, diz que faz mal para a barriguinha. - ele disse experimentando um. - Vovó Taylor faz para mim e eu levo para casa escondido.

- Contrabando de Brownies ! - exclamei chocado e ele riu.

- Shiu ! - fez sinal quando duas moças entraram juntas na pousada.

A loira era Mia, filha do senhor e da senhora Taylor, nos conhecemos quando fui tomar café da manhã no restaurante de ontem. Descobri que ela é a dona do local, além de um bar muito bom na mesma avenida. A outra era morena, a pele bronzeada se assemelhava aqueles bombons caseiros que derretiam na boca. Os cabelos longos, ondulados e pretos caiam acima do quadril grande e volumoso. Os olhos pretos me encararam e depois se voltaram para o pequeno que estava olhos arregalados.

Se eu não tivesse cuidado, aquela mulher seria minha ruína.

- Não adianta esconder Thomás, sei que estava comendo brownies. - ela disse e o garotinho sorriu sapeca.

- Ofereci um para ele, querida. - a senhora Taylor explicou e a moça assentiu.

- Só foi um, mamá. - ele disse. Mamãe. Então aquela era Elisa Hierra, agora entendo o porquê do meu irmão ter caído aos pés daquela deusa. A mulher era uma explosão de beleza.

- Lisa, esse é Max. - Mia sorriu me apresentando para a amiga. - Max, essa é minha amiga Elisa.

- Prazer. - ela disse me estendendo a mão.

- O prazer é todo meu. - falei e ela olhou para Mia.

- O que veio fazer aqui na cidade ? -perguntou.

- Tentar recomeçar. - menti e ela assentiu.

- Ficará quanto tempo ? - Mia perguntou.

- Preciso ver se consigo me estabilizar. - menti novamente e eu sentia que aquilo se tornaria uma grande bola de neve. - Arranjar um emprego e um lugar para morar.

- Gosta de flores ? - senhora Taylor perguntou.

- Gosto. - finalmente uma verdade ! Mamãe tem um jardim em casa, quando pequeno a ajudava com as flores que cultivava. E eu era dono de uma indústria de fertilizantes, o mínimo que eu podia fazer para garantir uma excelente qualidade para o produto era saber do que as plantas precisavam para crescerem saudáveis.

- Lisa está precisando de um assistente. - a senhora falou e franzino cenho. - Ela cultiva flores e a proporção que o jardim tomou é maior que a capacidade dela de lidar com tudo aquilo. - olhei para a mulher que se mantia calada. Ela me observava curiosa e por um momento temi que ela desconfiasse de algo.

- O salário não é lá essas coisas sabe ? Eu não posso pagar por muito.

- Acredito que será ótimo para mim. - falei e ela assentiu.

- O que acha de me acompanhar até a fazenda e ver se realmente quer trabalhar no local ?

- Será uma honra.- lhe joguei meu sorriso galanteador fazendo ela revirar os olhos e Mia gargalhar alto.

- Dê tchau para a vovó e a tia Mia, querido. - chamou o garotinho que brincava com o grande cão.

- Tchau vovó. - abraçou a senhora que lhe jogou uma piscadela. - Tchau tia Mia. - abraçou a loira que bagunçou seu cabelo. - Vem Barney. - gritou correndo até o carro. O cachorro subiu com maestria na velha caminhonete amarela estacionada na frente da pousada.

- Tchau, espero vocês para o jantar mais tarde. - a morena disse se despedindo de todos e saindo na minha, rebolando aquela traseiro grande.

- Volto já, espero que dê tudo certo. - falei a seguindo. - Ei, Elisa !

- Sim ? - falou colocando o cinto no garotinho.

- Irei te seguir com o meu carro.

- Está de carro ? - perguntou e apontei para a caminhonete preta.

- Uaaaaaau ! - Thomás exclamou colocando a cabeça para fora do carro da mãe. - Que maneiro, posso ir com você ?

- Já está acomodado Thomás, deixe disso.

[...]

Perdi o fôlego. Eu sentia meus pulmões implorarem por ar, mas eu só conseguia admirar a fazenda que eu estava entrando com o carro.

"Precisa de ajuda com o jardim."

Jardim. Aquilo era um campo. Um campo de flores em um interior do Texas ! As longas filas de flores coloridas que faziam querer tirar uma foto e enviar para mamãe. Com toda certeza ela surtaria.

- Vem Max ! - Tom gritou correndo em meio às flores.

A fazenda era toda coberta com cercas de madeiras. Assim que passávamos da estrada de terra, o grande portão branco de madeira nos dava boas vindas. Ao adentra-lo um belo jardim coloria a casa e era aquilo que eu esperava ser o meu trabalho. Todavia, ao contornar a casa me deparei com um quintal dos sonhos. De longe conseguia ver uma grande estufa no meio das filas de flores.

- O que achou ? - Elisa perguntou para ao meu lado.

- É lindo. - a encarei. - Magnífico.

- Acha que é capaz de me ajudar com ele ? Com o campo ?

- Confesso que esperava um pequeno jardim.

- Sei que pode não ter experiência para lidar com isso tudo, mas eu posso te ensinar. - disse e olhei novamente para os campos. Thomás corria pelas galerias enquanto Barney corria atrás dele.

- Posso tirar uma foto ? - perguntei incerto.

- Claro. - afirmou e peguei meu telefone. Uma bela de uma foto !

- E então, quando começo a trabalhar ?

Amor - Série Sentimentos ( COMPLETO )Onde histórias criam vida. Descubra agora